1.01- Furacão Agatha

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Eu e Kiara estávamos jogadas no sofá da casa dos Routledge. John estava no banheiro, Pope cochilando no sofá da varanda, e JJ estava com uma loira esquisita no quarto. Não a vi chegar, então é bem provável que tenha voltado conosco da festa de ontem.

— Acho que vou fazer uma tatuagem, o que acha?— desvio o olhar do celular e encaro a morena do meu lado.

— De quê?— pergunta sonolenta.

— Ainda não sei.

— Que tal um sol?

— Minha mãe tem uma tatuagem de sol no ombro, ela vai falar que foi plágio.— Kiara ri.

— Então, sei lá, uma tartaruga?

— Vou fazer uma onda na costela.— Kie fez careta — Muito clichê, do jeitinho que eu gosto.

— Bom dia, meninas.

Olho para trás e vejo John acenando para nós.

— Bom dia.

Meu telefone apita e, pelo toque, percebo que é uma mensagem da minha mãe.

Morguie 💗

Bom dia gatinha.

Quando acordar vem pra casa, tá?

— Já vou ralar, KiKi.— a abraço ainda deitada no sofá-cama.

— Até mais tarde.

Dou um tapa em sua bunda antes de me levantar, ouvindo a reclamação da minha melhor amiga. Passo por Pope, que dormia, e coloco o boné que ele usava no seu rosto para proteger do sol.

Caminho até minha casa e encontro AJ jogado no sofá com a mamãe.

— Bom dia.

Meu irmão se levanta do sofá e abre um grande sorriso ao me ver.

Lalariaaaa.— pulou do sofá e correu até mim com os braços erguidos, me dando um breve abraço e voltando para o sofá.

— Santa Mary, por que essa casa está tão fria?— passei as mãos nos braços.

— Mamãe ligou o ar.

Tirei os chinelos e me joguei no espaço vago ao lado de AJ, puxando a coberta da minha mãe mais para mim.

— Porra, sempre isso.— rimos da nossa batalha — Pega o seu, caralho.

— Ai não, mãe...— fiz manha e puxei mais para mim.

— Ah não, pega a sua, Sol.

Mamãe puxa a coberta mais para si, me deixando no frio do castelo da Frozen.

— Você vai mesmo deixar sua pobre filha ficar no frio congelante que está este palácio de gelo?

— Vou.

Abri a boca e balancei a cabeça incrédula. Olhei para AJ, que me encarou e balançou a cabeça em negação.

— AJ...

— Eu não.

— Por favor, Jake.— empurro seu ombro — Te dou chiclete.

Meu irmão se levantou do sofá com raiva.

— Tudo é eu!— reclamou, puto, enquanto ia para o meu quarto pisando duro.

Mamãe riu e eu me ajeitei no sofá novamente. AJ voltou correndo com um cobertor gigante da nossa mãe e se ajeitou, se cobrindo também.

Saturn | Outer BanksOnde histórias criam vida. Descubra agora