Pack Dunbar

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Após aquela conversa só serviu para afastar ainda mais a alcateia. Lydia escapou por pouco de ser internada na casa Eichen, pois com a ajuda inesperada do Parrish conseguiu sair daquele estado catatônico. Mas não era mais a mesma patricinha inteligente com sorriso debochado. O peso de não saber controlar seus poderes, ser encarada como maluca e falta da única pessoa que ficava do seu lado estava sendo demais para ela. Ainda mais sabendo que teve culpa no seu afastamento.

Quando em grupo, Lydia, Liam, Malia e Kira seguiram para a casa do xerife três dias depois que a banshee saiu do hospital, eles jamais imaginaram encontrar o homem entregue a bebida e lamentando por seus erros. Mas nenhum deles estava preparada para saber que o amigo deles tinha saído da cidade sem deixar rastro.

Aquela notícia foi o pontapé que faltava para a alcateia de separar de vez. Liam não aceitaria mais seguir ordens daqueles que foram culpados pelo afastamento do humano que cuidava dele. Embora tenha sua parcela de culpa e se sentia um idiota por não ter ido contra os alfas. As três mulheres mais antigas da alcateia McCall seguiram o loiro, uma semana depois Ethan se juntou a eles.

A alcateia liderada pelo loiro começou com o pé direito quando o Mason, semanas depois, foi capturado para ser o receptáculo da Besta de Gévaudan. Os ataques eram mais frequentes e eles corriam contra o tempo para trazer o moreno de volta. A outra alcateia também se mexia para acabar com aquela situação e contavam com a família Argent para ajudar. Já que originalmente a besta foi derrotada séculos atrás pela primeira Argent.

O novo bando ficou atento a isso, nenhum deles confiava cegamente na família de caçadores, Lydia sabia que o velho orquestrou a morte da nora, manipulou o filho e a neta, então por que essa boa vontade toda? Alertando os amigos sobre isso, eles redobraram a atenção no velho. Parecia uma paranoia sem sentido, mas a suspeita se mostrou verdadeira quando Gerard tentou trair eles e controlar a besta para benefício próprio. Felizmente o grupo não era o único atento as atitudes do homem, pois seu próprio filho se voltou contra ele ao notar sua intenção.

Felizmente a besta foi encurralada e Lydia conseguiu soltar o espectro do corpo de Mason. Antes deles conseguirem atravessar a lâmina na besta, ela se apossou do corpo do velho Argent. O que causou um pouco de dor ao mesmo, pois seu corpo lutava para permanecer do no controle, o que foi tempo suficiente para Liam cravar a lâmina no peito dele, Malia rasgar a garganta do velho com as garras e Lydia estourar os miolos dele com seu grito.

— Isso é pelo Mason!

— Por ser um filho da puta manipulador!

— E isso por torturar o Stiles!

Chris ficou observando e por mais que fosse seu pai, ele sabia que o mesmo merecia por tudo que fez. Sua irmã não seria uma psicopata maluca, sua filha não teria sido transformada, Victória estaria viva e nem eles teriam que voltar a essa cidade, pois não haveria incêndio criminoso nem um ômega atrás de vingança. Pena que ele era o único a pensar assim.

— O que vocês fizeram! — Alisson gritou tentando avançar neles, mas foi detida por Scott e Derek.

— O que vocês se negam a fazer, acabar com o mal de uma vez por toda. — Surpreendentemente para eles, quem disse isso foi Chris. — Alisson você esqueceu o que ele fez com você? Como ele manipulou a mente de sua mãe a ponto de ela querer se matar para não se transformar. Preciso lembrar que se não fosse por ele enchendo a cabeça da Kate, depois que minha mãe foi morta, que nada disso estaria acontecendo hoje? Que nunca haveria um incêndio, que a família do Hale estaria viva, que seu tio, Derek, não ficaria insano em busca de vingança!

— Pai, mas o vovô...

— Só queria poder! Ser imortal e passaria por cima de todos para conseguir isso, inclusive de você, Alisson. — Ele suspirou olhando nos olhos da filha. — Abra os olhos. O mundo não é em preto e branco, onde o bem luta contra o mal, não. As vezes fazer o mal é a coisa certa. — Virou pra o trio. — Liam, Lydia e Malia, vocês fizeram um bom trabalho. Obrigado. — Agradeceu e virou saindo dali. O trio ainda absorvendo aquelas palavras logo se juntou a Ethan e Kira que carregavam o corpo inconsciente de Mason e saíram dali sem dizer nada. Não precisavam, estavam vingados, cansados e em choque.

