Quinquagésimo oitavo capítulo!

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Deixei que meu pai resolvesse as coisas com Richard e fui pro quarto. Pesquisei no meu computador sobre as cidades que eu iria visitar, e fiquei MUITO empolgada. Peguei o celular e liguei pra Ana.
- Alô amiga - ela disse
- Amiga, você não faz ideia pra onde eu vou nessas férias! - eu disse
- Não faço mesmo, pra onde? - ela riu
- Califórnia! - eu disse
- Sério? Com quem? Jura? - ela disse empolgada
- Juro! Meu pai me falou hoje - eu ri
- Nossa amiga você vai amar! Lá deve ser lindo! - ela riu
- Imagino! Tô vendo umas fotos aqui e tô amando antes mesmo de chegar lá - eu disse
- Mas como foi isso? - ela perguntou
- Meu pai pediu pra eu escolher qualquer lugar pra ir, qualquer país. Tem até um cara aqui, dono da agência de viagens. - eu disse
- E porque você não escolheu Espanha, sua doida? - ela perguntou
Demorei um pouco pra responder. Doeu falar essas palavras.
- Porque eu vou esquecer o Pedro de agora em diante. - eu disse, com dificuldade
- Porque?? - ela perguntou
- Porque? Porque do jeito que tá não dá pra ficar. - eu falei
- Eu entendo amiga. E eu acho que você tá certa. Mas você sabe que não vai ser fácil, né? - ela disse
- Eu sei. Mas não é impossível. Você nem imagina o que meu pai fez ontem. - eu disse
- O que? - ela perguntou
Contei pra ela o que rolou depois que voltamos aqui pra casa, e depois conversamos mais sobre a viagem que eu iria fazer. Quando Richard foi embora, meu pai foi pro meu quarto e também conversamos sobre a viagem, e isso me distraiu muito. Por algumas horas, Pedro não era o centro de meus pensamentos, mas isso só durou até eu ir dormir.
Algumas semanas depois, já estava quase tudo pronto. Eu comecei a acessar um blog sobre experiências de pessoas que já viajaram pro exterior e consegui retirar muita informação boa dele. Richard conseguiu pra mim o contato de algumas meninas que viajariam comigo, e conheci algumas antes da viajem, tudo pela internet. Elas pareciam ser legais, e todas eram mais velhas do que eu, mas pouca coisa.
Uma semana antes da viagem, fiz algumas compras básicas de coisas que eu precisava levar e não tirava da cabeça uma coisa que eu tinha lido no blog: '' Não leve muita roupa, e não encha muito a mala, porque ela vai voltar cheia devido as compras feitas lá. '' É era verdade. Eu estava planejando comprar bastante coisa lá. Meu pai pediu um Ipod, Matheus pediu um tênis, Ana só pediu uma bolsa e Maria pediu uma bebida diferente, que não tinha aqui no Brasil.
Não tive contato com o Pedro, de forma nenhuma. Nem pelo telefone, pela internet, por nada. Eu tentava segurar o choro sempre que me lembrava dele e repetia pra mim: '' Luiza, o Pedro é passado, o Pedro é passado.. '' até a vontade passar. Quando não funcionava, me permitia chorar até não aguentar mais e aliviar me coração, que doía sempre que isso acontecia. A saudade era demais. O amor também. E eu sentia, que nunca ia passar.. E isso me matava, isso acabava comigo. Eu PRECISAVA acabar com esse sentimento, antes que esse sentimento acabasse comigo.
Meu pai cuidou de toda parte chata da viagem: visto, real em dólar, essas coisas.. Meu único trabalho era o de fazer as malas e ter juízo a viagem inteira, como dizia meu pai.
Um dia antes da viagem, eu e Ana fomos pra casa da Maria e fizemos uma despedida bem nossa cara: chocolate, filme e muita risada. Não ficaria muito tempo fora, mas com certeza sentiria saudade delas... Só elas sabiam o quanto me faziam bem.
No outro dia, elas me levaram pro aeroporto junto do meu pai e da minha madrasta, e me ajudaram a achar a turminha que viajaria comigo.
- Tchau amiga, fica com Deus, e juízo! - Maria falou
- Amiga cuidado pelo amor de Deus, usa camisinha! - Ana me abraçou
- Tá bom gente! - eu ri
- Agora vai lá dar um beijo no seu pai, - Ana disse
- Ok. Amo vocês! - nos abraçamos
Quando fui despedir do meu pai, ele estava procurando uns papeis e me deu as passagens e uma bolsa onde estariam todos os papeis e documentos que eu iria precisar utilizar.
- Cuidado em filha, qualquer coisa já sabe, é só ligar pro nosso telefone, mas com esses números aqui - ele me entregou outro papel
- Tá bom pai, eu ligo pra mandar notícias. - eu disse
- Liga quando chegar. - ele falou
- Ok. Te amo - nos abraçamos
- Também filha. - ele disse
Me despedi da minha madrasta e passei pra parte onde eu esperaria o avião chegar. Reconheci de longe, uma ruivinha que eu tinha conhecido na internet, ela me olhou e acenou.
- Você é a Luiza. - ela me cumprimentou
- E você deve ser a... - tentei me lembrar do nome dela
- Isso! Isabela! - eu ri
- Esse é o João - João. Era um branquinho, dos cabelos cacheadinhos castanhos, parecendo cabelo de anjo, ele me olhou e acenou.
- Oi - ele disse
- Oi. - eu sorri
- E aquele ali falando no celular é o Bernardo. Ele já já vem aqui. - ela disse
Não consegui ver direito, só o vi meio de longe e de costas. Quando ele foi se aproximando, não acreditei.
- Você deve ser a Luiza. - Bernardo sorriu. Por dois segundos fiquei sem ar, juro. Moreno, tinha os olhos claros e um corpo MUITO sarado. Com certeza esse gostava muito de uma academia. Quando ele se aproximou e me deu um beijo no rosto, eu senti o perfume dele.
- Eu mesma, prazer. - eu disse, tentando parecer normal
- Prazer o meu. - ele sorriu
- E então, cadê o resto da galera? - Isabela perguntou
- Devem estar vindo por aí. Pelas minhas contas faltam umas 5 pessoas. - João disse.
Ficamos ali, na espera do voo nos conhecendo. A medida que o tempo foi passando, nossos amigos de viagem foram chegando e fomos nos conhecendo. Era uma turminha bacana, eu com certeza me divertiria muito. E o Bernardo... Meu Deus. Na mesma hora em que eu me perguntei: o que leva um gato desse a sair do Brasil e ir pra Califórnia? Minha pergunta foi respondida, com apenas uma cena. Ele pegando sua mala em uma mão, e no outro braço uma prancha de surf, branca com uns detalhes verdes. O sorriso dele também era lindo. Ele era todo lindo. E ele me deixou sem ar. Que moreno, meu Deus.
- Vamos gente, o avião é aquele ali - ele apontou
- Vamos - pegamos as malas
O lugar da Isabela era comigo, e no banco do lado era o de Bernardo e de um outro lindo que estava com a gente. Tentei relaxar, e curtir uma música pra tentar me livrar do medo de avião, que foi fácil. Só teve um pouco de turbulência e a viagem foi tranquila. Agora sim, eu conseguia sentir realmente as minhas férias.
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