As fadas escutam

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Existiam criaturas estranhas, como o escuro que encobre um dia de sol e o silêncio que precede a tempestade

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Existiam criaturas estranhas, como o escuro que encobre um dia de sol e o silêncio que precede a tempestade. Elas habitavam o coração, um lugar escondido e secreto, onde a luz e a sombra se confundem.

Eram fadas, as que sussurravam pensamentos arruinados, cultivando a discórdia, a raiva e a inveja. Dançavam no entardecer da alma humana, atraindo os sentimentos mais torpes e desabrochando-os em maldades bem urdidas.

E não havia como se livrar delas. Elas habitavam desde o início dos tempos, um vício compulsivo que cerca o coração e o envolve em escuridão. Era como uma teia que jamais poderia ser cortada.

Cercada de um abismo infinito, um medo que dilacerava a alma. Esse medo era o que mais temiam, porque ele poderia fazer você desaparecer.

Fugindo para o espaço entre os mundos, o lugar onde o vazio e o nada se encontram. E lá habitaram em silêncio, esperando a hora certa para lançar-se novamente, como um bando de mariposas noturnas, sedentas de caos e iniquidade.

Como um segredo obscuro que deve ser guardado e esquecido, todos evitavam falar sobre. Vigiemos, pois elas podem a qualquer momento, despertar...

 Vigiemos, pois elas podem a qualquer momento, despertar

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