Certezas incertas

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Sn


Quando Jake parou em frente a casa da Jessy, minha mão foi direto a porta para abrir e sair logo, até que o som no carro me impediu de prosseguir, Jake trancou as portas. O olhei sem entender, e reparei sua mão saindo dos botões de trava sorrateiramente.

Permanecendo calado, ele encostou sua cabeça no banco, e após mais segundos de silêncio suas mãos esfregam seu rosto nervosamente. Algo precisava ser dito, para acabar com o silêncio e a tensão entre nós, o terrível silêncio. Mas o que? Todas as minhas esperanças de fazer Jake se abrir para mim, de fazê-lo confiar em mim e me deixar ser seu ombro, se foram. Eu tentei, todas as vezes, ele me afastou, todas elas. O que mais devo fazer?

— Eu... — ele tentou. Posso perceber facilmente o conflito interno e desastroso que ele está.

Apenas me diga, Jake, diga.

Diz que quer que eu fique.

Jake

Luto contra meus pensamentos, mas não adianta. Cada vez que eu a vejo, cada vez que está perto o bastante de mim, meu corpo arrepia e meu coração dispara, me dando a melhor sensação que eu poderia experimentar em minha vida, mas então minha mente me traz aquelas memórias, de novo e de novo, todas as vezes, aquelas memórias horríveis.

Eu não sei o que fazer. Não sei o que falar ou agir. Tudo vira uma bagunça quando se trata dela e sinto que todos os meus sentidos falham, toda a minha razão e consciência são incapazes de vencer, o sentimento que só ela traz, nada pode vencê-lo.

Meus sentimentos e minha razão entram em conflito todas as vezes, o tempo todo, deixando minha mente um verdadeiro caos. Não sei o que fazer, mas de uma coisa tenho certeza, jamais vou deixar que aquilo aconteça com ela.

Destravei as portas.

Após um suspiro cansado e desanimado, ela saiu do carro, me deixando sozinho para finalmente deixar que as lágrimas caiam.

A vejo dar a volta no carro e atravessar a rua até a casa da amiga, a vejo ir embora, a vejo se afastar de mim de novo, isso dói. Dói pra caralho.

Mas eu nunca permitirei que algum mal lhe aconteça, minha pequena, nem que eu me mate tentando lutar contra meu próprio coração.

Sn

— Oii!. — Jessy me abraça com seu sorriso enorme e alegre.

— Oi, senti sua falta.

— Eu também senti. Venha, o pessoal já chegou.

Assim que entrei na pequena e aconchegante casa, todo o pessoal estava na sala, todos organizados nos sofás conversando, ou discutindo, pois estavam falando um pouco alto e grosseiros.

— Calem a boca seu animais! — Jessy rosnou me fazendo arregalar os olhos pela surpresa. — Olha quem chegou. — ela conta animada.

— Peneirinha! — Dan foi o primeiro a se levantar e me abraçar, atrás dele veio todo o pessoal e se juntaram ao grande e quente abração.

— Ei, gente, menos, ela ainda está machucada. — Richy se lembrou de afastando imediatamente.

— Oh, não se preocupem, eu já estou muito melhor.

— Que bom. — Thomas sorriu para mim. — Ficamos muito preocupados com você.

— Cada vez que você tinha uma parada, era um de nós tendo um ataque cardíaco também. — Cléo disse e nós rimos com ela.

A Garota & O ProcuradoOnde histórias criam vida. Descubra agora