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𝘽𝙄𝙇𝙇 𝙆𝘼𝙐𝙇𝙄𝙏𝙕

Meu irmão está deitado na sua cama teclando o notebook, há um som não muito frequente saindo nele, já que ouvimos apenas gemidos ou coisas bem semelhantes a isso; o barulho me parece ser de um jogo. Deito-me ao seu lado para ver o que era. Minhas suspeitas foram confirmadas, era um jogo de fazer doces e que ele estranhamente ria muito.

— Qual é a graça? — Pergunto, me referindo ao site.

— Nada, é só fofo. — Comenta, enquanto seu dedo aperta a tecla com a seta direita pintada, fazendo o personagem caminhar para o lado — Olha, tem um cogumelo ali. — Diz.

— Não me diga. — Falo, com um deboche palpável. Tom, faz careta ao ouvir a minha frase sem dispersar a sua atenção do notebook.

Ele já havia me confessado o que fez no show de dois dias atrás, preferi guardar apenas para mim, um segredo entre mim, ele e Sabine, não era necessário os outros saberem para alimentar mais ódio entre as bandas. Não concordo com o que ele fez, Nick, que pelo seu histórico era o mais provável de fazer isso, nem deve ter cogitado a possibilidade de atrapalhar o meu solo.

— Alguém sabe o que vamos fazer amanhã? — Georg pergunta.

— Ensaiar, fotos, férias? Quem sabe. — O garoto com sardas pintando o seu rosto diz — Espero que seja uma pausa, não aguento mais ter que ficar entrando pelos fundos do hotel! — Nick reclama.

— Você entra pelos fundos porque quer. — Matt rebate — Obrigado Gustav! — Agradece, pegando a xícara das mãos do loiro.

— Cala boca, seu feioso. — Nick fala.

O que era para sair em um tom de xingamento mais leve, acabou saindo em um tom de piada que todos se entreolharam e riram por causa da frase. Georg tinha suas mãos tapando o rosto enquanto caía na gargalhada, Matt, em respeito, tentava ao máximo se segurar, mas acabou se entregando quando se engasgou com o líquido que bebia. Gustav, bateu na bancada por causa do "xingamento" do garoto e Tom ria loucamente, mas não desfocou a sua atenção do notebook. Eu não estou diferente deles. Nick revira seus olhos e aos poucos deixa o sorriso aparecer em seu rosto.

Saímos da van em direção a um festival que, de acordo com os nossos agentes, insistiram na presença da banda no local

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Saímos da van em direção a um festival que, de acordo com os nossos agentes, insistiram na presença da banda no local. Não nego, gosto dessas festas aleatórias de músicas que há na Alemanha; mesmo que seja exaustivo já que não aproveitamos muito como pessoas normais.

— Sabine!? — Ouço o repórter chamar o nome da garota, que vira em sua direção. Ele parecia surpreso.

— Sim, senhor.

— Lehmann?

— Sim. — Responde com um sorriso no rosto. Não consigo explicar a cena, mas a garota aparenta se divertir com o tom surpreso e admirado que o homem pronunciou o seu nome.

O homem dá um gritinho de felicidade, o que acaba fazendo a garota rir espantada, porém ainda de uma forma educada. Olho para Tom e ele encara o mais velho, meu irmão parece estar julgando ele fortemente. Dou uma leve cotovelada nele e mando ele melhorar aquela cara.

Diane e Nick já estão dentro do festival, junto com Gustav e Georg, pois eles saíram mais cedo acompanhados de Lívia. Também queria ter ido mais cedo e aproveitado o evento enquanto ele ainda estava fechado para o público, mas acabei acordando tarde demais graças ao despertador que resolveu não tocar.

— Bill, Bill! — Uma voz feminina na grade me chama, sinto um puxão na minha jaqueta também.

— O-Oi, — Cumprimento a mesma e encaro a jovem animada de cabelos claros — Moça, você me assustou muito com aquele puxão — Digo, querendo deixar implícito uma crítica para ela.

— Sério? Me desculpe mesmo, achei que você não ouviria. — Pede, faço sinal para ela esquecer e entrego o papel que segundos atrás ela havia entregado — Aliás, você é muito lindo, Bill.

— Obrigado. — Falo. Quando ia me afastar da grade para encontrar meus amigos, observei os outros vindo em minha direção. Acho que interagir com os nossos fãs deve ser uma parte da nossa participação aqui.

Há muitos flashes, muitos mesmo, é quase impossível seu olho não se incomodar com a luminosidade das câmeras fotográficas e do sol. Respiro fundo ao poder me mover novamente, já que tive que ficar minutos parado em uma pose. Vou até a grade novamente.

— Tom, você é tão bonito!

— Sou?

— Sim!

— Obrigado, não esperava. — Ironiza o garoto. Olho de relance para Sabine que tenta esconder o riso ou segurar a sua fala provocadora, para não ocasionar uma troca de farpas entre os dois.

Em meio daquela enorme gritaria, eu ainda consigo ouvir as perguntas que são ditas para mim ou os outros presentes. Percebi que há um certo padrão também.

Para Tom, as perguntas sempre iriam levar a um caminho diferente se ele não interferisse. Matt, igualmente a mim, era questionado fortemente sobre a sua sexualidade, o que fez ele abandonar os fãs mais cedo ao lado de Diane, que também estava cansada de ser interrogada sobre como estava a empresa dos seus pais.

Georg e Gustav não perguntavam tantas coisas para eles, era apenas mais elogios, principalmente pelas suas habilidades nos instrumentos; nessas horas, queria ser eles apenas por um segundo. Sabine, sempre era perguntada sobre interesses, tanto românticos quanto em sua vida, também havia menções sobre acidente; não entendi muito bem essa parte, mas caso ela queira me responder mais tarde, eu ficarei grato e minha curiosidade me deixará em paz.

Depois de longos minutos em pé, podemos entrar no espaço e, novamente, falar com mais jornalistas que davam plantão para saber sobre as bandas. Graças a eles, descobri que éramos a banda mais aguardada no momento, agradeci por isso. Fomos para a lateral do palco observar as apresentações e logo depois é a nossa vez de subir.

Eu sempre desejei isso, estou vivendo isso, sinto-me como uma criança que acabara de ganhar um dos melhores brinquedos da loja de graça. Respiro fundo e subo no palco.

 Respiro fundo e subo no palco

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𝐍𝐄𝐕𝐄𝐑 | ᵗᵒᵐ ᵏᵃᵘˡⁱᵗᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora