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Era no mínimo estranho estar dirigindo o velho Taurus depois de ter experimentado a glória de conduzir o Mustang de Nash

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Era no mínimo estranho estar dirigindo o velho Taurus depois de ter experimentado a glória de conduzir o Mustang de Nash. No caminho de volta ao centro da cidade, depois de terminar seu serviço, Kurt errou algumas trocas de marcha, e o carro engasgou dezenas de vezes no meio da estrada. Ele nem ao menos conseguia mais acertar a profundidade adequada que deveria pisar nos pedais para que o Taurus não morresse.

A sensação vibrante de ter o domínio do Mustang ainda era uma lembrança viva que remexia seu estômago. Kurt não podia parar de pensar em tudo: no carro, na mão de Nash em sua coxa, na adrenalina do momento. Nem mesmo na voz estridente e surpresa de Jerome que exclamou quando ele voltou para dentro da velha fábrica: "Você está brincando? Nash deixou mesmo você pegar o Shelby? Mas ele não deixa ninguém encostar naquele volante!". Lembrando disso, Kurt se esforçava para segurar uma risada nervosa.

Já era tarde o bastante para que ele cruzasse a estrada em 20 minutos. O caminho sem trânsito distraiu Kurt da luz vermelha insistente que piscava no painel de controle, um alerta sobre o tanque prestes a se esgotar. Não havia muito que ele pudesse fazer, na verdade. A carteira em seu bolso contava com algumas ridículas notas de 1 dólar, e o retrato de George Washington nelas parecia debochar da inocente ideia de abastecer o carro com aqueles trocados.

Mas, há alguns quarteirões do estacionamento da loja de conveniência de sempre, foi impossível continuar ignorando. A gasolina acabou, e o Taurus apagou no meio da rua. Kurt amaldiçoou batendo no volante, mas a raiva não servia de nada no momento. Ele precisou descer do carro e empurrá-lo pelo resto do caminho, até sua vaga alugada. Tudo que ele podia pensar era como ele ainda precisava desesperadamente de mais dinheiro. Não era só a gasolina, mas também a diária do estacionamento que estava vencida, a comida que precisava comprar, os banhos que precisava pagar. Trabalhar na garagem de Mackenzie tinha sido uma boa saída, mas o próximo pagamento só viria na outra semana. Kurt não podia esperar tanto.

A loja já tinha baixado as portas com o fim do expediente noturno quando ele conseguiu terminar de empurrar o carro. O estacionamento estava vazio e quieto, apenas a luz amarela de um único poste e os vira-latas revirando o lixo davam algum sinal de vida. Kurt se trancou dentro do carro com os vidros fechados e se deitou espremido no banco traseiro, mirando o teto baixo de forro rasgado do carro. Naquela noite, ele foi dormir exausto, cansado demais até para tirar os sapatos.

Colisão [2ª edição 2024]Onde histórias criam vida. Descubra agora