Bénédiction

Brasa

Assim que finalmente conseguiu parar e sentar depois de tanto tempo andando Luciano só queria beber o maior copo de cerveja que pudesse aguentar, mesmo que ainda fosse de manhã, ele esperou a taberneira favorita notar sua presença no meio de tantas pessoas.

- Bom dia minha querida.

- Bom dia...

- Esqueceu meu nome foi?

A loira olhou de cima a baixo, parecia estar com duvida, o que era estranho visto que ela era quem sempre entregava suas missões.

- Ta tudo bem Yolanda? Sou eu, o Luciano...

- Eu sei – Ela se aproximou com uma caneca enorme de cerveja – E é isso aqui que você sempre pede certo?

- Eu e o resto da taverna neh? – Ele bebeu um gole generoso, como era bom – Mas tudo bem.

A mulher começou a andar até o fundo do bar, não passou desapercebido pelo moreno que ela estava andando de um jeito diferente, parecia quase rebolar, o que deixava as curvas generosas ainda mais evidentes, ele tentou disfarçar bebendo outro gole quando viu a taberneira voltar.

- Chegou isso aqui pra você.

Ela jogou na mesa um envelope com o selo real, "mas que porra?", ele leu o verso.

"Vermelho como a brasa"

Era o apelido que ele ficou conhecido depois de derrotar uma serpente de fogo e sair banhado pelo sangue da criatura, apesar de ser meio brega ele gostava, até usava duas munhequeiras vermelhas só para fazer graça.

- É pra mim mesmo, o que caralhos a coroa quer comigo.

- Eu vou saber?

Ele abriu o envelope e se curvou um pouco para ler o conteúdo.

"Assim que estiver em território real sua presença imediata é requisitada pelo rei Philiph I.

Chegue antes do anoitecer"

Muito acolhedor e muitíssimo suspeito, ele terminou de beber o copo em uma golada, o que poderia a coroa querer com um caçador de recompensas qualquer? Claro que ele era melhor, mas o rei tinha seus próprios lacaios.

- Vou indo querida – Ele jogou duas moedas de bronze na mesa quando se levantou.

- Fica por conta da casa.

- Você tem certeza? Não vai cobrar cerveja? Você ta bem mesmo mulher?

- Fica tranquilo cariño, é um dia atípico.

Mesmo estranhando ele pegou de volta as duas moedas, cerveja de graça não era de se questionar.

______________________________❤_______________________________

Luciano começou a andar pelos arredores do castelo, primeiro precisava ter certeza que não era algum tipo de armadilha, não que o trabalho dele fosse exatamente ilegal, mas também podia ter deixado algum nobre desagradado. Depois de andar bastante conseguiu encontrar um ponto que não seria suspeito ficar parado, ele se aproximou de uma parede.

- Tititi – O barulho saiu baixo e ele deu tapinhas de leve na própria clavícula.

Se alguém estivesse olhando de perto iria reparar que sombras começaram a espiralar pelo corpo do moreno, mas por conta da claridade da manhã eram quase imperceptíveis, quando chegaram a gola da camisa uma ratazana totalmente preta que devia pesar mais de meio quilo apareceu, ele acariciou a cabeça do bichinho.

- Preciso que você faça uma coisa pra mim filho, entra no castelo e vê se tem alguma armadilha ou coisa do tipo.

A criaturinha olhou para sol e fez uma cara feia.