1.02- Grady-White

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Eu estava tão confortável, que a única coisa que fiz quando senti algo tocando meu pé, foi resmungar. Mas assim que percebi que tinha alguma coisa tocando meu pé, dei um chute em qualquer coisa que seja e me sentei, assustada.

— Porra, Solaria!— coço meu olho enquanto vejo John passando a mão no rosto — Vem ver o estrago.

Bocejo e olho para o braço que estava envolta da minha cintura.

Ih caralho, JJ tá aqui.

— Jay, acorda.— empurrei seu braço.

— Só mais um pouquinho... — me abraça mais forte.

— JayJ, vem.— o sacudo.

— Tenho pólio, Sosol. Não posso andar.— pegou o travesseiro e cobriu o rosto.

Bufo enquanto me levantava e ando até a minha garrafinha de água perto da escrivaninha, bebendo o líquido enquanto ajeitava o short do meu baby-doll.

Meu quarto estava uma zona.

A cama de casal que JJ dormia estava toda bagunçada, assim como a cama que ficava debaixo da minha. John B provavelmente a puxou para dormir com o JJ... Ou era pra ser, já que depois de ganhar quatro vezes consecutivas no UNO, não vi mais nada porque fui dormir.

Saí do meu quarto e fui para o quintal onde John B estava com Morguie e Cometa. John estava apenas de bermuda e mamãe com um top e calça legging, ambos estavam com xícaras vermelhas nas mãos.

Se eu estava achando o meu quarto bagunçado, o quintal estava pior ainda.

— Bom dia, Principessa.— mamãe sorri para mim.

— Bom dia.— me sentei na escadinha da varanda e Cometa veio correndo até mim, me lambendo — Bom dia, lindão.

O cachorrinho começou a balançar o rabinho freneticamente enquanto eu fazia carinho no seu queixo.

— O que rolou?

— Sem sinal, energia, o Castelo está com uma goteira bem no quarto do John, a janela da nossa cozinha quebrou e a tela contra insetos rasgou.— mamãe mexe o saquinho de chá — Vou ver se consigo alguém para arrumar ainda hoje.

— Cara, a Agatha mandou ver né.— olho para cima e vejo JJ apoiado na pilastra. Sua cara de sono não tinha mudado.

— Tá vendo só.— Mamãe diz e, no automático, ela e John balançaram a cabeça em negação e tomaram suas bebidas aquecidas ao mesmo tempo.

— Bem — John estala o pescoço —, vou pegar o Pogue.

— No que está pensando?— JJ perguntou.

— Eu acho que a enchente jogou caranguejos no manguezal.— entregou a xícara para Morgana — Os peixes vão caçar caranguejo.

— Mas e o Conselho Tutelar não era hoje?

— Eles não vão pegar a balsa. Se liga, irmão. É Deus mandando a gente pescar!

— Pera aí, Conselho Tutelar?— franzi o cenho e olhei para John.

— Conselho Tutelar?!— minha mãe arregala os olhos e olha para o Routledge, que encarou JJ com uma cara nada bonita — O que o juizado ia querer com você?

— Sobre isso...— John desvia o olhar e coça a nuca.

— Jonathan Booker Routledge, o que você está escondendo?— mamãe colocou as xícaras no galho de uma das árvores do quintal e cruzou os braços.

— O juizado ficou sabendo que o tio T não tá aqui e que estou morando sozinho.

— Mas você não está morando sozinho totalmente.— Morgana franze o cenho confusa — Você fica aqui também.

Saturn | Outer BanksOnde histórias criam vida. Descubra agora