;[tools of torment];

388 39 8
                                    

- Você acha que preciso de proteção? - ele fala com um tom irônico.

- Acho que todos nós precisamos de alguém que possa nos proteger daqui. - apontei para a minha cabeça, pelle olhou de relance sobre o vidro do carro a sua feição estava um pouco desgatada, a maquiagem borrada e os cabelos bagunçados parecia estar perdido em pensamentos.

- você sabe que eu considero você como algum tipo de anjo, não que eu acredite neles mas... - pelle olhou para mim e suspirou. - você apareceu em um momento conturbado da minha vida, eu não sei explicar... não sei dizer se isso vai durar o meu outro lado me chama para ficar sozinho e fazer oque tenho que fazer, foi pra isso que eu vim afinal?...

- o seu lado obscuro não conhece o seu outro lado mais profundo Per, eu não vou deixar você sozinho, eu vou cuidar de você e eu espero está em certos momentos críticos que te afetam aqui. - coloquei a minha mão sobre o seu peito, ele sorriu de lado e beijou-me na bochecha.

Havíamos chegado ao festival, estava tudo muito lindo, várias crianças correndo, adultos comemorando o aniversário de Jesus, um homem chegou até entregar um planfeto de oração para pelle ele olhou de relance e guardou dentro do bolso.

- acho que vão tentar me converter. - ele rir.

- bem que você tá precisando de uma oração. - digo e rirmos juntos. - vem vamo sentar ali na frente. - pego a mão de pelle e o levo para sentar em uma das mesas que estavam sobrando ali.

uma mulher se aproximou e nos ofereceu comida e bebida, Pelle comia feito um lobo a sua fome estava nítida.

- oh vai com calma. - pego na sua mão. - ele prontamente começa a mastigar devagar. - desculpa. - o mesmo diz colocando as mechas loiras para detrás da orelha.

- fica tranquilo, só não quero que se engasgue. - rio de lado. - você não comeu nada hoje?...

Per franziu a testa e voltou a comer. - não, eu não tive tempo hoje.

- espero que você não esteja fazendo uma dieta maluca. - volto a comer, de repente Anders aparece por detrás de mim, estava ele junto com os pais de pelle ele nem poderia acreditar que os estava os vendo ali na sua frente.

rapidamente o loiro se levantou-se e abraçou toda a sua família, a mãe de Pelle acariciou o rosto do rapaz como se estivesse vendo o seu filho adolescente novamente. cumprimento os pais de Pelle e Anders, a mãe de Per havia me achado muito bonita e até me perguntou se eu era Sueca também.

ela se surpreendeu ao descobrir que eu era brasileira e que estava na noruegua para realizar os meus sonhos e trabalhos.

- eu disse que viria. - Anders sorri pra mim.

- então você sabia que eles estariam aqui? - Per diz confuso mas com ar feliz.

- sim, eu sabia. inclusive propus para que Anders trouxessem eles para passar a véspera de natal conosco.

- você é mesmo incrível não é mesmo? - Per me puxa para perto e me dá um selinho leve.

- Fico feliz que a senhorita esteja fazendo com que o nosso filho se sinta bem com ele mesmo, vejo que você o faz muito bem não via um Olhin carinhoso assim desde os seus 14 anos. - o pai de pelle já era um velho idoso mas tinha uma sabedoria imensa, ouvi-lo dizer isso fazia com que eu me sentisse que eu estava me saindo bem.

Conversamos bastante durante a Noite, as bandas começaram a se apresentar, decidi que eu também iria cantar, esse seria o meu presente para pelle, e um presente de agradecimento pelos pais de Pelle.

subi ao palco todos estavam assobiando e batendo palmas, principalmente Olhin ele era realmente o meu fã número um de toda aquela plateia que estava em minha volta.

falei com o pianista o timbre que eu queria então comecei a cantar.

muitas pessoas estavam a gravar com as suas máquinas de filmagem, o jornal estava ali então eu estava sendo transmitida ao vivo pela TV.


A jogada de cabelo para trás de Pelle era perfeita, ele conseguia ficar bonito até mesmo fazendo coisas básicas, era uma música tão profunda que guardei durante semanas para cantá-la só para ele. Assim que termino todos me aplaudem e assobiam gritando o meu nome, eu estava tão feliz que estava conseguindo chegar aonde eu queria... e muito mais feliz pelas minhas composições estarem me trazendo aqui.

Pelle rapidamente levanta-se e coloca a sua mão em minha nunca, estávamos a nos beijar forte, eu sentia que ele não queria ir embora e que com pequenas coisas eu estava convencendo a sua alma solitude a ficar neste paraíso que chamamos de amor.

os jornalistas se aproximaram e então me fizeram uma entrevista breve, tirei fotos com algumas pessoas, os pais de pelle e Anders estavam me elogiando bastante, eu somente queria que todos os dias fossem assim.

De repente o meu telefone toca, era a minha vó desejando-me um Feliz natal.

- eu juro que queria que estivesse aqui para presenciar todo o meu esforço vovó...

- eu sei minha querida... sei que a minha netinha é esforçada, você é a minha garota talentosa desde os 10 anos de idade, a vovó ama muito você. - ela estava mandando beijos pelo telefone.

- Feliz Natal para a minha mãe... obrigada por tudo...

- logo estarei aí para matar a saudade, mas não fique triste aproveite o seu momento, ele é todo seu.

me despeço e desligo o telefone, Per acaricia as minhas costas, Os seus pais já haviam ido embora, e nós também estávamos indo.

- eu não consigo esquecer aquele voz angelical em meu ouvido. - pelle sorri de lado, estávamos indo abraçados para casa.

- bem diferente da sua né? - digo e ele rir. - eu posso dizer que sou mais brutal. - nós rirmos.

De repente Euronymous aparece na nossa frente, com um semblante um tanto sério.

- nós precisamos conversar. - ele dirige-se a olhin.

- eu não vou falar com você agora. - pelle esbarra de ombro em Oystein.

- tem que ser agora! é sobre o faust acho que a gente tá encrencado.

paramos de andar e então Pelle olha para mim, nós já sabíamos oque Faust tinha feito mas não poderíamos deixar claro que sabíamos disso.

𝐻𝑒𝑙𝑣𝑒𝑡𝑒  (𝐿𝑜𝑟𝑑 𝑜𝑓 𝑐ℎ𝑎𝑜𝑠) Onde histórias criam vida. Descubra agora