Capítulo 31(Mattew): Eu te amo, Laurel Summer.

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Chegou o dia. Chegou o dia! Eu estava fazendo um vídeo de despedida para Laurel, pelo menos eu estava tentando. Pedi a Blaire, Julie, Gena, Madison e Mary para que me ajudassem com os vídeos e fotos. Fiz uma carta e comprei um presente para ela, um disco da Taylor Swift e um livro que a uns dias atrás ela disse que queria muito, chama-se É Assim Que Acaba, eu acho, a vendedora me disse que era um romance clichê, mas eu não me importo, só quero que Laurel goste.

Arrumei as coisas no quintal já que hoje não daria tempo de ficarmos lá. Laurel ontem havia chorado muito, tentei fazer o que pude, mas não adiantou muito, ela realmente não queria se mudar.
   Laurel me deu uma cachorrinha que chamei de Summer, em homenagem à ela. Ela é a coisa mais fofa e pequena que já vi na minha vida, e tenho certeza que aquela cachorrinha vai me ajudar a lidar com a saudade. Eu amo cachorros e sempre foi meu sonho ter um desde os sete anos, porém meus pais nunca quiseram me dar um, principalmente depois que minha mãe morreu.
...
   Antes de minha mãe morrer ela me contou uma história que mudou minha vida. Quando eu tinha seis anos, um dia em um dia normal em que eu brincava na rua da casa da minha tia eu quase fui atropelado, mas uma garotinha mais ou menos da minha idade me empurrou para longe  e acidentalmente se colocou na frente do carro, sendo atropelada em meu lugar. A garotinha ficou bem, pois deu tempo do carro parar antes que o pior acontecesse, porém a menina machucou o braço, fazendo com que provavelmente ela tivesse uma cicatriz pelo resto da vida. A questão é que minha mãe dissera que a garotinha se chamava Laurel, o que me faz pensar em muitas coisas.
Seria muita coincidência se a Laurel que salvou minha vida fosse a Laurel que eu namoro atualmente, mas recentemente descobri que a vó da Lau mora no mesmo bairro que minha tia morava até um ano atrás.
...
Eu fui para a casa de Laurel para me despedir dela e levei Summer para se despedir também. Todas suas amigas estavam em sua casa, inclusive as alunas novas que entraram esse mês: Lily, Isabella, Amanda e Catarine. Quando Laurel soube que entrariam mais pessoas novas, ficou muito animada, porque pensava que só teria eu como aluno novo naquele ano.
Cheguei na casa dela e aquilo virou um pesadelo, um monte de meninas me rodearam para ver a Summer que estava assustada com todo aquele movimento.

- Gente, deem um espaço para ela respirar! Summer está assustada.
- Ela é muuito fofa! - Exclamou Amanda.
- Verdade - Isabella, Lily, Blaire e Julie responderam ao mesmo tempo.
...
Todas já haviam ido embora, e só estava eu e Laurel agora. Decidi conversar com ela sobre a história que minha mãe contara a mim antes de morrer, então contei a história toda a ela.

- Mattew... - Ela parecia lembrar de alguma coisa após ouvir a história.
- O quê?
- Olhe isso - Ela se virou e levantou a manga da blusa da camiseta. Ela tinha uma cicatriz no braço.

Laurel era a mesma Laurel que havia me salvado a doze anos atrás.

- Laurel, você não só é o amor da minha vida, você é quem salvou minha vida também.
- Eu lembrava disso, só não sabia que era você.
- Por isso que quando te conheci te achei familiar...
- Mattew, eu não sei como vou ficar longe de você.
- Eu também não sei.
- Sabe algo engraçado? - Laurel começou a rir sozinha.
- Antes eu não conseguia assumir ou até aceitar que eu te amava, então fiz uma lista de cento e uma coisas que fazem eu não gostar de você.
- Ah é, é? Eu já sabia que te amava desde o início. Mas por que cento e um?
- Porque eu poderia dizer que tinham mais de cem motivos para não gostar de você.
- Nossa, que rude. E quais eram esses motivos?

Ela me listou MUITA coisa, cheguei até a ficar inseguro se ela realmente me amava.

"30. Não pensa muito antes de falar e fazer.
31. Se sente um peso sempre.
32. Pensa muito nos outros e pouco em si mesmo(não sei se isso é um defeito)
33. Não gosta de borboletas..."

