8.

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Entramos no meu quarto em silêncio. Fui até o banheiro que tinha para poder tirar a roupa molhada que me incomodava, peguei qualquer roupa do guarda roupa e usei... Isso tudo só para poder voltar e conversar com o loiro. 

Minha mente ainda esta em uma completa confusão pois não consigo deixar de me recordar do beijo de Suguru. É de madrugada e minha única pergunta é... Kento não podia ter esperado amanhecer ?

- E então ? Podemos começar da parte em que você me explica o porque disso tudo ? - Peguei uma toalha para conseguir secar meu cabelo que ainda pingava e me sentei na cama ao lado dele.

- Me desculpa por não ter aparecido. - Ele me encarou firme - Acredito que seu irmão já tenha te contado.

- Já... Mas eu quero ouvir de você. - Eu realmente queria resolver esse problema com Kento, mas a única coisa que eu conseguia pensar... Arh... Era no maldito beijo de Suguru e nas mãos grandes de Nanami que dias atrás percorriam meu corpo. Ok, tudo bem, foco! Vamos escutar o que ele tem a dizer.

- Não é que eu não queira algo com você. Mas quando ele me procurou perguntando sobre o que estava acontecendo entre nós... Precisei ser sincero em dizer que tinha me interessado em você e gostaria de conhece-la melhor. - Nanami passou a mão pelos fios de cabelo dando um suspiro cansado, ele cheirava a alcool, mas não tanto quanto Suguru - Gojo tinha razão ao dizer que você ainda estava vulnerável com relação ao...

- Não estou vulnerável - Ele parou de falar por alguns segundos como se estivesse analisando se o que acabou de escutar era realmente verdade. Seus olhos percorreram cada traço do meu rosto antes de abrir um pequeno sorriso ladino. - Eu já o superei, Kento.

- S/n, o seu irmão me contou o quanto foi difícil e que você acha estar tudo bem. Mas um relacionamento abusivo ele pode causar tantas sequelas e transtornos psicológicos que você nem imagina. - Meu olhar pesava sobre ele, eu o encarava tão friamente que sentia que poderia atravessar seu coração com uma flecha. Isso não esta chegando a lugar nenhum, só estou construindo uma muralha em meu peito a cada dia que vejo o quão controlada eu sou pelas pessoas em minha volta.

- Se você não quer nada comigo - Engoli um seco - É só me dizer ao invés de usar essa desculpa esfarrapada. - Apertei as mãos em punho tentando me controlar - Sukuna nunca foi esse monstro que vocês falam. Ele nunca me agrediu fisicamente ou psicologicamente. Gojo nunca esteve presente na nossa relação, então chega de sempre escutarem a palavra dele ao invés da minha.

- Me desculpa - Porque Kento não parecia nunca demonstrar suas emoções ? Era como se para ele tanto faz se recebesse uma surpresa, ou se estivesse triste, ou qualquer outra coisa. Olhando para ele daqui onde estamos, percebo que não temos nada a acrescentar na vida um do outro, seriamos apenas companhias em busca de satisfação e prazer.

Acho que é aqui que percebemos o quanto somos impulsivos as vezes e nos permitimos qualquer um entrar em nossa vida. Parece que tem algo fora do lugar, algo estranho.

Ficamos em um breve silêncio, minha respiração estava pesada mesmo que eu tentasse controla-la. Senti as mãos do loiro tocarem minha perna direito num leve carinho, aos poucos ele subia mesmo que eu sentisse que estava inseguro se deveria continuar. Eu sabia aonde aquilo iria parar se eu permitisse, mas o clima já tinha acabado faz tempo... 

...Vale a pena continuar somente para satisfazer meu ego e me sentir desejada ?

Respirei fundo sentindo o desanimo me invadir e logo retirei suas mãos de mim. Me levantei abrindo a porta para ele.

Before you go | Geto SuguruOnde histórias criam vida. Descubra agora