Como esperado, Kagome não soube lidar com a preocupação.
Ainda era estranho para ela, experimentar algo que corroesse sua tranquilidade mais que as dívidas e a possibilidade de perder o santuário.
Porque a hipoteca, era questão de dinheiro. Ainda que toda a sua contabilidade apontasse ser impossível conseguir o valor a tempo, a questão ainda era passível de resolução, caso o conseguisse.
Mas o que fazer com um problema que ela nem sequer sabia se possuía solução?
Por um tempo, ela ignorou, visto que seu bebê estivera bem até então e o seu reiki não era utilizado a muito tempo.
Isto é, até que o lado yokai de Inuyasha assumiu de novo.
Na verdade, ela não tinha certeza se havia usado seu reiki de fato, para impedir que Inuyasha se transformasse completamente durante o ato sexual, conforme a teoria de Totosai.
Por uma feliz coincidência, sua última a consulta pré-natal aconteceu no dia seguinte à manifestação do lado yokai do hanyou, e os dois constataram, aliviados, que o bebê estava bem, a única preocupação de Kagura tangente a alteração da pressão arterial de Kagome.
Contudo, já que era a segunda vez que passavam pelo incidente, e a sacerdotisa sentiu que não poderia mais entregar a sorte da sua filha ao acaso.
Ela precisava reunir informações, e isso a havia guiado para mais uma visita inusitada.
— O que aflige você, criança? — após sorver um longo gole de seu chá, Kaede perguntou, colocando o recipiente sobre a mesa.
Kagome fitou brevemente a velha sacerdotisa, antes de tomar um gole da própria bebida quente, mantendo impecável o seiza sobre o zabuton, apesar de seus movimentos e da barriga avantajada.
— Eu estou com algumas dúvidas, e honestamente, não há muitos lugares seguros para perguntar — respondeu e, vendo que a anciã acenou para que ela continuasse, prosseguiu: — Eu estou esperando um filho de Inuyasha.
Que ela estava grávida era óbvio, mas decidiu ser direta também em relação à paternidade da criança. A velha, no entanto, não pareceu surpresa.
— Estou no quinto mês de gestação, mas apenas há algum tempo atrás me ocorreu a possibilidade de haver riscos em um usuário de reiki engravidar de um portador de youki.
— Em outras palavras... — Kaede incentivou.
— Eu estou com medo de purificar acidentalmente o bebê — Kagome esclareceu. — Mais que isso, eu temo a maneira que o corpo do bebê reagirá ao herdar reiki e youki — acrescentou, o desespero evidente em suas íris castanhas — Isso é mesmo possível? Porque desde que eu pensei nisso, tudo que me vem à mente são duas forças incompatíveis que podem se chocar e fazer meu filho explodir — completou, um tanto fora de si.
A velha sacerdotisa suspirou.
— Depois de minha irmã Kikyou, não achei que veria outra sacerdotisa com essa preocupação — comentou, percebendo tarde demais que havia divagado e feito um comentário desnecessário.
— Sua irmã teve um filho hanyou? — Kagome indagou, esperançosa.
— Não. Ela apenas desejava ter, algum dia, mas a vida dela foi interrompida muito antes que pudesse construir uma família — explicou brevemente. — Dito isso, como a maternidade fazia parte dos planos dela, ela teve a mesma preocupação que você. Mas nunca teve a oportunidade de chegar a uma resposta — acrescentou.
— Ela... Se apaixonou por um yokai? — a sacerdotisa mais nova indagou, interessada e, sem saber exatamente o porquê, desconfiada.
— Pode-se dizer que sim — Kaede respondeu evasivamente, aumentando a desconfiança de Kagome.
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Sentimentos são para Construir
FanfictionTudo o que Inuyasha Takahashi queria, era construir um refúgio para si mesmo, onde poderia viver em paz, longe de todos e, principalmente, do ostracismo que teve que tolerar em razão de seu status de hanyou, do qual nem a condição de arquiteto renom...