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𝙎𝘼𝘽𝙄𝙉𝙀 𝙇𝙀𝙃𝙈𝘼𝙉𝙉


Nick faz o seu último solo de guitarra, harmonizando o instrumento com a minha voz, tornando-se apenas um único som. O menino finaliza deslizando no chão ajoelhado e quase caindo do palco por causa disso; infelizmente, ele disfarçou muito bem e ninguém conseguiu perceber tal incidente.

Os gritos animados pelo que acabou de acontecer, a melodia que ainda toca em minha cabeça, o sorriso estampado em meu rosto e dos meus colegas, o calor da adrenalina pela sensação do que acabou de acontecer. Absolutamente tudo! Tudo isso é incrível.

Matt, pela primeira vez, tocou bateria com as baquetas pegando fogo, literalmente. Diane, fez o mais incrível trabalho como baixista da banda, Nick finalizou tudo perfeitamente e eu... Eu atingi o máximo do meu potencial vocal hoje e diverti toda uma platéia. 

— Uau... Nossa. — Comento — Essa é a nossa última música...? Sério? Ah, que pena. — Digo e ouço lamúrias dos nossos fãs — Eu quero dizer que estou muito feliz por ter cantado para vocês, para todos vocês! Lembrem-se que estão em nossos corações e que... Que vocês tem uma energia surreal de boa! OBRIGADA! — Grito a última frase e Nick toca mais uma corda da sua guitarra, finalizando com chave de ouro.

Saímos do palco animados com os nossos resultados. É a primeira turnê internacional que estamos fazendo, ainda sem a presença dos nossos pais e apenas com o nosso empresário e equipe, estranhamente, quando estamos sem os nossos responsáveis, tudo fica mais emocionante.

Eu queria poder esbravejar todos os meus sentimentos, contudo, isso não será possível, pois a minha garganta dói muito e tenho que me manter calada, por sorte, Diane não está com nenhum problema e está tão animada quanto eu.

— Cara... QUE SHOW FOI ESSE!?

— Foi... Aí! — Murmura Matt. Ele havia queimado seu braço em algum momento, mas os fãs não pegaram isso também — Foi demais mesmo! — Comemora.

— Meus dedos estão doendo tanto! Acho que nunca toquei assim na minha vida! — Reclama Nick.

— Tadinha da Sabine, vai ter que ficar calada coitada. — Comenta a menina de pele clara. Levanto meu dedo do meio em sua direção — Grossa! — Rimos do seu exagero.

Uma das nossas coisas preferidas após um grande show é comentar sobre ele, passa a sensação que aquilo foi real e não apenas um sonho lúcido que tivemos juntos. 

— Mas aquela parte do refrão de "Broken Dreams"!? Nossa, aquilo demais! — Nick empolga-se — A Sabine conseguiu harmonizar muito bem a voz com a guitarra, parecia que a guitarra tinha vida, cara!

— Concordo com ele. — Matt se pronuncia — Mas... Aí, que porra! — Reclama quando a moça passa uma pomada em seus machucados.

Todos da banda se machucam com uma frequência preocupante, em quase todos os eventos que participamos, queremos inovar nas apresentações, efeitos, música e etc. Mas é claro, tudo tem um preço, um que estou mais do que disposta a pagar, assim como meus amigos.

Pego uma das pastilhas que o médico me entregou e a coloco na boca. Ela era para ajudar com a dor de garganta que comecei a sentir, não é a coisa mais fácil do mundo elevar sua voz até as mais agudas notas. Diane, massageia seus dedos, que ficaram marcados pelas cordas, não tanto quanto os de Nick, já que o mesmo está com suas mãos em uma tigela de gelo.

— Sinceramente, esse deve ter sido o melhor show das nossas vidas! — fala Nick animado.

— Esse foi o melhor show das nossas vidas! — Diane "corrige" o mais novo — Olha lá! Ninguém nunca gritou tanto os nossos nomes como eles.

— Verdade... — Digo. Minha voz saí um pouco fraca, quase falhando, mas não me importo, estou cansada de ouvir eles conversando e não poder participar por causa de um mero detalhe. 

— Estou ansioso para o próximo! — Matt confessa — Ouvi dizer que vamos viajar por vários países esse ano!

— Óbvio que vamos, somos estrelas! — Diane argumenta.

Quando ia falar sobre o assunto que o garoto de cabelos pretos iniciou, o nosso empresário entrou repentinamente no camarim, assustando todos os presentes. Ao lado dele, havia uma mulher, Lívia, ela é a nossa gerente de turnê.

— Vocês fizeram um bom trabalho. — Simon parabeniza — Porém, infelizmente não vamos poder ficar aqui por mais tempo.

— Ué, por quê? — Pergunto. Pelo que me lembre, ficaríamos em Seattle até o fim do mês, apenas para aproveitar nosso pequeno momento de descanso no belo lugar.

— Precisamos voar para a Alemanha o mais rápido possível. Há uma grande entrevista agendada lá para vocês, e não podemos perder. 

— A Alemanha? Isso é muito longe daqui. — Protesta Nick.

— Realmente, eu peço desculpas pela nossa falta de planejamento jovens, mas não temos tempo a perder. Precisamos partir amanhã cedo. — Fala.

 — E nossos dias de folga? Planejamos aproveitar Seattle antes de irmos para a próxima cidade. — Diane comenta — Meus dedos vão cair se eu não descansar.

— Eu sei disso, por isso, no fim de todos os compromissos que tivermos na Alemanha, vocês terão o resto dos dias de descanso. — Garante o mais velho — Eu prometo para vocês.

Olhamos uns para os outros e decidimos apenas aceitar aquilo. Estamos cansados demais para debater sobre isso com o mais alto. Demorou alguns minutos até sairmos do local para irmos para o hotel, deixando a nossa equipe cuidando da organização do espaço.

Tinha fãs na entrada do lugar onde passaríamos a noite, por isso fomos escoltados pelos fundos. Nick não parava de fazer piadas sobre a situação, mas Matt ordenava que ele calasse a boca. Quando cheguei no quarto que divido com Diane, me joguei na cama macia, sentindo meus olhos pesarem mais do que uma rocha e meu corpo relaxar aos poucos.

 Quando cheguei no quarto que divido com Diane, me joguei na cama macia, sentindo meus olhos pesarem mais do que uma rocha e meu corpo relaxar aos poucos

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𝐍𝐄𝐕𝐄𝐑 | ᵗᵒᵐ ᵏᵃᵘˡⁱᵗᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora