Desde o momento em que fixou os olhos nela, linda enquanto se perdia entre os passos da coreografia de balé, Jungkook soube que seria ela. Seria ela a pessoa que gastaria todas as energias para ter em mãos, ela que iluminaria os cantos de escuridão...
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◞／❥ 𝑺𝒆𝒎𝒑𝒓𝒆 𝑬𝒔𝒕𝒐𝒖 𝒄𝒐𝒎 𝑴𝒆𝒅𝒐 𝒅𝒆 𝑽𝒐𝒄𝒆̂ : 🦢ᵎ ִֶ
↝✾ 𝑀𝑜𝑜𝑛 𝐻𝑎𝑖𝑙𝑒𝑦
Tem mesmo algum valor nesta coisa que chamamos de "viver"?
Na maior parte do tempo tudo parece sempre tão em frangalhos, a vida perdida na escuridão e a morte iluminada por seus corações.
Os papéis se invertem quando você se olha no espelho e odeia sua própria imagem, quando acorda e deseja nunca parar de dormir, quando dorme vencida pelo choro que traz uma dor que inunda sua alma.
A vida tem mesmo que ter esse nível de crueldade?
Por que temos de viver sob esse preço tão caro de existência?
Por que eu tenho que viver cada vez mais afundada nestes infernos?
Toda a minha existência é só um colapso de situações ruins e destruição em massa. Um conjunto cruel de acontecimentos que me matam cada pedacinho da alma a cada instante.
E eu nunca pedi por nenhuma dessas coisas.
- Hailey? - a voz suave de Jungkook me chama, parece distante, mas ele está bem na minha frente.
Fui posta sentada em sua cama assim que entramos no quarto, ele está ajoelhado na minha frente, sujo do próprio sangue enquanto volta sua atenção completamente para mim.
Jungkook está diferente de todas as outras vezes que o vi nestas situações. Diferente do dia do segurança, diferente da vez que quase matou um homem a socos.
Agora seus olhos estão brilhando uma melancolia incessante, sua atenção parece mais em mim do que em seus atos anteriores, sua expressão está cálida, quebrada, e mesmo sua respiração parece desregulada.
Me pergunto para onde ele foi durante aqueles segundos que transformava o rosto do seu próprio tio em um conjunto de entranhas, e me pergunto onde está agora enquanto me fita assim.
Ele parece sempre tão seguro de suas próprias atitudes, sempre tão alinhado com sua catástrofe anterior e certo de seu caos pessoal.
Diz com normalidade que acredita que nós dois teremos um fim literalmente mortal, ou ao menos um dos dois, porém me entrega emoções mais parecidas com culpa do que com frieza quando me joga em sua bagunça ambulante.
Sinto que tentar o entender é a mesma coisa do que tentar achar a saída de um labirinto sem fim.
Não sei quem ele é, não sei o que suas ações significam e não consigo de forma alguma compreender metade das coisas que faz e diz.
Mas hoje foi firmada uma sentença da qual não posso mais escapar e estou pronta para aceitar de que não tem mais como fugir de toda essa situação.
Ou eu enlouqueço o suficiente para me igualar a eles, ou fico lúcida enquanto observo minha destruição.
