capítulo 06

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FELIX
point of view

— Minho não vem hoje também? — questionei.

— Eu não sei. Ouvi Mike dizendo para a Toni que ele estava indisposto.

Me manti em silêncio, voltei a rascunhar frases aleatórias no meu caderno que algum dia poderiam ser músicas ou apenas frases que nunca sairiam do papel.

A porta do estúdio foi aberta e Minho e Mike entraram. Como é possível alguém adoecer tanto em apenas um dia? Minho estava com olheiras fundas, os olhos avermelhados e o cabelo todo bagunçado. Parecia ter saído de casa de pijama, já que usava uma calça moletom e um outro moletom por cima, mas estava tão calor que eu me perguntei se ele estava febril.

— Desculpe, eu não pude vir ontem. — ele disse.

— Claro, tudo bem. — Hyunjin respondeu por nós dois e ambos pegamos tudo que precisariamos para (re)começar a gravação.

A parte do refrão era a única que estávamos presos, nenhum tom que tentávamos encaixava. O outro Lee só estava piorando tudo hoje.

Sua voz parecia triste e não estava encaixando com o ritmo de forma alguma. Bati os dedos no microfone e encarei meu melhor amigo, Hwang balançou a cabeça como quem não entendia o que estava acontecendo e eu resolvi interferir.

— Minho, você não está em condições de gravar essa música hoje.

— Eu estou. Só preciso... dos meus remédios, eles vão me ajudar.

— O quê?

— Tá na minha bolsa.

— Onde está a sua bolsa? — eu perguntei. Ele parecia aéreo, tão preso em seu próprio mundo que não respondeu minha frase com nenhuma provocação.

— Com o Jisung... — sussurrou.

— Quem é Jisung? — Olhei para o Mike. — Quais remédios são? Quantos você precisa tomar? Onde o Jisung está? Eu vou pegar.

— Você está bombardeando ele de perguntas, Felix. — Hyunjin me repreendeu.

— Eu só quero ajudar.

— Vá com calma, ele não parece estar pensando direito.

— Certo, onde posso encontrar o Jisung? Você sabe, Mike?

— Acredito que ele esteja na sala de prática agora. — olhou o relógio de pulso. — Com a Chaeryeong.

— Chaeryeong é aquela garota ruivinha que canta bem? — Hyunjin riu, dei um tapa em seu ombro e ele se calou.

— Essa mesma.

— Eu já volto. Minho, venha comigo.

— O quê? — ele me olhou. — Precisamos terminar de gravar a música.

— Não precisamos, não. Você vai para casa.

— Felix, eu vou continuar gravando a música.

— Pelo amor de Deus, Minho. Você está acabado, não vai conseguir gravar nada assim. Vou te levar até o seu amigo e você vai voltar para casa, e nem pense em me aparecer aqui doente.

[...]

Aproveitei que a porta da sala de prática estava aberta e entrei. Minho, que mal parava em pé sozinho, se apoiava em mim.

— Ei, com licença. — chamei a atenção dos dois, que apenas permaneciam sentados enquanto assistiam algo em seus celulares. — Você é o Jisung? Da banda dele?

— Isso, sou eu. Está tudo bem?

— Comigo sim, com ele não. — Ajudei Minho a se sentar no sofá que havia lá e o garoto apoiou a cabeça no ombro de Chaeryeong. — Ele falou que precisa de uns remédios para ficar bem, ele até que está falando direito, mas não parece ter noção do que está saindo da boca dele.

— Vou levá-lo para casa. Obrigado por trazê-lo aqui.

— Imagina, espero que ele fique bem.

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