Tinnitus | Taegyu

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⁝ Preso em um sonho ⁝

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Os cinco estavam deitados na grama verde do jardim real, olhavam o céu coberto de estrelas silenciosamente, deixando que apenas o som do vento fosse ouvido. A lua nova era iluminada no céu escuro, milhares e milhares de estrelas ao seu redor em um universo infinito de outras estrelas e outras luas, mas aquelas que os cobriam naquele momento eram mais significativas para eles do que qualquer outras que poderiam existir. Se olhassem bem os cinco garotos, que não eram mais tão garotos assim, poderiam perceber que alguma estrelas brilhavam mais que outras, mas se deixassem o coração ver por eles notariam que algumas delas não só brilhavam mais, mas sussurravam em silêncio seus próprios nomes.

Beomgyu contou quatro estrelas que sussurravam seu nome, mesmo que ele não ouvisse nada sabia que sussurravam. Tentou lembrar quais promessas seu coração se comprometera em cumprir que mereceram ser guardadas em estrelas, mas logo desistiu e percebeu que era melhor não tentar lembrar, se as estrelas ainda brilhavam era porque cumprira sua promessa, não era necessário lembrar se seu coração já sabia como guiá-lo.

Olhou para o lado e viu que Taehyun não piscava enquanto seu olhar estava fixo no céu. Beomgyu não sabia, mas Taehyun possuía cinco estrelas que sussurravam seu nome. Fizera muitas promessas em sua vida, que era muito mais longa que a de Beomgyu, sabia que tinha deixado de cumprir algumas, mas aquelas que estavam nas estrelas nunca foram quebradas, sabia que uma delas tinha sido substituída, mas nunca quebrada.

Beomgyu nem percebeu que estava fascinado com os olhos de Taehyun até o mesmo virar em sua direção. Nunca conseguiria explicar o quão bonito eram aqueles olhos, calmos, grandes e cintilantes, como a superfície de um lago à noite. Se perdia naqueles olhos com uma facilidade assustadora, mas mesmo assim não sentia medo, pois era um lugar que sabia ser seguro e se perderia quantas vezes fosse possível. Beomgyu se sentia bem deitado na grama com Taehyun ao seu lado, quando se sentava perto de sua janela no orfanato não conseguia ver a beleza da estrelas como agora, os olhos dele, agora vidrados em si, refletiam as estrelas de uma forma completamente diferente...

"[...]Olho para as estrelas, mas nenhuma delas brilha tanto quanto seus olhos, que refletem todas elas sem esforço algum. Olhar para o céu sem tu ao meu lado parece errado, um vazio que nunca será preenchido por outro alguém[...]"

Beomgyu prendeu a respiração quando outro trecho da carta veio a sua mente, virou o rosto para o céu novamente. Parecia que tudo o que remetia a Taehyun estava escrito naquela carta, como se ele mesmo a tivesse escrito, mas sabia que não era possível, não costumava escrever, apesar de ler muito. Nunca em toda a sua vida tinha escrito uma carta, muito menos as enviou, nem mesmo para Soobin, que era a única pessoa a quem poderia dedicar uma. Se sentiu estranho com a familiaridade que carta ia criando a medida que percebia as palavras que descreviam Taehyun, seu cheiro, seus olhos. Tudo.

Fez uma nota mental de procurar a carta em sua bolsa, que no momento estava dentro do Palácio. Caso ainda estivesse lá, e não no mundo humano junto com o livro, procuraria algum meio de descobrir quem a tinha escrito.

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Soobin pensou em deitar-se ao lado de Beomgyu, mas supôs que o amigo estaria bem namorando com Taehyun. Então, no final, acabou deitando ao lado de Yeonjun, que pareceu até que bem com isso, mesmo assim Kai ainda estava do seu outro lado e Soobin conversava com ele. Eles falam sobre as estrelas e como Hueningkai costumava falar com sua família através delas, parecia algo impossível, mas aparentemente não era.

—Você conversa com eles? Mas como?

—Não é uma conversa mesmo, com palavras assim com estou fazendo com você agora — Hueningkai dizia. Nos momentos em que não estava agindo com seu jeito brincalhão ele parecia alguém muito respeitável, Soobin teria medo dele se agisse e falasse assim sempre. Mas ele ria vez ou outra, o que tornava tudo mais leve. — Eu sinto que eles estão lá, e consigo perceber o que pensam.