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𝙏𝙊𝙈 𝙆𝘼𝙐𝙇𝙄𝙏𝙕

Encontrar a garota em minha rotina está se tornando cada vez mais frequente. Eu estou gostando disso, genuinamente.

Sua presença encanta-me e a cada encontro, sinto uma conexão especial se formando entre nós. Sua presença traz um brilho aos meus dias e faz com que eu me sinta vivo de maneira única, de maneira que eu não consigo explicar.

A cada sorriso por uma piada que sua mente achou engraçada e ela faz questão de pronunciar com seu inglês perfeito, enche meu coração de alegria e anseio por mais daquele momento.

Eu me pego ansioso para os momentos em que posso vê-la novamente. E isso causa-me uma imensa confusão, por não entender de qual lugar surgiu esse sentimento tão forte.

— Está indo bem, Sabine. — Elogio a menina. Em poucas semanas, a garota já havia pegado o ritmo do instrumento e sabe de cabeça alguns acordes mais simples das canções; claro, ela não é nenhuma profissional como eu, mas está evoluindo rápido.

— Meus dedos estão com calos. Saudades das minhas mãos macias. — Comenta, com um sorriso suave em seus lábios — Acha que até novembro eu vou conseguir tocar isso aqui? — Pergunta.

— Quer que eu seja sincero? — Interrogo-a e ela assenti — No cenário mais positivo, você vai saber tocar todas as músicas principais do álbum Harmony in Motion.

— Isso é legal... E no negativo?

— Você vai decepcionar a platéia e ficar com seus dedos calejados. — Brinco, mas aparentemente Sabine levou isso a sério. Ela encara-me assustada — É apenas brincadeira, Bine-Bine.

— Esse tipo de brincadeira não se faz, Kaulitz. — Fala — Bom, então quer dizer que em novembro eu vou me apresentar. Eu estou ansiosa. — Comenta.

Queria rebater a menina e dizer que ela se apresenta desde que sua banda foi formada e provocar ela até a garota esboçar o mínimo de reação, mas não fiz isso. Seu nervosismo transbordava pelos seus olhos atentos, que prestavam atenção a cada movimento que envolvia o instrumento.

Lehmann, levanta e entrega-me a guitarra, a garota se espreguiça e olha pela janela, percebendo que passamos do horário mais uma vez naquela semana.

— Tom, eu vou indo, tá legal? — Avisa — Preciso checar umas coisas com meus produtores e...

— Tudo bem, Bine-Bine. — Tranquilizo-a. Eu também precisava ficar sozinho — Eu peço para o zelador fechar aqui.

— Hum, legal. Obrigada, Kaulitz — Agradece e despede-se. Observo cuidadosamente a menina passar pela porta e desaparecer da minha vista.

Ficar com Sabine no mesmo cômodo está ficando cada vez mais torturante.

Enquanto minha mente grita que eu devo odiar a menina e causar intrigas para gerar entretenimento, tanto para mim quanto para a mídia, há outro sentimento dizendo o que mais temo ouvir, ele está gritando para que eu confesse que gosto dela, não apenas para ela mas também para mim. É tão confuso e tão simples ao mesmo tempo.

Respiro fundo e pego meu celular que estava em meu bolso. O primeiro contato que aparece é o do meu irmão, telefono para ele.

— ...Bill? — Chamo, pois o garoto demorou um tempo para responder na primeira vez.

— Oi, oi Tom. — Fala do outro lado da linha — Desculpas a demora, eu... Eu estava resolvendo uns problemas aqui. O que foi? — Pergunta, com uma voz desanimada.

Eu não vou perguntar o que está acontecendo com ele, já que algo nitidamente lhe incomoda, não que eu não me importe com o mais novo, isso nunca, mas por saber que ele me falará quando se sentir confortável.

— Cara, eu... — Minha atenção se concentra na mesa de madeira, dou rápidas batidinhas nela e estranho a minha própria ação — Eu acho... Nossa, mas como é difícil dizer isso!

— Fala logo, Tom! — Pede impaciente, mando-o ficar quieto — Ok.

Quando termino de arrumar minhas coisas, deixo o estúdio e aviso para o zelador, como havia dito para Sabine, entro no carro e vou em direção ao hotel. A distância era mínima, então não iria demorar tanto.

— Eu acho que estou gostando de alguém, mas de verdade dessa vez.

— Quem?! Fala logo, Tom! Você vai me matar de ansiedade desse jeito.

— Sabine. — Falo de forma repentina, de uma forma apressada e que nem eu mesmo esperava.

Meus olhos dão atenção a rua passando pela janela do carro. Elas não me lembram meus pensamentos, achei que estaria mais confuso e irritado por causa da confirmação do sentimento, mas não há nada disso, eu me sinto, estranhamente, bem com isso.

Desligo antes de Bill tentar dizer mais alguma coisa. Ele vai me provocar, dizer que já sabia, tentar me consolar, falar que é passageiro. Ele vai dizer o que eu quero ouvir, não o que ele realmente pensa. Eu não faço a mínima ideia se isso me ajudaria ou não.

Os meninos me esperavam no quarto que reservei apenas para mim, mas que em poucos dias eles descobriram e fizeram do "nosso" espaço próprio

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Os meninos me esperavam no quarto que reservei apenas para mim, mas que em poucos dias eles descobriram e fizeram do "nosso" espaço próprio. Abro a porta com a chave que guardo no bolso e sou recebido com confetes.

Georg pulava na cama comemorando com a embalagem usada antes, agora, ela está vazia sem seus papéis coloridos. Bill também comemora dançando uma coreografia no mínimo engraçada, que acompanhava a música tocada no notebook. Gustav, puxa-me para dentro e fecha a porta. Olho tudo desacreditado.

— Sabine, Sabine meu amor, eu te amo tanto! Oh, Sabine, minha amada — Provoca o garoto de cabelos longos, reviro meus olhos enquanto em meus lábios se forma um sorriso.

— Parem com isso... — Peço envergonhado.

Havia bebidas, álcool para ser mais específico, elas estavam disfarçadas em latinhas de refrigerantes. Sabemos que não podemos beber, mas era divertido a sensação de euforia causada pela bebida e a sensação de esquecimento que a embriaguez trazia. Era perfeito para esse momento.

Bill continua a sua dança estranha, mas agora em cima da cama junto com Georg que o acompanha, eles estão no ápice da diversão. Gustav coloca um colar de penas rosa em mim, não sei da onde ele tirou isso, mas pouco importa agora. Eu tenho que me divertir.

 Eu tenho que me divertir

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𝐍𝐄𝐕𝐄𝐑 | ᵗᵒᵐ ᵏᵃᵘˡⁱᵗᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora