capítulo 13

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FELIX
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— Se vocês se resolveram ontem, acredito que o ódio do Minho por você possa voltar. — Hyunjin disse assim que saímos do apartamento dos dois.

— Merda, eu não devia ter aceitado dar aquela entrevista.

— O que você falou foi tão ruim assim?

— Falei que Minho é egoísta, alguém difícil de se trabalhar e que é diferente da imagem que passa para a mídia.

— Minho não tem nada de diferente do que ele passa para a mídia, Felix. — Hyunjin me repreendeu. — Ele só é sincero, a sinceridade pode ser uma implicância pra quem não aceita ouvir seus defeitos.

— Ah, quer dizer então que eu não aceito ouvir meus defeitos? — retruquei enquanto tirei meu celular do bolso para chamar um carro.

— Não disse isso sobre você. A carapuça anda te servindo muito ultimamente.

— Não é isso. Eu estava de cabeça quente quando dei aquela entrevista.

— Diz que quer mudar seu depoimento, sei lá.

— A entrevista já deve ter ido ao ar essa hora. Eu fui insensível sobre o período que o Minho passou durante a gravação de taste.

— Não acredito. — a feição de Hyunjin mudou totalmente e eu me arrependi mais ainda. — Você expôs a luta dele contra a depressão em rede nacional, Lee Felix?

— Não exatamente...

— Então, como me explica sua frase sobre ter sido insensível?

— Eu citei que ele não sabe separar trabalho e vida pessoal e que todos a sua volta são obrigados a lidar com os seus momentos ruins com remédios.

— Meus parabéns, você está passando o Minho como um viciado. Sabe o quanto ele será crucificado por isso? Você tem seu histórico com os seus problemas e ninguém lá te julgou por isso, ele não nos obrigou a lidar com nada dele, tanto é que quis gravar mesmo estando doente para tirar um peso a mais dos nossos ombros.

— Eu sei. — suspirei — Droga, eu realmente sei que fui um babaca. Não que isso justifique, eu estava possesso com toda essa história e a síndrome de protagonismo dele. Você sabe como eu fico.

— Sim. — ele disse. — Você acha que só o seu lado da história importa. Minho foi infantil de implicar com você por nada e você mais ainda, mas até onde eu saiba ele não expôs nada pessoal seu. Vou pra casa sozinho, pense no que fez e arranje uma forma de implorar pelo perdão dele.

MINHO
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— Ei, acho que você vá querer ler isso. — Seungmin me entregou seu celular aberto em uma matéria.

"Felix, o atual solista renomado, conta sua experiência ao trabalhar com Lee Minho, parceiro de empresa."

— Então, Felix. Queremos deixar claro que nossa conversa será transcrita e postada no nosso site, tudo bem?

— Sim.

Pulei para a parte que realmente interessava. Algo no fundo do meu coração me dizia que não haviam palavras boas sobre mim ali. Mesmo tendo tido uma breve reconciliação, eu não espero muita coisa de Felix.

Como foi para você trabalhar com Minho?

— Desconfortável.

— Em qual sentido?

— Minho é impaciente e um tanto quanto egoísta, as coisas devem ser feitas da maneira que ele quer, na hora que ele quer. Acreditava que veria nele o mesmo que ele exibe para a mídia, entende?

— Claro. Em algum momento das gravações, Minho teve algum comportamento que soe como alerta para você ou para os fãs?

— Minho atrasou a gravação em mais ou menos uma semana. — afastei o celular da minha visão por uns segundos. Ele não iria falar sobre a crise depressiva que tive quando vim trabalhar doente. Ou iria? — Acredito que ele estava doente, pelo menos era o que parecia. Parecia fora de si, dizia que um remédio específico iria acalmá-lo e que só aquilo fazia efeito nele. Foi meio assustador, na real. Nunca tinha visto ninguém naquele estado antes.

— Como ele estava? Pode descrever?

— Pálido, lábios roxos e olhos inchados. Parecia não dormir há dias. Não soa alarmante quando alguém só consegue se acalmar com o efeito de remédios? É como uma droga.

Aquilo já era demais até pra mim.

— Minho. — Toni apareceu. — Precisamos conversar. Agora.

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