- A trinta e três é injustiça! Eu tenho traumas de borboletas! - Protestei.
- Mas eu amo borboletas!

Ela ficou mais uns quinze minutos falando, falando e falando.

"99. É alérgico a flores.
100. Já foi preso.
101. É ex-namorado de uma menina que o machucou muito."

- A das flores não é culpa minha! - Protestei de novo.
- Mas eu amo flores!
- Mas a última é verdade, e a número cem não é justo, você colocou ela duas vezes nessa lista!
- Mas esses motivos não importam, porque apesar de existirem mais de cem motivos para não gostar de você, existem infinitos outros para te amar.
...
Chegou a hora. Eu fui com os pais de Laurel ao aeroporto. Estávamos chorando muito.

- Eu vou sentir muito sua falta - Sua voz estava falhando muito.
- Eu também.
- Promete que vai me ligar todos os dias?
- De dedinho - Eu disse mostrando o dedo mindinho.

Ela puxou meu dedo e me abraçou. Vivemos tanta coisa em tão pouco tempo. Eu sentia que já tinha valido a pena tudo que vivemos, mas ainda faltava alguma coisa.

- Eu te amo muito, Mattew.
- Eu te amo mais, Laurel Summer.
- Matt, ontem quando eu estava na casa de Blaire, uma tal de Hannah Parker comentou na nossa foto...
- O que ela falou? - Só faltava aquela traíra começar a provocar Laurel.
- Ela comentou isso - Ela me mostrou o comentário.

"Matt, arrumou outra rápido, hein!", droga.

- Deixa pra lá, não vale a pena se irritar. Ela era a minha namorada na outra cidade, antes de me trair.
- Te trair? - Laurel pareceu ter ficado com muita raiva.
- Ela estava me traindo com meu melhor amigo, e eu descobri anos antes de me mudar pra cá.
- Nossa, sinto muito.
- Mas eu tenho você, que vale mais que mil Hannahs.

"Voo 519..."

Era o voo de Laurel. Chegou a hora da despedida definitiva. Ela me abraçou novamente.

- Vem comigo - Ela murmurou com voz de choro.
- Não posso, Lau, tenho que ficar com Max e meu pai.
- Desculpa...
- Pelo o quê?
- Por te deixar depois de tudo que fez por mim...
- Não, Laurel, não se culpe! Não é culpa sua. Eu tenho uns presentes para você - Peguei o embrulho com os presentes na minha mochila e entreguei a ela.
- O que é isso? - Ela abriu o embrulho e viu o livro - Meu Deus Mattew! Muito obrigada! - Ela ficou muito feliz com o livro, isso porque não havia visto o disco ainda.
- Tem mais uma coisinha aí...
- Tem? - Ela olhou mais uma vez o embrulho e provavelmente viu o disco - Não acredito. Não acredito, Matt! - Ela me abraçou de novo - Muito obrigada! Eu amei!
- De nada, eu amo você.

A mãe e o pai de Laurel se aproximaram para me dar um abraço.

- Muito obrigado por cuidar da nossa filha tão bem - Agradeceu o pai de Laurel.
- Isso não é nada. Eu a amo muito, senhor.
- Não me chame de senhor, pode me chamar de Fred.
- Fred - Eu me corrigi.
- Muito obrigada por isso também, Matt - Ela estava falando da facada que eu levei por Laurel.
- Pra mim não foi nada, o que importa é que nada aconteceu com ela.
- Obrigada por amá-la tanto - Agradeceu Fred.

   Laurel veio me abraçar de novo.

- Eu te amo, Laurel Summer.
- Eu te amo, Mattew Cameron.

Eles foram. Eu e Laurel nos beijamos e ela foi. Dor. Dor é o que me invade nesse momento. Vê-la indo embora foi como estar em um pesadelo impossível de acordar.
...
Eu estava em meu quarto, deitado na cama assimilando tudo isso. Ela foi embora. Se eu olhasse para a janela ela não estaria mais lá.
Eu peguei no sono com Summer deitada ao meu lado na cama, mas acordei com uma mensagem de Laurel:

"O voo cancelou, meus pais mudaram de ideia, não vamos mais nos mudar"

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