Bénédiction

Meu

Martín estava ofegante, a magia zumbia nos ouvidos, pensamentos desordenados rodopiavam a mente, cada célula do corpo parecia estar em chamas, eram sentimentos e sensações tão intensas que pareciam estar consumindo o mago vivo, mas quando Luciano finalmente tocou os lábios dele tudo parecia se diluir, não totalmente, mas o suficiente para o loiro entender que precisava de mais do outro.

- Martín não foge.

- Eu preciso de mais.

As palavras provocaram um arrepio que percorreu toda a espinha do caçador.

"Mais? Ele quer mais? O quanto mais? Eu dou o que ele quiser"

Foi o menor quem aproximou o corpo deles dessa vez, Luciano conseguiu sentir que até a boca e língua de Martín estavam com um calor fora do normal, o caçador aproximou ainda mais os corpos deles, isso fez o mago soltar um gemido leve e nesse momento as estrelas brilham tanto que Luciano conseguiu perceber de olhos fechados, talvez fosse melhor sair do corredor.

O mago agarrava o corpo dele com tanta força que Luciano precisou ir tateando até encontrar a maçaneta da porta, ele teve dificuldade para conduzir o loiro para dentro do quarto, já que esse parecia cada vez mais perder a noção do mundo ao seu redor e se segurar mais e mais no corpo do caçador, ele precisou fazer força para afastar os lábios dos dois:

- Martín... Eu faço o que você quiser... – Ele conseguiu fechar a porta do quarto.

- Eu... – O temperamento do loiro lutava para se manifestar, mas o desejo e o impulso que a magia provocava eram tão grandes que qualquer negativa teimosa foi rapidamente diluída – Tudo... Lu por favor... Queima muito...

"Lu" foi a razão pela qual o moreno agarrou o cinto que prendia a túnica do mago e removeu com um movimento, ele ficou decepcionado quando a túnica caiu revelando que Martín vestia mais uma pequena peça de roupa que escondia justamente onde o caçador queria chegar. Ainda assim ele parou por um segundo e observou todo o corpo do menor. Martín parecia frágil, a pele brilhava de leve e era tudo tão delicado, exceto pela cicatriz negra que marcava um dos ombros do mago. Luciano agarrou aquele corpo novamente e fez questão de deixar as mãos escorrerem por costas e cintura antes de seguraram a barra do short e se desfazer da peça sem maiores dificuldades.

- Era essa preciosidade toda que você tava escondendo embaixo das cobertas.

Martín sentiu um caminho de alivio conforme o maior percorria a pele dele, ele não se lembrava do toque do outro ser tão prazeroso. Como algo podia ser tão calmante e eletrizante ao mesmo tempo? O mago tinha certeza absoluta do que queria, mas assim que ficou totalmente exposto uma pequena gota de lucidez pingou a mente.

- Lu... Eu nunca...

- Eu imaginei estrelinha.

Não era uma conta difícil de fazer, se Martín tinha se isolado na casa em que vivia desde muito jovem e não teve ninguém para ensinar magia ou qualquer outra coisa, bom, ele provavelmente também não teve ninguém para... para fazer o que Luciano estava prestes a fazer com ele.

- Eu vou... Com calma? – Luciano não sabia se aquela tinha sido a melhor escolha de palavras, mas a maior parte do sangue não estava no cérebro.

- Não preciso de calma – Ele tinha se sentido ofendido com o comentário e ser o único sem roupa estava deixando Martín irritado, por um momento ele quis lembrar o caçador do que era capaz.

O mago encostou um dedo na camisa que Luciano usava e tentou liberar a menor quantidade de magia possível, mas essa estava tão descontrolada que saiu mais do que o necessário. A camisa se desfez em cinzas em um instante, não era a intenção, mas a pele do caçador também foi aquecida.