Capítulo 8

0 0 0
                                    


         Desta vez fiquei calada procurava me esquivar daquele belo rosto. Ele não parava de olhar para os meus peitos aquilo já estava soar bem deturpador, ajeitei meu corpo na carteira e cruzei os braços pelo menos assim ele para de ter ideias loucas comigo, que são coisas que nunca vão acontecer. Nunca!
      — Este é o momento... — disse ele com rosto de convencido — Em que eu me levanto e recebo seu número e vazo daqui...
      — Sabe o que eu acho? — falei rapidamente sem lhe dar tempo pra responder — eu acho que você deve ir agora e fazer uma lavagem cerebral e esquecer que existo. Pode ser?
      — Esta bem! Então... Venho buscar o número depois — disse de queixo erguido e um sorriso sarcástico.
— Muito obrigado! Não imaginas o favor que estas a fazer...
      — Tchau!
      — Tchau pode ir! Mas que droga — resmunguei.
          Até que em fim ele foi embora. Hai meu Deus! Eu já não aguentava mais, aquilo era muita coisa para processar em curto tempo. Sai correndo quando a sineta toucou indicando a saída. Fui diretamente pra casa, mas no resto do caminho fiquei olhando pra os cantos para se certificar que não estava ser seguida, porque com certeza aquele rapaz tem essa coragem. Logo que cheguei encontrei minha mãe na sala, dei-lhe um oi! E se dirigi no meu quarto depois do que aconteceu precisava ficar uns tempinhos sozinha.
      — O que foi filha? — minha mãe gritou lá da sala — você está bem? Abidemi
      — Eu estou bem mãe — respondi — não precisa se preocupar!
      — Já que o dizes...
      — Isso mesmo mãe. Não tem nada por aqui...
      — Sabes que tenho uma novidade pra contar?
      — Tens?
      — Tenho! Uma das boas...
          Em menos de segundos ela já estava na porta do meu quarto pronta pra entrar, mas tive que impedir com que ela entrasse não queria que ela percebesse o meu estado, se não a casa explodiria com inúmeras teorias da conspiração. — Mãe não entre!
      — O que foi? Você disse que está tudo bem!
      — Sim eu disse... — balbuciei — mas sabe mãe... Eu... Estou naqueles meus dias...
      — Já? Foi rápido, no meu caso começou mais cedo...
      — Do que a Sra. Esta falando?
      — Você está menstruada é disso que estou falando!
      — Não! Não é isso mãe — exclamei. Que mente fértil minha mãe tem — Só preciso ficar um pouco sozinha e nada mais. Pode ser? Mãe.
      — Está bem! Minha querida, mas depois precisa comer alguma coisa...

    — Pode deixar comigo! — respondi com irónico sorriso, depois percebi que talvez estivesse a exagerar muito — E... Mãe. Peço desculpas por não estar com cabeça pra ouvir sua novidade, mas eu prometo que depois ouço.
      — Esta bem! — respondeu secamente. É uma pena, mas eu preferiria assim, porque do jeito que minha cabeça esta com certeza, não iria perceber nada do que ela tinha pra me dizer. Horas depois dei umas voltas na cozinha aquecia o meu almoço — que por cortesia do tempo já havia se transformado no meu jantar — e me sentei no sofá pra ver TV infelizmente já eram vinte horas e minha mãe já havia dormido — acho que hoje irei de ver La casa de papel sozinha. Tudo bem que ela fazia inúmera criticas com relação à série, mas ainda assim eu sentia falta dela, afinal toda e qualquer obra cinematográfica precisa de um bom critico. E essa é uma das lições que aprendi com os homens da resistência não importe o que acontecesse eles sempre se mantinham unidos, apesar de haver casos em que o clima se tornava tenso e complicado, desmembrando assim o grupo, mas o professor sempre encontrava uma maneira brilhante de lhes unir.
           Por um rápido momento pude perceber que a lâmpada da cozinha havia sido acesa — Mãe! É você?
      — É claro filha — respondeu com uma voz rouca — quem mais pode ser? Esta casa só mora duas pessoas...
      — E os anjos não valem? — tentei ser engraçada e ela deu um curto sorriso. Pegou um copo com água e veio sentar junto a mim — o que se passa?
      — Não consigo dormir — disse secamente, pelos visto ela estava muito aborrecida — eu tento mais não consigo...
      — Talvez seja só porque ainda não descobriste a raiz dos problemas.
          Joguei-me em seu colo e ela passava suas delicadas mãos no meu cabelo, pude ver no fundo dos olhos dela algo nunca antes visto, ela estava triste, mas não era uma tristeza qualquer: era muito profunda, aquilo me preocupou bastante, afinal o que estava se passar com ela?
      — Pelos visto alguém aqui teve um dia mais péssimo que o meu — insinuei na esperança dela se abrir.
      — Seu dia foi péssimo? — ela virou a armadilha para minha direção agora eu precisava me abrir — o que foi que aconteceu? Não foi grave, pois não?
      — Não foi nada de mais, mãe. — falei com a respiração presa — e então... Agora já podes me contar a sua novidade.
      — Não há nada pra contar...

Meu pai é VirgemOnde histórias criam vida. Descubra agora