Melissa Giovanni, uma brasileira que tem um sonho de ir para a Noruega. Em seu percurso ela descobre que isso é possível, Mas a mesma deveria saber que toda ação gera uma consequência. Ela não esperava que encontraria uma banda tão desastrosa e prob...
eu não saberia descrever o sentimento que eu estaria sentindo agora... talvez uma mistura de milhões de células nervosas que percorriam sobre o meu corpo.
eu já sabia que pelle era fascinado por questões estranhas sobre a morte e que provavelmente tinha tendências suicídas, mas... quando você ouve isso tão de perto é extremamente difícil, não por ele ser um suicída mas por se aproveitarem disso para ganhar repercussão na banda, principalmente euronymous ele era um ótimo chantagista de merda.
desde o dia do concerto estranho em que eles fizeram em que pelle tirou um canivete vermelho de seu bolso e se automutiliou-se, aquilo não saia da minha cabeça tão facilmente eu fiquei horrorizada... tudo isso por fama e reconhecimento talvez eles fossem capazes de tudo, euronymous principalmente.
varg não me agradava muito desde que chegou entre nós ele é o mais novo mas com uma mentalidade de uma criança de dez anos, ele trazia muitas mulheres da rua para a nossa casa e isso me incomodava muito desde que decidi me mudar definitivamente pra cá.
eu estava no quarto juntamente com pelle, ele desenhava em um pequeno caderno vermelho enquanto eu pintava algumas telas com tintas que achei no sótão perdidas semana passada. pelle estava concentrado até ouvirmos um gemido vindo do quarto de varg.
- sério isso? -reviro os olhos.
pelle rir e dá tapinhas em sua cama insinuando que eu sentasse ao seu lado.
- tô toda suja! - rio de volta.
- não tem problema. - ele diz.
sento de costas para ele, pelle coloca o meu cabelo para frente e deito em seu peito.
- hoje o dia está bonito. - digo fixando meus olhos na janela, pelle concorda.
- eu gosto desse clima, frio e nórdico... me lembra alguns livros que gosto.
- além de desenhista ainda é um leitor de livros?! - levanto olhando em seus olhos.
- não muito... mas pode ser que sim. - sorri.
fico com um pouco de vergonha, negando ou até mesmo dizendo a verdade... pelle era muito bonito.
ele acaricia minha bochecha, sua mão estava fria e isso me fez sentir leves arrepios no corpo, me aproximo e o abraço. isso foi tão inesperado por ele, pelle ficou alguns segundos sem reação mas depois me abraçou também. acho que ele não é tão acostumado com afeto, ele gostava de se divertir sozinho mas também gostava da companhia dos amigos, mas não aparentava ser tão afetuoso com as pessoas, eu sentia que estava quebrando isso nele.
mais um gemido vem do quarto de varg e começamos a rir.
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[15 de outubro 1989] 15:37 pm
eu gravava os garotos ensaindo e isso era muito divertido eles não levavam as filmagens a sério. apontei a câmera para Hellhammer e ele zoava com a suas baquetas, depois dei um zoom em euronymous ele estava concentrado com a sua guitarra nova, pelle mostrou a língua e depois mandou um thauzinho, decidi por terminar de filmar.
eles ensaiavam uma música nova por enquanto não tinha nome, apenas uma letra bizarra que o próprio pelle escreveu. sentei no sofá ao lado da parede e abri uma lata de coca cola, os meninos optaram por cerveja.
decidi ir para fora tomar um ar, Necrobutcher perguntava aonde estava varg e faust respondeu que o mesmo provavelmente estava comendo alguma garota de programa. vou em direção a floresta e avisto corvos rodeando as copas de árvores.
- provavelmente ele achou comida. - fala pelle aparecendo por detrás de mim ele dava um gole em sua cerveja.
- ou deve está só rodeando para avisar que está com fome. - olho para ele.
- acho que vou confiar na minha intuição. - diz dando mais um gole em sua cerveja.
- okay... - reviro os olhos e sorrio. - vou confiar em você.
voltamos para casa já estava de noite, decidi fazer um macarrão com molho de tomate, todos acharam uma delícia, eu estava jantando também mas havia esquecido os meus selos para as cartas da vovó, estava no quarto do pelle o avisei e ele assentiu para que eu subisse, destranquei a porta e a abri e imediatamente achei os selos para levá-los aos correios mas uma coisa tirou a minha atenção, os remédios estranhos do pelle estavam em cima do móvel que ficava ao lado de sua cama.
decidi pegar alguns mas coloquei dentro de outro recipiente pra pelle não suspeitar tanto assim, amanhã eu iria nos correios mas antes disso eu levaria isso para algum enfermeiro ou médico para saber do que se trata, pelo oque lembro a vovó tinha um amigo enfermeiro talvez ele possa me ajudar, coloquei o remédio de pelle no mesmo lugar e o que eu peguei coloco dentro da minha bolsa.
acabo por levar um susto de varg na porta fazendo com que o vaso de barro que estava no chão quebre.
- oque é isso seu idiota? quer me matar de susto porra? - indago com muita raiva, meu coração estava acelerado por um momento achei que tivesse sido pega por pelle.
- eii, calma senhorita! - ele rir com as mãos para o alto. - não sabia que era tão medrosa assim.
- e se eu tivesse nua seu doente?!?
- eu iria adorar.. - varg sorrir maliciosamente.
- que nojo, vai se foder seu doente! - saio furiosa do quarto esbarrando em seu ombro.
desço as escadas rápido e os meninos percebem a minha pressa.
- ei oque aconteceu? - pergunta pelle.
- nada eu só tive o azar de me encontrar com o varg lá em cima.
- wtf como ele entrou aqui? - perguntou euronymous.
- pelo porão lá de fora seu mané. - diz faust.
- agora tá explicado. - fala Hellhammer.
- esse cara às vezes me dá medo. - Necrobutcher diz rindo.
- virei assunto de padaria? - varg chega e se senta na mesa.
todos concordam com "sim"
- quero que todos vocês se fodam ok? - o mesmo diz colocando o macarrão em seu prato.
varg ficou me encarando durante toda a noite mas não dei bola.
olhei para pelle e falei comigo mesma em pensamentos.
- por você... eu descubro qualquer coisa... talvez aqui não seja o seu lugar, mesmo você achando que sim.. - penso.
euronymous não era o seu amigo de verdade e muito menos varg... ele sabia que não mas ele convivia normalmente, espero descobrir oque diabos são aqueles comprimidos... fico me perguntando se daqui alguns anos como nós estaremos? como estaremos em 1994?
