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Já se fazia quase uma lua, e Alyssa não aguentava mais tanta água a cercando, entretanto não podiam ir voando já que corriam o risco de Rosh estourar os pontos dados em seu ferimento, ou os dragões se atracarem novamente um no outro.

— Estamos chegando — Rosh anunciou se aproximando sem fazer barulho, Alyssa pulou devido ao susto e ele riu — Foi mal carmim, não queria te assustar.

— Não faça isso de novo — ela pede e ele assente, ela olha os dragões voando acima, um ao lado do outro como se quase não tivessem se matado no início do mês.

— Ainda enjoada? — perguntou ficando atrás dela

— Infelizmente — ela disse — Odeio navios — resmungou — Sempre enjoo.

— Você é mais do céu do que do mar, então é compreensível — ele diz e ela concorda, os dois ficam em silêncio enquanto olham os dragões

— Diz logo — ela manda entredentes, ele suspirou passando a mão pela nuca, ela se vira o encarando e ele desvia o olhar — Vamos lá, diga.

— Suas servas falaram comigo — ele assume e ela cruza os braços sobre o peito — Sinto muito

— Isso seria um bom motivo para esse navio dar a volta e eu ficar em casa, não? — no seu tom de voz havia sugestão, nos seus olhos havia raiva

— Coisas assim são normais — ele comentou e ela riu com escárnio

— Sim, claro, super normal alguém engravidar na primeira foda com o “parceiro” e perder a criança menos de um mês depois, isso se essa coisa puder ser chamada de criança — ela resmungou e ele fechou os olhos respirando fundo

— Carmim…

— Sor Jorah! — ela chamou pelo escudo juramentado que via vagando no convés

— Princesa. — ele fez uma breve reverência atendendo ao chamado e ela se afastou do marido e foi até o guarda.

— Venha, quero ouvir uma história — ela disse entrelaçando o braço com o do homem que sorriu gentilmente para a garota.

Jorah havia sido o escudo juramentado da rainha Aemma desde o momento em que Viserys se tornou rei, e após a morte da rainha Arryn, o rei encarregou o homem de cuidar da princesa mais velha, coisa que o homem fazia com prazer. Muitos alegavam que o cuidado do homem pela garota se dava pelo fato de que ela tinha a mesma idade que a filha do homem deveria ter se não tivesse perecido para uma forte febre.

— O que a princesa quer que eu conte? — ele perguntou, ela guiou os dois para alguns bancos do outro lado do convés

— Sobre o meu avô Baelon, eu gosto de ouvir sobre ele — ela diz se sentando no banco, o homem se sentou no banco da frente.

— O seu avô, Baelon, recebeu esse nome em homenagem a um antigo Senhor de Pedra do Dragão, que também foi um segundo filho. — o homem repetiu o que ele sempre repetia a pedido da menina — Dizem que em 57 d.C., apenas dois dias antes dele nascer, Corvos Brancos voaram da Cidadela para anunciar o início da primavera, e por isso o príncipe recebeu o apelido de Príncipe da Primavera, a dizeres de que o Grande Meistre Benifer temia pela inimizade entre Baelon e seu irmão mais velho Aemon, como aconteceu com Aenys e Maegor, mas no fim não havia motivo para tais preocupações, pois Baelon admirava seu irmão e seguia-o por toda a parte, imitando seu passos. Eles eram extremamente próximos.

— Eu era pequena, mas me lembro de ouvir ele falar do irmão com muito amor — a garota comenta e olha pro céu vendo três pequenos dragões que voavam baixo e com dificuldade, enquanto tentavam imitar os dragões maiores.

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