Mariane parte dois

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Capítulo cinco
Mariane – parte dois

O som da vitrola muda, me viro para ver quem trocou o disco, me deparo com Ellan encarando a vitrola, não lembro de ter visto ele entrar.

—Essa música é bem melhor, não acha?

Não reajo, apenas o encaro, ele se vira para mim com um sorriso doce.

—quem era a pessoa que você conversava? Você está bem hoje?

— Não sei quem era, talvez uma criada. Respondendo, sim, estou bem.

— Curta e grossa, você é linda... você já pode me dizer seu nome?

Engulo em seco, me esforço pra lembrar meu nome, mas eu não sei se consigo lembrar.

—talvez depois, vou olhar a biblioteca.

— os criados limparam a biblioteca, colocaram livros novos, alguns dicionários, bibliografias, histórias, contos, Estórias e mapas.

—tem algo pra estudos?

Ele me olha com dúvidas, ele não pergunta nada apenas chama um criado que sai das sombras do salão – não lembro de ter visto ninguém – sussurra algo em seu ouvido.

— como algo antes de ir para biblioteca e quando for estará sobre a mesa seus livros. Tentei deixar as coisas ao seu agrado.

Me retiro do salão, vou em direção a sala de jantar, entro e tem várias comidas sobre a mesa, como algumas panquecas, um copo com leite quente e termino comendo alguns mirtilos, meio azedos. Parece que a cada dia mais tempo fico acordada.

Me levanto e vou para a biblioteca, quando entro me deparo com Mariane, ela se assusta quando me vê, seus olhos vermelhos cheios de lágrimas e sua boca manchada de sangue, ela tampa a boca e tenta sair, mas tropeça e cai no chão, eu a alcanço para ajudá-la e ela continua com as mãos tampando a boca. Ela chora feito criança, mesmo em silêncio.

— Mariane, por que está coberta de sangue? Por que tampa a boca? Mariane, não corra nas escadas!

Ela fica quieta, nem um som de sua doce voz se propaga, o silêncio se torna ensurdecedor e eu arrisco mais uma pergunta.

— Mariane, por que não responde?

Ela me olha, tira as mãos da boca e a abre, o sangue saindo do lugar onde sua língua deveria estar, coberta de sangue. Meu estômago embrulha e eu vomito, ela se levanta e corre, perco ela de vista e tento me levantar limpando a boca de vomito.

—Mariane! Volte!

Fico bamba e fraca, sinto algo bater na minha cabeça e desmaio.

Me & The DevilOnde histórias criam vida. Descubra agora