29.

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A porta foi aberta e logo uma onda de emoções e lembranças surgiram. Eu queria chorar.

Sinta-se à vontade, mas talvez não precise ser tão formal já que você conhece muito bem esse lugar.

Pensei que tivesse sido destruído. - Comecei a caminhar percebendo que estava tudo cheio de poeira e escuro, tendo uma fraca iluminação apenas pelas luzes da cidade.

- Tentaram, mas desistiram. - Deu de ombro ao passar a mão pela mobília e logo fazer uma careta pelo fato de ter se sujado - Preciso urgentemente limpar isso.

Você ?

- Nós - Sorriu abertamente - Mas como se sente ? Melhor ?

Não sei o que estou sentindo - Me joguei no sofa - Parece que a cada dia que passa me sinto mais insensível, vazia.

- Você tem um bom motivo para isso.

- Sim, eu tenho. - Tombei a cabeça para trás e fechando os olhos.

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Abri meus olhos incomodada com a luz que atravessava a janela e batia em meu rosto. Me espreguicei acabando por sem querer tocar em um corpo ao meu lado, olhei e vi a presença de Sukuna sem sua camisa usando apenas uma calça moletom. Ele estava encolhido por conta do cobertor que eu peguei somente para mim e estava um tremendo frio.

- Você sempre faz isso - Ele não se virou para me olhar, continuou no mesmo lugar enquanto eu me levantava.

- Bom dia, Sukuna. O dia esta bonito hoje.

Esta perfeito para você finalmente sair de casa.

Nada disso. - fui até o guarda-roupa e olhei algumas roupas que eu tinha, bom, aproximadamente umas cinco camisas maiores que eu.

S/n, já faz um ano que você não sai desse apartamento ! Não acha que esta na hora de enfrentar o mundo ? Já esta se tornando desagradável sua companhia.

Quando você precisou de refúgio foi atrás de mim.

Não fui atrás de você - ele se levantou e ficou me analisando - Além disso, estou incomodado com o fato de nem ao menos darmos uns beijos. Eu tenho necessidades que você esta me tirando.

Como se você não passasse a madrugada toda atrás de putas - revirei os olhos - Eu ainda sei quando você esta presente ou não, não pode ficar muito longe de mim se não volta para dentro do meu corpo.

Sabe que não é bem assim, querida - zombou - Não é como se você pudesse ficar longe de mim.

Ta ta - Fui até o banheiro tomar um banho quente e assim que voltei o mesmo já estava arrumado - Não toma banho ?

Cuida da sua vida.

Digo o mesmo

Me sentei na cama pensando que realmente faz um ano que estou aqui escondida. Não sei como meu irmão não veio até aqui durante todo esse tempo, para dizer a verdade, eu não sei de mais ninguém. Trabalhei minha mente para esquecer tudo o que aconteceu e até mesmo um certo alguém. Treinei dia após noite na tentativa de manter meus pensamentos ocupados e transformar meu corpo em uma defesa inquebrável. Claramente sei que Sukuna se aproveitou para permanecer na Terra e não ser selado como havia combinado antes.

Por umas semanas meu celular vivia tocando e recebendo mensagens de todos aqueles que já me importei, até que um momento eu só resolvi trocar de número e desinstalar tudo que havia como meio de me contatarem.

Before you go | Geto SuguruOnde histórias criam vida. Descubra agora