Motivos

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Luciano já conseguia ficar sentado tranquilamente e mover as pernas, agora precisaria avançar um pouco mais e sustentar o próprio corpo.

- Se você cair ele vai ficar irritado com você – Drazen observava enquanto o outro se preparava para sair da cama, mas ele mesmo testava se conseguia mover os pés.

- Ele vai ficar irritado comigo de qualquer jeito.

- Você também não ajuda...

- Ele que é marrento – Luciano impulsionou o corpo, depois de algumas balançadas e precisar abrir um pouco os braços ele conseguiu ficar de pé – Eu sou uma graça, é impossível não gostar de mim.

Dazen apenas riu de forma discreta e abaixou a cabeça.

- Você é único, isso é um fato.

- Agora eu vou andar.

O maior até se posicionou melhor na cama para ver a tentativa do outro, Luciano por sua vez conseguiu começar a dar passos pequenos em direção a porta.

- Ta vendo? Passinhos de neném!

Os dois viram a porta se abrir e Luciano sentiu o coração errar as batidas, mas essa apenas abriu uma fresta, não o suficiente para uma pessoa passar, logo as pequenas sombras apareceram e chegaram até o ombro do caçador, trazendo consigo a sensação agradável de frio e o roedor se materializou.

- Lembrou que tem pai foi?

Azi fechou a cara e emitiu uma sequencia longa de guinchados. Drazen pendeu a cabeça para o lado e esboçou a maior cara de duvida possível, ele assistiu enquanto o moreno contraia os lábios e ficava vermelho com as "palavras" do rato.

- O que ele disse?

- Nada.

- Nada não foi.

- N A D A.

- Então ta bom – O maior levantou as mãos em sinal de "rendição".

- De volta aos serviços então – Luciano limpou a garganta e começou a andar com dificuldade até a porta.

- Onde você vai?

- Explorar.

Drazen apenas se ateve a observar e fazer movimentos de negação com a cabeça.

Com muito esforço e teimosia Luciano finalmente conseguiu atravessar a porta, caralho como era bom observar alguma coisa que não fosse aquele quarto. O moreno se deparou com um grande cômodo, era como se sala, cozinha e "escritório" estivessem juntos, o teto era abobadado e tudo, inclusive o chão e os moveis eram de uma madeira escura, rústica, mas muito bonita. Ele encontrou o loiro sentado em uma mesa com alguns livros abertos, esse por sua vez virou o rosto na direção do outro.

- Oi! – Luciano tentou soar simpático.

- O que você ta fazendo aqui?! – Martín começou a levantar e ir na direção do moreno.

- Calma, calma! – Luciano ergueu a mão em sinal de "pare" – Eu consigo! Espera ai – Ele viu os olhos do mago o encararem com raiva – Por favor?

- Anda então.

Era agora, ele começou a dar pequenos passos na direção do outro, mesmo que vacilasse um pouco estava tendo sucesso. O loiro não percebeu, mesmo que estivesse de braços cruzados sorriu ao ver o visitante apresentando uma melhora tão grande. Luciano finalmente conseguiu chegar na frente do outro, ele estendeu a mão na intenção de cumprimentar Martín.

- Que isso? – O loiro por sua vez não moveu um músculo.

- A gente começou com o pé direito, então to tentando de novo – Ele balançou a mão mais uma vez.

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