FELIX
point of view— Minho não vem hoje também? — questionei.
— Eu não sei. Ouvi Mike dizendo para a Toni que ele estava indisposto.
Me manti em silêncio, voltei a rascunhar frases aleatórias no meu caderno que algum dia poderiam ser músicas ou apenas frases que nunca sairiam do papel.
A porta do estúdio foi aberta e Minho e Mike entraram. Como é possível alguém adoecer tanto em apenas um dia? Minho estava com olheiras fundas, os olhos avermelhados e o cabelo todo bagunçado. Parecia ter saído de casa de pijama, já que usava uma calça moletom e um outro moletom por cima, mas estava tão calor que eu me perguntei se ele estava febril.
— Desculpe, eu não pude vir ontem. — ele disse.
— Claro, tudo bem. — Hyunjin respondeu por nós dois e ambos pegamos tudo que precisariamos para (re)começar a gravação.
A parte do refrão era a única que estávamos presos, nenhum tom que tentávamos encaixava. O outro Lee só estava piorando tudo hoje.
Sua voz parecia triste e não estava encaixando com o ritmo de forma alguma. Bati os dedos no microfone e encarei meu melhor amigo, Hwang balançou a cabeça como quem não entendia o que estava acontecendo e eu resolvi interferir.
— Minho, você não está em condições de gravar essa música hoje.
— Eu estou. Só preciso... dos meus remédios, eles vão me ajudar.
— O quê?
— Tá na minha bolsa.
— Onde está a sua bolsa? — eu perguntei. Ele parecia aéreo, tão preso em seu próprio mundo que não respondeu minha frase com nenhuma provocação.
— Com o Jisung... — sussurrou.
— Quem é Jisung? — Olhei para o Mike. — Quais remédios são? Quantos você precisa tomar? Onde o Jisung está? Eu vou pegar.
— Você está bombardeando ele de perguntas, Felix. — Hyunjin me repreendeu.
— Eu só quero ajudar.
— Vá com calma, ele não parece estar pensando direito.
— Certo, onde posso encontrar o Jisung? Você sabe, Mike?
— Acredito que ele esteja na sala de prática agora. — olhou o relógio de pulso. — Com a Chaeryeong.
— Chaeryeong é aquela garota ruivinha que canta bem? — Hyunjin riu, dei um tapa em seu ombro e ele se calou.
— Essa mesma.
— Eu já volto. Minho, venha comigo.
— O quê? — ele me olhou. — Precisamos terminar de gravar a música.
— Não precisamos, não. Você vai para casa.
— Felix, eu vou continuar gravando a música.
— Pelo amor de Deus, Minho. Você está acabado, não vai conseguir gravar nada assim. Vou te levar até o seu amigo e você vai voltar para casa, e nem pense em me aparecer aqui doente.
[...]
Aproveitei que a porta da sala de prática estava aberta e entrei. Minho, que mal parava em pé sozinho, se apoiava em mim.
— Ei, com licença. — chamei a atenção dos dois, que apenas permaneciam sentados enquanto assistiam algo em seus celulares. — Você é o Jisung? Da banda dele?
— Isso, sou eu. Está tudo bem?
— Comigo sim, com ele não. — Ajudei Minho a se sentar no sofá que havia lá e o garoto apoiou a cabeça no ombro de Chaeryeong. — Ele falou que precisa de uns remédios para ficar bem, ele até que está falando direito, mas não parece ter noção do que está saindo da boca dele.
— Vou levá-lo para casa. Obrigado por trazê-lo aqui.
— Imagina, espero que ele fique bem.
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blank space - minlix
RomanceFelix e Minho são da mesma gravadora, mas seus caminhos nunca haviam se cruzado até certo momento. Minho, o guitarrista e vocalista de uma famosa banda de pop recebe uma proposta para colaborar em uma parceria com Lee Felix, o solista de sua empresa...