Isaac que viu aquilo tudo em silêncio acabou por acordar de vez com a reação de Alisson. Ele ainda tentava achar aquela por quem se apaixonou na jovem Argent, mas a mesma após ser transformada ficou mais amargurada, áspera e fechada. Mesmo estando assim só dava atenção a Scott e aquela reação tão fora do normal dela terminou de cortar de vez o laço que tinham.

— Como você pode querer defender alguém que orquestrou a morte de sua mãe? — Ele perguntou quebrando o silêncio. Mas não houve resposta e ele seguiu seu caminho com uma certeza, precisava sair daquele lugar, começar de novo e esquecer aquele amor impossível.

O novo pack estava usando a casa de Malia como apoio, eles começaram cuidar dos ferimentos e pensar em novas dinâmicas sobre como agir. Conforme se recuperavam, eles passaram a treinar nos fundos da casa, aproveitando a vantagem de ser fora da área urbana. Em um desses treinos a conversa tomou um rumo diferente.

— Eu estive pensando em ir visitar o Jackson. — Lydia soltou. Eles estavam de férias.

— Ele não mora tipo em Paris? — Liam pergunta.

— Não, Londres na verdade. — Ela respondeu. De todos, era quem tinha mais contado com o ex-capitão. — Quem sabe ele não está disposto a voltar. — Murmurou mais para si.

A conversa segue aleatória a partir dali, falando desde os planos de viagens para curtir, até mesmo sobre os planos para depois que se formarem, principalmente aqueles que só tinham mais meio ano para concluir.

— Stiles —

O primeiro semestre do curso foi de longe a coisa mais interessante e cansativa que já experimentei. Esse era repleto de teoria, muitos textos e analise comportamentais para estudar e relatar. Mas sem dúvida foram os melhores seis meses da minha vida.

Sem contar que fora a vida acadêmica, minha vida pessoal e meu papel na alcateia estava a mil maravilhas. Como eu suspeitava o Klaus não representava perigo algum, pelo contrário ele chegou até a oferecer suporte ao bando, mostrando na prática que ele era o maior interessado em manter a cidade tranquila.

Minhas habilidades mágicas evoluíram muito nesse período e com a ajuda do bando, principalmente Peter, estou tratando de controlar minhas transformações, tanto de raposa quanto lobo. O Hibrido se junta a nós as vezes e me uma ou outra dica a respeito.

Nesse período aqui ele tem se aproximado bastante, chegou até a participar de uma reunião do bando. Acho que morar sozinho não é bem o estilo dele e Deucalion não pareceu se importar. Ele seguia a premissa de que era melhor ficar do lado bom do Híbrido, não que eu esteja o julgando por isso, não depois de ouvir as histórias de como o próprio lida com os problemas/quem entra no seu caminho. Se a ameaça de ter sua garganta rasgada com os dentes já me deixava com calafrios, escutar que ele arranca o coração dos inimigos me deixou com vontade de vomitar.

— Peter, eu amo comer essas coisas, mas mesmo eu acho que você está exagerando na quantidade. — Falei observando-o entupir o carrinho de biscoitos, batatas chips, finis, chocolates e outras coisas.

— Você diz isso, mas esquece que a Kali come o dobro dessas porcarias quando está de TPM. E eu quero evitar uma loba praticamente cuspindo fogo por que o chocolate dela acabou. — Rebatei enquanto pegava mais guloseimas da prateleira.

— Okay, você tem um ponto. — Suspirei em rendição por que até eu sofri com a loba temperamental. Meu sobretudo virou pano de chão quando ela tentava avançar em mim no último mês. Enquanto ele ia enchendo o carrinho naquele corredor, eu segui para sessão de frios e bebidas. Precisava dos meus energéticos para me manter acordado, hábito que peguei no primeiro mês de aula.

— Stiles? — Só tive tempo de virar e com a agradecer aos treinos ou teria beijado o chão quando o furacão ruivo pulou em mim.

— Lydia? — Falei depois de um tempo e ela se afastou sem graça quando não retribuí o abraço. — O que você está fazendo aqui? 

It's too late to apologizeOnde histórias criam vida. Descubra agora