3.

5.3K 529 453
                                    

Domingo

O dia tinha amanhecido e eu não sentia vontade alguma de levantar da cama, mesmo sem saber que provavelmente já estava tarde. Senti a coberta sendo retirada do meu corpo me causando frio e incômodo. Resmunguei alguns palavrões ainda com os olhos fechados. Eu matarei Gojo qualquer dia desses, ele irá pagar por atrapalhar meu sono toda vez.

- Que quarto bagunçado. - Aquela voz irritante... Droga, porque não me surpreende isso ? Me levantei rapidamente da cama voando em cima dele que ria com uma calcinha minha de moranguinhos na mão - Quantos anos você tem mesmo ?

- Saia daqui - Batia em seu peito mas o mesmo não parecia sentir nada, ele estava com uma blusa preta e uma calça moletom e com o cabelo preso- Devolve a minha calcinha.

- Que patética. - Peguei minha peça íntima de sua mão e joguei dentro do guarda roupa - Tem de outras frutas ?

- Vai se foder.

- Você é uma gracinha s/n, toda indefesa enquanto dorme. - Ele tocou meu rosto mas rapidamente dei um tapa em sua mão fazendo ele chiar - Raivosa do jeitinho que eu gosto.

- Sai do meu quarto - Rosnei - Em que parte do "Eu te odeio" você não entende ?

- Você não me odeia - Sorriu - Pode dizer quantas vezes quiser, porque eu tenho certeza absoluta que na verdade você me ama e tenta reprimir seus sentimentos.

- Ah eu odeio, querido... Como eu te odeio. Você me causa nojo, repulsa, uma grande vontade de me jogar da ponte, bater a cabeça na parede até ter um hemorragia... - Nos encaramos como uma batalha para ver quem iria ceder primeiro e desviar.

- Vermes - Deu de ombro revirando os olhos - Não perderei mais meus precioso tempo com você.

- Puta que pariu - Dei um chute no meio das pernas dele, como eu odiava aquele linguajar e principalmente aquela provocação logo de manhã. - Para de chamar os outros dessa forma.

- Vadia, melhorou ? - A mão dele tocava sua virilha enquanto mordia os lábios com força, mantendo seu olhar em mim- Eu juro que qualquer dia desses irei te matar.

- Que medinho, porque não faz isso logo ? Pode me matar, Geto Suguru. Anda. Me mate !

- Assim não é divertido - Ele foi caminhando com um pouco de dificuldade até o corredor - Seu irmão esta te chamando para almoçar, bela adormecida.

- De vadia para bela adormecida, estamos evoluindo. - Mandei um beijo no ar para ele.

- Não fode, S/n.

O almoço foi tranquilo, conversamos sobre nossos alunos e quem estava adequado para novas missões de nível especial. Eu estava com os alunos do Gojo, são eles Inumaki, Panda e Maki, enquanto meu irmão tinha Megumi, Nobara e Itadori. O moreno que lavava a louça com certo desprezo e nojo tinha alguns alunos mas os desprezava.

Observando ele de costas eu podia dizer que ele tinha um físico incrivelmente invejoso. Mas o que adianta uma aparência deslumbrante com uma personalidade podre ? Gojo me encarava prestando atenção naquela cena com certo deboche. Franziu a sobrancelha me fazendo retribuir o olhar indignada.

Pedi licença indo até o meu quarto e me assustando com uma das típicas maldições de Geto em meu guarda roupa olhando minhas roupas.

- SUGURU, EU VOU CONTAR ATÉ TRÊS PRA VOCÊ TIRAR ESSA PORRA DO MEU QUARTO - Escutei sua risada escrota se aproximando do meu quarto até ele parar na porta com a mão no queixo - Tira logo antes que estrague qualquer coisa - falei com fúria nos olhos

- O que eu ganho com isso ? você foi tão malvada comigo ontem e hoje... Mereço um premio por fazer esse favor - Fez biquinho

- Que merda de vida - Retirei minha katana debaixo da cama apontando para maldição que estava prestes a me atacar.

Mas antes que eu fizesse algo o mesmo a fez desaparecer à minha vista. Fechei os olhos tentando ter a maior paciência do mundo.

- Sabe S/n - O moreno veio se aproximando como quem não quer nada - Você pode até ter engando o Gojo, mas a mim não conseguiu nenhum pouquinho. É fácil saber que ontem você deu para o fudido do Nanami.

- E se eu tiver dado ? - Coloquei a mão na cintura - Você não tem nada a ver com isso.

- Que depravada - Pegou uma mecha de cabelo enrolando em seus dedos, mas no impulso me afastei - Gojo foi no mercado.

- É nessa hora que você tenta abusar de mim ? - Falei rindo mas por dentro sentia receio dele.

- Calma, que ? - Ele me olhou surpreso - Você tem uma visão muito distorcida de mim. 

- Adora se aproveitar de mulheres indefesas - Cruzei os braços o encarando - Fala serio, não banque o santo.

-Te vendo assim posso até pensar que esta com ciúmes de mim - Se aproximou com um olhar serio - Você pode me odiar, me chamar de diversas coisas, eu não ligo. Mas eu jamais tocaria em alguém sem a permissão, jamais faria algo tão baixo e sujo.

- Pelo menos tem caráter - Ok, talvez eu pudesse ter pego um pouco pesado com ele. Talvez essa nossa implicância um com o outro esteja cada vez indo longe demais. Mas não consigo, é quase impossível ficar dois minutos sem nos ofender.

- Pelo menos você retirou a maquiagem de palhaço que usava. - Sorriu com os olhos fechados - Ficou muito melhor.

-Isso foi uma tentativa de elogio ? - Me surpreendi com suas palavras.

Ele não disse nada, apenas foi se afastando me deixando sozinha. Soltei todo o ar que não imaginava ter prendido em meus pulmões, ele me causava uma sensação estranha. Ao mesmo tempo que eu tinha receio e raiva de Suguru, eu também tinha... conforto. 

Me joguei na cama exausta.

Me joguei na cama exausta

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Before you go | Geto SuguruOnde histórias criam vida. Descubra agora