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⁝ O luto é uma dor vazia ⁝

{passado}

— Mãe! — o pequeno Yeonjun chamou pela Rainha com a voz manhosa.

A linda mulher de cabelos compridos presos em uma trança elaborada, também conhecida como a Rainha do maior reino do Mundo Mágico, se aproximou do pequeno elfo. Suas mãos compridas seguraram o vestido para que pudesse se abaixar e ficar mais perto da altura de seu filho, olhando nos olhos dele ao perguntar:

— O que houve, filho?

A Rainha tinha trazido seus dois filhos para o salão de baile hoje, aproveitando às vésperas do solstício de verão para ensiná-los a se portar durante as festividades e eventualmente dançar. Yeonjun, é claro, estava desde cedo irritado por ter seu dia de lazer roubado, reclamando vez ou outra de como os eventos eram chatos e monótonos. E, apesar da Rainha ter pleno conhecimento de que ele iria escapar da celebração na primeira oportunidade que surgisse, ainda precisava prepará-lo para ser o futuro Rei.

— Eu não quero dançar, mãe — a voz manhosa se seguiu durante toda a fala do Príncipe e seus gestos exagerados. — Nem vai ter alguém para dançar comigo. Todos são adultos.

— Não estou treinando você para dançar amanhã, mas para quando for crescido — respondeu a Rainha, pacientemente. Levantando-se em seguida, se virou para observar as arrumações que estavam sendo feitas ao redor, tinham um espaço limitado para treinar enquanto os outros organizavam as mesas, cadeiras, tapetes, lustres e tudo para as festividades. — O tapete precisa circundar a área dos músicos.

A atenção Rainha logo se desviou do elfo manhoso para a bagunça de dríades e fadas que corriam para lá e pra cá, surpreendentemente na tentativa de organizar o local. Yeonjun suspirou ao ver sua mãe deixá-lo para organizar a festa, ignorando suas reclamações de vez, sem ao menos deixá-lo uma resposta convincente ao seu ver. Taehyun, que estava ao seu lado, entretanto, parecia completamente alheio a tudo e a todos em sua volta.

— Taehyun — chamou pelo irmão, vendo-o se virar para olhá-lo. Não era difícil chamar a atenção de Taehyun, sabia que ele apenas parecia desinteressado e enevoado, quando na verdade ele estava de fato atento todo o tempo, seja na Rainha ou em Yeonjun, principalmente em Yeonjun. — Vamos embora.

— Não podemos — Taehyun respondeu com uma resposta simples e direta, típica. E é claro, as expressões sempre exageradas de Yeonjun demonstraram a imediata insatisfação ao ouví-la. — Precisamos aprender a dançar.

— Dançar não é útil!

— Eu sei, mas… — Taehyun hesitou brevemente, suas mãos soltando-se detrás do corpo e pousando ao lado do mesmo. — é até que… legal.

— Legal? — as sobrancelhas de Yeonjun curvaram-se em pura surpresa. — Como assim, legal? Legal é lutar, ler, praticar magia. Dançar não está nem perto de ser legal.

Taehyun deu de ombros, como quem dizia que tanto faz. Seus olhos passeavam pelo salão cheio de seres inquietos, observando os guardas nas portas como costumava fazer, até ter sua atenção roubada por Hueningkai, que adentrou o salão voando através da abertura de uma grande janela aberta do outro lado do cômodo. O amigo alado planou pela extensão do salão de forma graciosa, ocasionando em algumas reclamações dos seres que limpavam os lustres, até pousar ao lado dos dois irmãos.

Tinnitus | Taegyu Onde histórias criam vida. Descubra agora