Olhos

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Capítulo dois
Olhos

Acordei no quarto, coberta, confortável e quente. Esfrego os olhos e empurro o cobertor pesado para longe do meu corpo, lembrando da noite anterior. Me sento e toco o chão frio com o pés ficando de pé.

Caminho até o guarda roupa, abro a porta e dessa vez a um espelho em uma das portas na parte de dentro, estou de camisola, fina e rosa. Dentro uma saia longa preta e uma blusa de manga caída "tomara que caia", tirei a camisola e vesti a roupa. A rotina da noite anterior.

“Por que fiz isso?” penso, de alguma forma isso parece uma rotina que eu conheço, mas tudo bem. Alguém bate a porta, fecho o guarda roupa e vou até a porta a abrindo.

-Oi - o homem parado ao batente me encara, ele parece feliz - quem é você?

-Me chame de Ellan. Você acordou cedo hoje.

“Sim, eu acordei, mas aonde eu acordei?” me vejo em uma pergunta sem resposta.

- Que lugar é este?

-Castelo de Wissberd, já ouviu falar?

Tento me lembrar mas falho miseravelmente.

-Não conheço...

-ah? Não? Poxa...fico muito triste, mas não é sua culpa.

Não sei onde estou, não sei o que faço aqui...nem meu... Meu nome!

- A faxineira achou isso em baixo da sua cama enquanto arrumava, parecia ser importante, só vim devolver.

Ele me entrega um caderno, pego e encaro o caderno de capa de couro, folhas amareladas e uma fita o lacrando como se fosse o proteger de qualquer um que o lê-se. Olho para Ellan mas ele já não está mais aqui, seguro o caderno contra o peito, olho em volta e só vejo o corredor com quadros de maçãs, começo a andar.

“Uma explorada não mata ninguém.” afirmo andando pelo castelo, faxineiras, cozinheiros, e sei lá mais quem trabalha em castelos passeiam para lá e para cá, quando me notam me encaram e cochicham, me sinto muito desconfortável e tudo isso me deixa ansiosa. Com o caderno ainda prensado contra o peito começo a andar mais rápido, acho outra escada, subo e um corredor com uma porta no final. Tem quadros nesse corredor, a vários olhos pintados nesses quadros.

Me vejo assustada, meu coração bate forte e eu escorrego caindo escada abaixo.

-Tola - consigo escutar alguém dizer, seguido de murmúrios e risadinhas. Minha cabeça roda pois provavelmente a bati. Desisto de tudo e fecho os olhos tentando me acalmar, mas pego no sono.

Me & The DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora