Capítulo XIII

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— Kagome?! Kagome!!! Fale comigo! — Inuyasha suplicou, agindo automaticamente para sustentar o corpo da mulher e evitar que atingisse o chão, quando ela começou a convulsionar.

De alguma forma, eles haviam chegado ao hospital. Ele estava prestes a tirar a sacerdotisa do carro, quando os olhos dela reviraram e seu corpo começou a tremer violentamente. Apavorado, ele a segurou e ajoelhou-se, de modo a estender suas pernas no chão, enquanto permanecia sustentando seu torso.

Os olhos castanhos, em geral tão expressivos, continuavam revirados, apesar de seu chamado.

Os membros seguiam em espasmos contínuos.

A boca escorria saliva.

Antes que ele processasse adequadamente a situação, uma equipe médica os cercou, alguns gritando ordens, alguns obedecendo, até que começaram a afastá-la dele.

Inuyasha imediatamente viu vermelho.

Era a mulher que amava que estava ali.

A mulher que carregava seu filhote.

E agora tentavam levá-la embora?

Ele não poderia permitir. Ele tinha que protegê-los. Mantê-los seguros.

Os impulsos de seus instintos nesse sentido era tudo em sua mente, de modo que ele não percebeu suas presas e garras alongando, ou o rosnado ameaçador que deixava sua garganta. Os olhos mudando para carmim e ciano, não veria mesmo que quisesse.

Ele começou a correr e sentiu que estava prestes a retalhar qualquer obstáculo entre ele e sua companheira, quando uma força tremenda o manteve no lugar.

— Fica calmo, vira-lata! —  uma voz alarmada gritou, ao lado de sua cabeça.

Mas InuYasha apenas seguiu, rosnando, grunhindo e debatendo-se.

— Seu idiota, eles vão chamar a polícia!!! — a mesma voz tornou a berrar em seu ouvido, afetada pelo que parecia o esforço de contê-lo. — Você não vai ser sua companheira tão cedo se a polícia te levar! Aquieta esse seu rabo, já!!! — insistiu.

Embora fosse improvável, as palavras abriram a mente de InuYasha o suficiente para que ele registrasse a equipe médica levando Kagome. Um resmungo lamurioso deixou sua garganta, muito próximo ao que exprimiria um cão ferido.

Enquanto seus instintos berravam para que ele a seguisse, seu lado humano se sobrepôs pela primeira vez, fazendo com que o yokai se acalmasse. Ele só poderia supor que era por ter deduzido que, continuar causando confusão, não ajudaria Kagome. Ela precisava de todas as atenções nela, naquele instante. E ele precisava permanecer por perto.

O ambiente ao seu redor voltou a ganhar forma, e ele deixou de ver apenas o perigo que envolvia Kagome, para enxergar as pessoas assustadas que o encaravam, na recepção do hospital.

— Está tudo bem, ele apenas está desesperado por causa da esposa grávida — a mesma voz de antes justificou, e o hanyou finalmente teve controle o suficiente para virar a cabeça para a direção que ela vinha, deparando-se com Koga. — Vamos sair daqui — o demônio lobo disse em seguida, agarrando-o pelo cotovelo e puxando-o por corredores até que Inuyasha se visse em uma sala com sofás e mesas com diversas revistas.

— Que lugar é esse? — indagou, o fato de Koga, de todas as pessoas, estar ali e tê-lo ajudado, não sendo importante o suficiente para ser abordado de imediato.

— A sala de espera do setor de emergência da maternidade, se as placas indicativas estiverem corretas. Imagino que a sua companheira esteja em algum lugar por aqui — explicou, empurrando-o para que se sentasse em um dos sofás.

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