Inuyasha arregalou os olhos quando Sango espalmou as mãos na mesa de seu escritório, interrompendo a reunião em andamento com um casal de clientes.
Ele não estava realmente surpreso com a presença da mulher de longos cabelos castanhos ali, uma vez que havia captado seu cheiro assim que ela pisou no prédio e escutado o ruído de seus passos, potencializados pelos saltos, cada vez mais próximos.
Mas ele realmente não esperava que ela irromperia porta adentro, interrompendo o que quer que fizesse, para bater em sua mesa, os olhos escuros delineados de rosa pingando fúria.
— Ou você conversa comigo, ou eu vou dizer tudo o que tenho para falar na frente dos seus clientes — ameaçou ela, lançando um olhar breve para o ventre estufado da cliente feminina, que encarava a cena estupefata. Não era difícil ver que ali se encontrava uma nova família, pronta para realizar o plano da casa dos sonhos, de modo que despejar tudo que estava entalado em sua garganta, seria péssimo para os negócios do meio-yokai.
O hanyou apertou a ponte do nariz, antes de dizer:
— Me perdoem pela interrupção. Nós já estávamos concluindo a entrevista, então vou acompanhar os senhores até a recepção e pedir que Shiori marque um novo horário — afirmou, pensando em que serviços adicionais teria que oferecer ao casal para não perder o projeto após aquela cena.
Como combinado, Inuyasha acompanhou os clientes e, após deixá-los aos cuidados de sua estagiária, retornou para o próprio escritório, os olhos dourados fulminantes.
— Você ultrapassou todos os limites — rosnou para Sango, após fechar a porta.
— Talvez eu não tivesse feito isso se você me respondesse, em vez de me ignorar nas últimas semanas — acusou ela.
— Eu não teria ignorado se você não insistisse em me forçar a falar com Kagome! — retrucou.
— É a mãe da sua filha! — exclamou, indignada. — É claro que eu quero que vocês conversem! Você foi embora sem ao menos ouvir as explicações dela! — apontou.
— Ela te contou porque brigamos? — o hanyou indagou, e quando a morena murmurou uma negativa, continuou: — Se você não sabe, não pode me criticar.
A mulher jogou os braços para cima, transtornada.
— Então me diga, para que eu possa entender! — suplicou.
— Peça para a sua amiga te explicar — desdenhou ele.
— Eu pedi! Muitas vezes! Mas Kagome-chan se recusou a me dizer porque não quer que eu te convença de nada — explanou. — Ela viu você se afastar no primeiro mal entendido, mesmo depois de ter prometido que não deixaria o bebê uma vez que se aproximasse. Ela pensa que se você está fadado a ir, é melhor que vá de uma vez, antes que Moroha-chan te conheça.
Inuyasha trabalhava em suprimir a culpa que a acusação de ter quebrado sua promessa fazia crescer em seu interior, quando o estranhamento em relação à última parte da fala da outra lhe alcançou.
— Moroha-chan? Quem é... — começou a dizer, a compreensão lhe atingindo quando Sango levou ambas as mãos à boca, percebendo o que havia deixado escapar. — Kagome nomeou o filhote sozinha — concluiu, sem conseguir evitar a nota de revolta que transpareceu em sua voz.
A fúria elevou-se exponencialmente nos olhos escuros de Sango, em tamanha intensidade que o meio-yokai se encolheu, as orelhas caindo.
— Você não tem o direito de se irritar com isso! — gritou, irada. — Você se afastou dela pelos últimos dois meses, como poderia ajudar a escolher?
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Sentimentos são para Construir
FanficTudo o que Inuyasha Takahashi queria, era construir um refúgio para si mesmo, onde poderia viver em paz, longe de todos e, principalmente, do ostracismo que teve que tolerar em razão de seu status de hanyou, do qual nem a condição de arquiteto renom...