☼ Capítulo dezessete

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* A varanda que vai aparecer em uma cena é no ALTO de um prédio, nos últimos andares. Ou seja, é totalmente privativa, sem que ninguém possa ver nada.

🌴

Jeon Jungkook.

O que que eu fiz pra merecer nascer pobre?

Hoje é quarta-feira, e eu trampei pra cacete. Tô morto, papo reto. Só fiz entrega lá no cu do Rio, nem consegui parar pra almoçar. Mas agora finalmente tô indo pra casa.

Tive outro encontro com o meu loirinho no domingo. Cantei pra ele no karaokê, ele até chorou. Fiquei todo mole, ver ele chorar não foi bom. Depois que eu acabei de cantar, a gente bebeu só um chopp e ele me deixou em casa. Ainda não vi ele essa semana.

E... eu tô com saudade, né?

Ele já tá com o apartamento novo, esteve ocupado ajeitando as paradas nesses últimos dias. Eu me ofereci pra ajudar, mas ele disse que não precisa, que tô ralando muito e saindo do trabalho cansado. O que é verdade.

Saio do restaurante que faço entrega e vou pegar a minha filha – minha moto – no beco atrás dele. Geralmente, deixamos as motos aqui, pra não deixar na calçada e atrapalhar os clientes e os pedestres. Só entramos pra pegar as entregas e receber no final do dia.

Agora já tá tarde e o beco tá vazio. Geral já meteu o pé e, como eu tomei no meu cu e fiquei com as entregas mais longas, tô sendo o último a sair, agora são quase oito horas da noite.

Tô tirando a chave do pescoço quando escuto uma risada. Franzo o cenho e viro pra trás, vendo alguém andando por ali. O beco só tem um poste de luz fraca e amarelada, e por isso não consigo ver quem é a pessoa.

Mesmo assim, fico na defensiva. Vai que é assalto?
Cruzo os braços e fico parado na frente da moto, esperando o sujeito mostrar a cara. Eu só não esperava que seria...

O ex do Jimin. O Jean, Luan, foda-se.

— O que que tu quer? — pergunto com ignorância.

— Calma, Jeon Jungkook, eu vim em paz. — Ele ergue as mãos, sorrindo. Desgraçado, eu odeio ele.

— Manda o papo, tô com tempo pra tu não.

Ele se aproxima mais e respira fundo, trincando o maxilar. Mais um centímetro perto e eu dou um soco na cara dele, papo reto.

— É sobre o Jimin — ele fala e eu arqueio uma sobrancelha, não entendendo quando ele ri com deboche antes de continuar: — Ele terminou comigo porque vocês estão nesse lance aí de... sei lá. Mas ele vai voltar pra mim. — Meu sangue ferve e eu fecho a mão em punho. — O Jimin não é assim, ele me ama, a gente era perfeito. Mas aí você fez a cabeça dele e ele se deixou levar.

— Perfeito porra nenhuma, tu só fodia com a cabeça dele, seu abusivo escroto do caralho!

— Continuando... — Ele me ignora, bufando. — Vocês não têm chance nenhuma de ficarem juntos. Até você sabe disso, né? Ele nasceu pra ser bem-sucedido, é inteligente, de família da classe alta. E você é só um suburbano marginal que trabalha como motoboy.

Que se foda. Dou um soco na cara do comédia e ele é tão fraco que quase capota. Mas eu seguro ele pela camisa e empurro contra a parede.

Garoto de Ipanema - PJM + JJK Onde histórias criam vida. Descubra agora