34.

1.5K 151 63
                                    

Geto pov:

Quando voltamos até o meu apartamento, s/n foi logo dormir. Não questionei e muito menos fiz uma das minhas piadinhas, ao invés disso, fui até a minha vizinha ao lado buscar as meninas que também já haviam adormecido. Pedi desculpas novamente por ter ido buscá-las tarde e as deitei em suas respectivas camas.

Tomei um banho quente e demorado. Ainda era confuso tudo o que havia acontecido. Em menos de 24 horas eu me acertei com a mulher da minha vida, teve um atentado no colégio, vi o ex da minha mulher morrendo e agora estávamos em casa novamente. Mas dessa vez, com Sukuna morto. Eu acho.

Me deitei na cama prestando atenção em cada detalhe daquele rosto pálido e até mesmo cansado que se aprofundava em sonhos. Puxei a mesma pela cintura e a deixei confortável em meus braços.

Dia seguinte

Não sei em que momento ela saiu da cama e deixou apenas seu perfume para me lembrar que não havia sido um sonho. Me espreguicei enquanto coçava os olhos a procura dela, mas não havia nenhum sinal.

Coloquei uma roupa confortável e fui caminhando até a sala, as meninas estavam com as bocas cheias de bolo e suco enquanto assistiam desenho. Como se pudessem escutar meus pensamentos, elas apontaram para a pequena varanda que meu apartamento tem. Lá estava s/n, sentada enquanto observava o céu. Por dentro eu conseguia sentir que ela não queria minha companhia naquele momento, talvez ela precisasse de outra pessoa. Peguei meu celular ligando para o primeiro número enquanto eu encarava suas costas.

- Acho melhor você vir pra cá.

- Pensei que você pudesse resolver como sempre.

- Não finja não se importa.

- Afiado como sempre. -  Deu uma risada

Os irmãos Gojo tinham um enorme problema desde que eu os conheço, eles não sabem pedir ajudar um ao outro, mas sentiam quando precisavam da companhia. S/n era a mais emocional apesar de ser cabeça dura, já Satoru era uma criança que quando agia com a razão era surpreendente assustador.

Não demorou muito para que o meu melhor amigo chegasse, abri as portas e pedi para que as meninas fossem brincar em seu quarto por alguns segundos. Ficamos nós dois a observando sem dizer nada na expectativa de quem iria ir até ela, mas eu já tinha tirado meu corpo de fora.

- A quanto tempo ela está ali ? - Satoru estava sério como se analisasse cada detalhe da irmã.

- Algumas horas, talvez.

- Falou com ela?

- Senti que o certo era você e não eu. Acho que ela está assimilando a morte dele.

- Não sente ciúmes ? - O platinado me encarou como se esperasse uma confirmação, mas para ser sincero, eu não sentia.

- Não - Falei seguro - Ele foi uma parte dela que não posso obriga-la a esquecer. A protegeu durante esse tempo e fez aquilo por ela e por mais ninguém. O cretino apesar de tudo, venceu, conseguiu provar a todos que realmente a amava e que ela ainda possui sentimentos por ele.

- Você e minha irmã são uma nova história, não se compare ao Sukuna.

- Não diga essas coisas embaraçosas - revirei os olhos e percebi o mesmo se afastar e sentar ao lado de S/n. Dei um pequeno sorriso antes de ir até o quarto ver o que as pequenas estavam aprontando.

S/n pov:

Apesar da pequena hora de sono que tive, não foi o suficiente para descansar. Constantemente a cena do Sukuna desaparecendo se passava pela minha mente e eu só queria aceitar.

Me levantei da cama logo cedo deixando Suguru descansar enquanto eu preparava o café da manhã. As meninas já estavam acordadas vendo desenho e quando me olharam, já não havia expressão de desconfiança, apenas um sorriso e um bom dia. Deixei tudo pronto enquanto sentia um vento acolhedor passar pela porta que ligava a varanda, abri a mesma e me sentei enquanto observava o céu atentamente.

Eu passei uns bons meses sentindo ódio por Sukuna ter me abandonado no dia do nosso casamento, mas após saber a verdade, um remorso me corrói. É claro que ele me perdoava e não me culpava, alias, ele cuidou de mim perfeitamente enquanto eu não queria ver ninguém à minha volta.

Eu estava tão perdida em pensamentos que não percebi meu irmão sentando ao meu lado e puxando minha cintura para me aproximar dele. Encostou sua cabeça em meu ombro e começou a brincar com meus fios de cabelo.

- Você deve me odiar por tudo que aconteceu até agora na sua vida. - Sua voz soava meio frágil.

- Não - Fui sincera - Acho que tudo tem um motivo. Mas, acho também que suas dúvidas quanto ao Sukuna foram respondidas.

- É... Foram sim - Soltou uma risada nasal - Até demônios como ele pode amar alguém.

- Acho que sim - Dei de ombro

- Sou um péssimo irmão, né ? - Acariciou minhas bochechas me chamando sua atenção.

- Não Satoru, claro que não - Suspirei - Você sempre tentou me proteger da sua maneira e apesar de ser um pouco irresponsável, conseguiu dar conta durante todos esses anos. É só que... Temos personalidades diferentes.

- Como temos - Riu

- Sabe - Tomei fôlego antes de falar pois sabia que Suguru ainda estava atrás de nós - Por um tempo eu tinha em mente que sentia ódio do Sukuna por ele ter me abandonado, mas na verdade, eu pressentia que tinha algo errado. Que me escondiam algo. Te-lo visto novamente e escutado sua versão, fez um peso sair das minhas costas.

- Você sentia falta dele, certo ?

- Errado - Olhei por cima dos meus ombros prestando atenção no rapaz que estava sentado no sofá acompanhado das duas crianças. - O destino já tinha me apresentado alguém. Apesar de ser um cretino babaca.

- Eu estou ouvindo - Ele balbuciou fazendo uma careta que eu retribui. Rimos antes de eu encarar novamente meu irmão.

- O Sukuna me apresentou o amor, mas é o Suguru quem eu quero viver ao lado e amá-lo dia após dia.

- Pode ter certeza que esse sentimento só crescerá.

- Com certeza irá

- Preciso sair ao mercado, vai querer algo ?

- Qualquer doce - Continuei a olhar para o céu.

- Claro, volto logo.

Ouvi a porta ser fechada e quando olhei para trás, apenas eu estava ali. Parece que resolveram ir todos juntos para me deixar à vontade, mas não é como se eu precisasse disso. Peguei a caixinha que estava no meu colo e apertei firme contra meu peito, ali dentro estava a última parte do Sukuna e a história de alguém que fez parte da minha vida tão intensamente.

- Obrigada pela verdade e por ter mostrado um lado seu totalmente desconhecido - Dei um sorriso antes de me levantar e sentir uma batida de vento leve sobre meu rosto.

- Obrigada pela verdade e por ter mostrado um lado seu totalmente desconhecido - Dei um sorriso antes de me levantar e sentir uma batida de vento leve sobre meu rosto

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Oiii <33

Postando de madrugada, mas atualizando aqui.

Mais um ou dois capítulos e finalizamos a história :)

Beijinhos !!

Before you go | Geto SuguruOnde histórias criam vida. Descubra agora