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𝙎𝘼𝘽𝙄𝙉𝙀 𝙇𝙀𝙃𝙈𝘼𝙉𝙉

Após meses de treinamento intenso com o Kaulitz, já posso me nomear profissional na guitarra. É claro que eu estou exagerando mais do que se pode imaginar. Mesmo depois de tantos meses de sofrimento, dedos calejados, pesadelos com notas musicais flutuantes tocando o meu nome, posso finalmente descansar tranquila sabendo que farei o melhor solo de guitarra naquele palco. No palco que estou olhando agora.

Tom tinha razão quando disse que, nos melhores cenários existentes, eu poderia aprender quatro músicas do álbum Harmony in Motion, fiquei ansiosa para saber se sua fala estava certa ou não. Contudo, surpreendentemente, o meu desempenho foi melhor do que imaginávamos e eu consegui aprender todas as oito músicas do álbum.

— É hoje, Sabine! — Matt fala ansioso.

— Tenho certeza que vai ser horrível. — Nick pragueja — Você não teve a mim como professor.

— É. — Ouço a voz de Tom, que minutos atrás estava do lado de fora do camarim — Mas ela teve a mim como professor. Quer mesmo competir? — Questiona para o ruivo.

Observo o mais novo revirar os seus olhos e caminhar em direção ao espelho, percebo que ele ajeita o seu piercing falso, um que tem no canto da sobrancelha. Seus pais o proibiram explicitamente de fazer um furo verdadeiro, já que se caso aparecesse com algo assim, teria os pelos da sobrancelha arrancados. Lembro-me de rir quando Diane contou a história.

— Ei, boa sorte, Bine-Bine. — Tom sussurra em meu ouvido, já que estava próximo o suficiente para isso.

Um nervosismo diferente percorre meu corpo, especialmente com a proximidade de Tom. Meu coração acelera e minhas mãos começam a tremer levemente, revelando a ansiedade que sinto. Mas, curiosamente, é uma mistura de nervosismo e excitação, pois tenho em mente, mesmo que seja difícil de admitir, que meu afeto por Tom é mais profundo do que eu imaginava.

Enquanto tento controlar meus próprios sentimentos, percebo uma interação divertida entre Bill e Matt. Eles estão envolvidos em uma conversa animada, e Bill sugere brincando que fará um tutorial para Matt sobre como mascar chiclete. No entanto, antes mesmo que Bill possa começar, ele se engasga com o próprio chiclete, arrancando risadas espontâneas de Matt. Deixo uma risada escapar por causa da cena.

Pelo meu breve minuto de distração, Tom já não está ao meu lado, mas sim com os outros integrantes do Tokio Hotel que conversam com Diane, que me parece pouco interessada com o assunto pautado ali.

— Crianças! — Simon chama. O mais velho adentra o camarim sorridente — Vocês já vão entrar e... Sabi, está pronta? — Pergunta-me com um nítido nervosismo em sua voz.

— Sim. — Afirmo.

Mentalmente, repasso toda a programação decorada para aquela tarde. Vamos começar a tocar as primeiras quatro músicas como de costume, depois, vai ocorrer aquele revezamento de bandas e no final, quando formos tocar as últimas quatro músicas do álbum, eu vou surgir no meio do palco com uma guitarra na mão e muitos efeitos para criar mais impacto.

Será uma tarde espetacular.

As pessoas se sentem naturalmente atraídas por guitarristas, isso se tornou perceptível para mim quando surgi no meio do palco com o instrumento em mãos

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As pessoas se sentem naturalmente atraídas por guitarristas, isso se tornou perceptível para mim quando surgi no meio do palco com o instrumento em mãos. O volume das vozes aumentou consideravelmente.

Tomei toda a atenção do público quando comecei a tocar o solo de "Rebel Souls", deixando todo o vocal na responsabilidade de Bill. Estou no centro do palco, sozinha e um tanto distanciada dos meus amigos que estão atrás de mim, Bill está na outra ponta interagindo com o público. Não posso fingir que isso não atinge minha ansiedade.

O palco me parece maior do que de costume e mais solitário também. O sentimento de ansiedade está tomando conta do meu corpo e minha mente fica turva por um momento, mas não erro as notas graças a memória muscular que adquiri durante o tempo de treinamento. Olho para trás em desespero, precisava achar apoio em alguém, contudo, todos estão absolutamente focados no que estão fazendo. Murmuro um xingamento.

Tom, por alguma razão, levanta a sua cabeça e olha-me, faço sinal para ele se aproximar e desvio a minha atenção para qualquer outra coisa menos desesperadora naquele momento.

Os gritos aumentam quando Tom caminha para frente. O garoto para quando chega no limite no palco, onde eu também me encontro. Ele não estava ali apenas como um apoio emocional, como eu achei que seria, ele tinha um outro propósito. Seu corpo está virado em minha direção, consigo ouvir claramente o som da sua guitarra e há um sorriso em seu rosto. A atenção dele está apenas em mim, somente em mim.

Após a emocionante apresentação, nós voltamos ao hotel, cercados por fãs e uma atmosfera de pura euforia. O hall do hotel estava lotado de pessoas comentando sobre o show e celebrando a música que tinham acabado de ouvir. Meus amigos e eu caminhávamos lado a lado, ainda sentindo a adrenalina pulsar em nossas veias.

Quando chego no corredor vazio em frente ao quarto que divido com meus amigos, uma sensação de realização e cansaço começou a tomar conta de mim. Eu estava prestes a entrar quando Tom me chamou, interrompendo meus pensamentos.

— Ei, Sabine, espera um pouco. — Tom disse com um pouco de nervosismo em sua voz.

Virei-me para ele, notando uma mistura de emoções em seus olhos e um sorriso genuíno em seu rosto.

— Você foi... Incrível lá no palco. Sério, fiquei impressionado. — Tom elogiou, buscando as palavras certas.

— Obrigada, Tom. Você também... Arrasou. — Respondi, sentindo meu coração bater mais rápido do que o normal.

Tom parecia querer dizer mais alguma coisa, mas hesitou por um momento. Ele olhou nos meus olhos com uma intensidade que fez meu coração disparar.

— Sabe, podemos ir para o meu quarto? Eu... Eu quero te falar algo que tem me perturbado nesses últimos dias. Na verdade, nesses últimos meses — Pede, o olho confusa.

Fiquei milésimos pensando se aceitaria ou não, mas tomei a minha decisão baseada na minha curiosidade tola.

— Claro, por que não?

— Claro, por que não?

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𝐍𝐄𝐕𝐄𝐑 | ᵗᵒᵐ ᵏᵃᵘˡⁱᵗᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora