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Obs: eu sei que a fic é (+14), porém, esse capítulo é (+16), por violência, agressão física acentuada e insinuação sexual acentuada.

Boa leitura!

Inseguranças goela a baixo

Hueningkai chutou uma pedra ao sair pela porta.

A pedra voou com a força do chute, caindo no meio da plantação que ficava na frente da casa de Sapientia. O impacto na terra fofa não causou som algum que pudesse ser ouvido de dentro da casa, e ele foi o primeiro a sair de lá. Uma planta carnívora que tinha sido plantada há anos se mexeu e engoliu a pedra, para depois voltar ao seu estado de repouso.

Hueningkai tinha se despedido do gnomo muito velho com um aceno de cabeça, pois seu humor encontrava-se tão frágil quanto uma teia de aranha. Bastava um inseto maior para destruí-la. Seria uma viagem de dias. Dias longe do Palácio e de todos, levando Taehyun até sua possível cura.

Ele estava ferrado.

Havia prometido a Yomu que o deixaria pesquisar sobre a cura com mais calma, e aqui estava ele. Saindo atrás de uma pista vinda de uma história infantil, ao invés de deixá-lo buscar por algo sólido. Mas até que podia usar em sua defesa o fato de que ele estava indisponível no momento, não era sua culpa que Yomu era um ótimo feiticeiro e a Rainha sempre o requisitava para todos os problemas. No final ele não iria conseguir atualizá-lo sobre seus achados como ele pedira.

Poderia mandar uma mensagem através dos pássaros, pensou. Mas logo se lembrou que nem todos conseguiam falar com os animais, e Yomu era um deles.

- Droga! - resmungou, chutando mais uma pedra.

Hueningkai sempre se achou muito bom em resolver problemas, pois possuía aquele desejo dentro de si, quase como uma missão a qual deveria cumprir neste mundo, de ajudar. Ele gostava disso, de ajudar. Ele e suas irmãs faziam isso desde sempre, resolviam problemas que os outros não conseguiam por si só, então lá estavam eles, como salvadores. Porém, naquele momento, ele não achava que conseguiria solucionar aquele quebra-cabeça, o emaranhado de fios que eles tinham juntado não os levaram a lugar nenhum, ao invés disso os prenderam na metade do caminho.

Droga, pensou consigo mesmo.

"Mande a carta" Hueningkai poderia ter levado um susto assim que o pássaro falou aquilo. Mas anos tinham se passado desde a última vez que se assustou, pois os animais sempre diziam algo, a todo o tempo. Principalmente quando estava dentro de florestas, onde está cheio deles.

"Onde você está?" perguntou, um corvo surgiu detrás da sombra de uma árvore velha, suas penas pretas banhadas com a luz do sol. Hueningkai sempre admirou muito a beleza dos pássaros.

"Eu levo. Escreva a carta" o corvo disse, pousando indelicadamente em seu ombro. A voz dele era muito grave, corvos costumavam ter essa voz. Porém, algo que eles não costumavam fazer era conversar com Hueningkai, e sim o oposto, evitar revelar seus segredos, eram espertos demais. Então, sabendo disso, Kai desconfiou imediatamente da fala do animal, que não deveria ter tamanha boa vontade.

"Você é um corvo" observou em voz alta, querendo deixar explícito que tinha conhecimento sobre, ou apenas que sabia das histórias.

"Então seus olhos estão funcionando bem" ele respondeu sarcástico. O corvo se acomodou no ombro de Kai, que não estava completamente certo de que estava confortável com aquilo. "Escreva logo".

Tinnitus | Taegyu Onde histórias criam vida. Descubra agora