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𝙎𝘼𝘽𝙄𝙉𝙀 𝙇𝙀𝙃𝙈𝘼𝙉𝙉

Nunca fui alguém que deseja o mal às pessoas com as quais nunca tive contato, mas sempre fico receosa, especialmente quando se trata das primeiras impressões e dos conceitos pré-estabelecidos que tenho delas. No entanto, isso não aconteceu com o Tom Kaulitz. Ele se revelou a pessoa mais arrogante que já conheci em toda a minha vida, e conseguiu transmitir isso com apenas algumas palavras que saíram de sua boca.

— Idiota, imbecil, cara de pato! — Falo comigo mesma. Nick, olha-me estranho.

— Cara de pato? — Repete — Isso é lá xingamento, menina?

— Verdade, é uma ofensa aos patos.

O garoto me olha de forma questionadora, mas decide não continuar com essa conversa, enquanto todos os meus pensamentos odiosos se dirigem ao Kaulitz. Matt está entrando em um estado de fanatismo compreensível; afinal, ele nunca esteve tão próximo de seu ídolo como hoje. Diane não comentou sobre o que acabou de acontecer, a única coisa que disse é que Matt está disfarçando muito bem e não transparece que ele é fã do Bill, e se desse, era bem superficialmente.

Me vejo obrigada a comemorar isso com o garoto, querendo ou não, é uma grande conquista para o menino, porém eu não estou com clima para isso, não após as falas do Kaulitz. 

Após passar alguns minutos com pensamentos sombrios sobre o que poderia fazer com Tom, a banda Tokio Hotel adentra o estúdio e se posiciona em nossa frente. Meu olhar se volta para o ruivo, que aparenta estar tão confuso quanto eu e os outros membros

— Viemos pedir desculpas a todos vocês, não deveríamos ter dito aquilo na entrevista. — Fala Bill.

— Mas você não falou nada — Diane se pronuncia — Foi o babaca do teu irmão.

— Eu sei; mas estou pedindo em nome da banda e...

— A banda não fez nada com a gente, não deveriam estar se desculpando. Tom, você estava dando sua opinião pessoal? — Pergunto ao mesmo, que está com a cabeça baixa.

Tom, levanta seu olhar e olha brevemente para mim, mas logo depois desvia e encara seu irmão gêmeo. Acho que eles não previram essa pergunta no roteiro de desculpas que seguem.

— Aquela era a minha opinião pessoal sobre a sua banda.

— Sendo assim, não posso fazer nada além de respeitar. É uma opinião sua, de uma pessoa que não gosta da Startlit Horizon, é apenas mais um de uma minoria que não gosta da gente. Mais um, nada demais.

Dou ênfase na palavra "mais um". Admito que há um objetivo podre por trás, mas que eu gostava de fazer. Queria deixar claro a sua insignificância para todos os presentes, já que se fosse para nós preocupar com todos que nos odeiam pelo fato de existirmos, a fila seria grande demais e demoraria anos para chegarmos no Tom Kaulitz. Digo o mesmo quando se trata dos nossos tão amados fãs, mas ao contrário de anos, seria séculos.

O garoto respira fundo e vejo suas unhas cravarme na palma da sua mão. Georg percebeu a tensão que ficou no ar, mas pouco se importou com isso e foi sentar no seu lugar, sendo seguido pelos outros membros da banda.

— Aliás, vai ter um novo show de vocês, não é? — Bill pergunta, tentando puxar assunto após minutos de silêncio.

— É — Respondo. Não era ignorância ou grosseria da nossa parte, falamos o que sabíamos para todos que escutavam a entrevista, não havia mais nenhuma informação nova que ele pudesse extrair sobre o evento.

— Divertido... — Comenta.


Depois de mais alguns minutos sentados naquelas cadeiras, olhando para o teto e desejando que ele caísse em nossas cabeças com o tamanho desconforto que sentiamos. O apresentador finalmente voltou para continuar a entrevista.

 O apresentador finalmente voltou para continuar a entrevista

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Fizemos a passagem de som horas antes do show começar. Os figurinistas ajeitavam as últimas etapas das roupas e os responsáveis pela organização do evento guiava a platéia. Não sei quantas pessoas estão nos esperando, mas consigo ouvir seus gritos animados. Engulo seco.

— Aí, Jesus... Estou tão ansiosa! — Olho para Diane notando a sua empolgação.

A garota de cabelos castanhos ondulados, agora tinha apliques de mechas rosas em seu cabelo, também utilizava uma lente castanho escuro, que escondia o castanho claro dos seus olhos. Na minha sincera opinião, acho que eles exageraram um pouco na maquiagem da menina, claro, acertaram o espumado em seus olhos, mas acabaram cobrindo as suas belas sardas levemente visíveis.

A sua roupa era quase a mesma de sempre; camisa preta com gola alta e manga comprida, luvas com espinhos decorados em seus punhos, calça jeans preta e botas; além da sua touca que já é um símbolo da baixista.

— Será que você consegue tocar com isso? — Pergunto.

— Não me subestime, Sabinizinha. — Fala e rio com seu apelido. Os meninos também estão tão ansiosos como nós duas.

Paro alguns minutos para analisar as roupas dos mesmos, é bem fácil diferenciar ambos os estilos dos garotos. Nick, usa camisas com botões e normalmente são tecidos que se assemelham ao jeans, além de serem folgadas por causa do seu corpo magro. Contudo, Matt, usa camisas mais coladas e jaquetas de couro preta, suas calças também são coladas e o que se destaca nelas é os cintos espalhafatosos que o menino usa como acessório.


Enquanto todos seguem a moda de usar o exagerado, eu fico com o mais básico entre toda a banda. Eu prefiro roupas largas, muito largas, que são mais que o dobro do meu biotipo. Minhas camisas batem em meus joelhos, minhas calças cobrem meus pés, não sei quantas vezes foram, mas já fiz muitos shows sem calçado algum, apenas pelo fato da minha vestimenta esconder os meus pés. Garanto que foi muito bom.

— Hora de vocês entrarem, crianças! — Simon anuncia empolgado — Prontos?... Entrem! — Manda.

 Entrem! — Manda

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𝐍𝐄𝐕𝐄𝐑 | ᵗᵒᵐ ᵏᵃᵘˡⁱᵗᶻOnde histórias criam vida. Descubra agora