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𝙎𝘼𝘽𝙄𝙉𝙀 𝙇𝙀𝙃𝙈𝘼𝙉𝙉

Os últimos dias têm sido agitados, com  a organização da turnê mundial está tudo mais difícil. Novamente, não tivemos um aviso prévio para nos prepararmos mentalmente. Me sinto cansada e exausta, porém não irei fazer um trabalho meia boca nos shows, aposto que até chegarmos ao continente americano, estarei mais disposta.

Durante esse tempo, pude finalmente ter uma ideia para um álbum, sem ser para a colaboração. Pelo que informa o contrato, ainda poderíamos fazer nossas músicas e fazer shows solos, porém com uma frequência menor. Estou indignada que a minha fonte inspiração foi um quarto de hotel silencioso, já que Diane parece viver para se aventurar nas ruas.

Saímos da Alemanha com gritos, cartazes e fotografias nossas, pude ler ontem mesmo em um site que estampava uma foto das duas bandas e um letreiro dizendo: sᴀɪʙᴀ ᴛᴏᴅᴏs ᴏs ᴅᴇᴛᴀʟʜᴇs ᴅᴏ ᴘᴏʀǫᴜᴇ̂ ᴀ sᴛᴀʀʟɪᴛ ʜᴏʀɪᴢᴏɴ ᴇ ᴛᴏᴋɪᴏ ʜᴏᴛᴇʟ ᴅᴇɪxᴀʀᴀᴍ ᴀ ᴀʟᴇᴍᴀɴʜᴀ. Eu mesma quando vi essa notícia, achei que havia acontecido algo grave.

— Aí, meu Deus! — Exclamo fechando a porta atrás de mim e deitando-me na minha cama — É tão... Confortável.

— Aproveita, Bine-Bine. — A voz de Tom ecoa para tirar o meu sossêgo.

Havia me esquecido desse pequeno detalhe. Diferente do outro hotel, os quartos não foram separados por gênero, todos ficaram no mesmo dormitório. Será uma tarefa difícil dividir quarto com os garotos, ainda mais que nos últimos meses tive que ouvir Matt e Nick reclamar absurdamente deles.

Decidi sair do quarto, não tinha mais nada para fazer no cômodo, também tinha o fato que estava curiosa em conhecer o hotel, porém fiquei apenas com a área dos jardins, que não há tanta gente.

Não lembro-me onde coloquei os rascunhos das composições, não lembro nem se aqueles papéis estão em minha mala. Respiro fundo e tento não pensar neles, afinal, não adiantaria muito. Se estiver lá, estará me esperando, caso contrário, darei o meu jeito.

— Bine-Bine! — Escuto Tom chamar, o ignoro completamente. Ele me coloca esse apelido ridículo e quer mesmo que eu o atenda? Me parece ser o cúmulo do mal caratismo — Ei! Bine-Bine!

— Se não falar com ele, ele pode ir embora — Digo em um volume baixo. Contudo, Tom aparece rapidamente ao meu lado, como se tivesse nascido do chão — Mas o quê?

— É, você não é tão discreta. Ainda mais com esse seu cabelo aos ventos — Comenta, reviro meus olhos e o garoto senta-se ao meu lado — A propósito, você deixou isso cair da sua mala; quando estávamos na recepção do hotel.

O garoto mostra folhas com a minha letra ali, reconheço que são as músicas que escrevi quando estava confinada e as pego rapidamente. Pergunto ao de dreads se tinha lido e ele confirma. Tom, com toda a absoluta certeza, não é um garoto de guardar segredos ou ao menos mentir para a situação ficar confortável para ambos, penso que ele sente prazer ao sentir a vergonha dos outros. É exatamente isso que sinto no momento, vergonha.

Normalmente, minhas letras são mostradas para Matt antes de cair nas mãos da produção. O acastanhado me encoraja a enfrentar toda aquela equipe de especialistas, assim entregando a melhor música que pudemos oferecer para os nossos fãs, mas essa situação é completamente diferente e infelizmente fugiu do meu controle.

— Sabine, está tudo bem? — Tom pergunta — Ficou branca de repente — Avisa.

— Acontece — Falo ao garoto, que faz o favor de fingir acreditar.

— Olha, eu não sou otário. Eu achava que não teria problema eu ler, foi mal. — Explica-se. Encaro Tom que olha atentamente as formigas que passam pelo chão — Se quiser saber, eu gostei da letra, muito melhor do que aquelas artificiais que vocês fazem normalmente.

Estava pronta para reclamar com o garoto; portanto eu já deveria ter me acostumado com o fato que ele nunca irá me elogiar sem ter ao menos uma crítica na frase. Agradeço o garoto e, de alguma forma, aquilo melhorou o modo que via aquela composição, era quase igual ao mesmo sentimento que tenho quando meus amigos avaliam positivamente algo que fiz, contudo, esse tinha algo que se destacava, não sei descrever o que é, mas é bom e apenas isso importa.

— Sabine...

Presto atenção em Tom. Observo ele brincar com os seus dedos como se fossem o maior entretenimento do planeta terra, sua perna também tremia freneticamente e seu olhar nunca para em um lugar só. Não entendo o porquê ele estar tão nervoso.

— Eu... Merda... É, eu quero... Sabe, eu... Eu quero te pedir desculpas pelo... Ah, você sabe — Diz com desdém — Olha, quer dizer, eu não deveria implicar tanto com você e a sua banda. Somos do mesmo ramo, trabalhamos juntos, temos uma colaboração para terminar e uma turnê mundial para começar, então, será tão desgastante se continuarmos com essas nossas brigas infantis. Por isso, eu quero pedir desculpas.

— É briga apenas da sua parte, Kaulitz.

— Aham, sei. Vamos fingir que você é a madura da história. — Fala rindo — Então, podemos ser tipo... — O garoto procura palavras para descrever.

— Eu não quero ser sua amiga, — Digo — Vamos ser... Inimigos amigáveis. — Proponho, Tom olha-me estranho — Tipo, não precisamos pensar nos sentimentos um do outro, podemos ser totalmente sinceros, mas tudo isso demonstrando respeito.

— Para mim, você está descrevendo um amigo — Fala.

— Não, com toda a certeza não. Eu nunca falaria com o Matt, Diane ou Nick do modo que falo com você; tenha certeza disso. — Falo, impeço o garoto de falar mais alguma coisa estendendo minha mão para ele — Concorda? — Pergunto.

— Claro.

— Claro

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𝐍𝐄𝐕𝐄𝐑 | ᵗᵒᵐ ᵏᵃᵘˡⁱᵗᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora