Bénédiction

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Francis não deu tempo para negociações, ele começou a guiar o moreno até a sala do trono, a cada passo em direção ao pai a magia do elfo começava a se acalmar.

- Fran... Não tem problema ver seu pai? Digo... EU ver o rei.

- Drazen – Ele parou e ficou de frente para o maior – Não tem, nunca vai ter, meu pai... Eu já disse quem você é.

- Quem eu sou?

- Sim – Ele levou uma das mãos do moreno até a marca que tinha no peito, a magia imediatamente respondeu trazendo a sensação de pertencimento aos dois – Caso não tenha entendido ainda, você é a pessoa que nasceu pra estar comigo e eu nasci pra estar com você.

O coração do escravo acelerou de uma forma que ele não imaginava ser possível, ele ficou corado como nunca tinha ficado em toda sua vida.

- Francis... Se me fosse permitido eu ficaria com você pelo resto da minha vida.

- Vai ser.

Drazen tinha se permitido ficar feliz com a ideia, a acreditar nisso, acreditar que seria livre, acreditar que seria amado, que do dia para noite ele tinha ganho tudo na vida. Que poderia se permitir ficar ao lado de Francis, que não precisaria se despedir de Luciano, Martín e Azriel. Ele estava sorrindo quando os dois chegaram em frente à sala do trono.

A porta estava coberta de vinhas e cipós, uma luz vermelha preenchia todo o ambiente, Francis se aproximou e colocou uma das mãos na porta. Ele não soltou a mão do outro em momento algum.

- Laissez-moi et mes invités passer (Deixe que eu e meus convidados passem)

A luz começou a se dissolver, os cipós e as vinhas saíram da frente, uma porta se abriu.

Drazen conseguiu ver uma enorme sala do trono, era tudo bonito e muito adornado. O ambiente parecia ser completamente fundido aos galhos e árvores que estavam por toda a cidade. Três tronos de madeira que saíam do chão estavam no meio do ambiente. Também era possível ver que vários corredores se estendiam atrás dos tronos. Val e Azi entraram logo atrás deles.

- Papai?! – Francis se aproximou dos tronos – Papai preciso falar com o senhor.

- Um momento meu filho – Voz vinha de todos os lugares.

Do corredor central no fim da sala logo surgiu um elfo, ele não parecia ser tão velho quanto Drazen tinha imaginado. O rei Faramund apareceu vestindo uma túnica azul escura simples, ele era uma versão mais velha do filho, a maior diferença estava nos olhos que eram de fato vermelhos.

Drazen tentou se curvar assim que o rei apareceu, mas a mão de Francis o impediu de fazer isso.

- Não tem necessidade de se curvar – O rei tinha um olhar – Meu filho me falou muito de você.

- Pai... – As orelhas de Francis se abaixaram.

- Hahaha – Ele andava em direção ao dois – Mas é verdade, ficou agitado desde...

- Pai! Não foi pra isso que eu vim.

Ninguém tinha lhe dito para falar nada, então Drazen ainda estava em silêncio, mas as reações de vergonha do mais novo lhe fizeram sorrir.

- Achei que não iria trazer ele aqui nunca – Faramund parou de frente para o escravo, ele precisava olhar para cima para falar com o homem – Drazen certo? É um prazer – Ele segurou a outra mão do humano.

- O prazer é meu, majestade – Ele abaixou o rosto.

- Pode olhar pra mim, quero que olhe pra mim – O rei fez uma cara de dúvida, ele estava sentindo algo ruim – Meu filho?

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