Inuyasha estava furioso.
Não, esqueça o "furioso".
Ele estava puto.
A ironia do fato é que ele, geralmente ranzinza, havia começado o dia relativamente animado.
Porque naquela data, ele apresentaria o primeiro projeto da escola para o grupo de investidores, um trabalho que o estava empolgando ao ponto de acreditar que poderia se tornar um de seus favoritos.
Depois, ele acompanharia Kagome pela primeira vez em uma consulta pré-natal. Ela já havia alcançado a décima primeira semana de gestação e realizaria uma ultrassonografia, o que o deixava levemente ansioso, uma vez que, pelo que pesquisara, o filhote já poderia ser reconhecido como um bebê, e não apenas como uma mancha na tela.
Mas seu dia promissor foi estragado justo na primeira atividade, durante a reunião com os investidores.
Pois claro, ele não esperava que justamente aquele desgracado, estaria entre os financiadores de uma escola de ensino inclusivo para yokais, humanos e hanyous.
Inuyasha desestabilizou completamente quando o viu sentado, tão estóico quanto se lembrava, entre os figurões que deveria convencer com seu trabalho, e honestamente, não sabia dizer a qualidade da apresentação que havia entregado, embora Tsukuyomaru tenha lhe elogiado pelo desempenho e, despretensiosamente, comemorado o interesse daquele maldito em se tornar um dos investidores.
O hanyou deixou a sala de reuniões no vigésimo andar praticamente fumegando, decidindo pegar as escadas para tentar aliviar seu mau humor, ao saltar lances inteiros.
Não funcionou e ele se viu atravessar o saguão do edifício tão revoltado quanto antes, ao ponto de quase deixar algo importante passar.
— Inuyasha! — a voz feminina e irritada chamou sua atenção.
O meio-yokai piscou confuso, quando virou e deparou-se com Kagome correndo em sua direção.
— Kagome? O que você está fazendo aqui? — indagou.
— Como assim? Nós combinamos que eu o encontraria aqui. A clínica fica perto — a mulher lembrou.
— Oh, certo — Inuyasha murmurou, percebendo que a irritação havia limpado sua mente.
— Você está bem? — a sacerdotisa perguntou, captando sua desorientação. — Algo errado na reunião? — indagou, lembrando-se que Inuyasha havia lhe contado que encontraria os investidores da escola.
Pensando bem, apenas agora a garota reparava que ele tinha uma pasta na mão junto ao casaco e um tubo nas costas, onde certamente carregava suas plantas. E embora não estivesse vestido no padrão "terno e gravata" que se esperaria para um evento do tipo, ainda parecia elegante em seu suéter, jeans negros e coturnos Dr.Martens.
— É uma forma de dizer — a resposta trouxe a atenção da garota de volta para o assunto em questão, o tom mau humorado fazendo com que ela decidisse não perguntar mais nada por enquanto. — Vamos — Inuyasha chamou, retirando o tubo das costas para vestir o casaco, antes de saírem. Ela estava prestes a segui-lo quando sentiu a presença de um youki poderoso.
A sacerdotisa buscou automaticamente pela fonte do poder, avistando ao longe um homem alto e esguio, muito elegante em seu terno grafite, apesar de seus cabelos incrivelmente longos e prateados.
Prateados como os de Inuyasha.
O estranho parecia fitá-la, apesar de manter uma expressão apática, e certamente tinha as bochechas riscadas e olhos claros, embora pela distância não pudesse definir a cor (cuja, entretanto, tinha um palpite).
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Sentimentos são para Construir
Fiksi PenggemarTudo o que Inuyasha Takahashi queria, era construir um refúgio para si mesmo, onde poderia viver em paz, longe de todos e, principalmente, do ostracismo que teve que tolerar em razão de seu status de hanyou, do qual nem a condição de arquiteto renom...