Quinquagésimo terceiro capítulo!

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- Oi meu amor - era ele. Fiquei muda, como sempre. Sem reação.
- Eu sei que é você. Só quero te pedir desculpas por provavelmente estar te acordando, pois não sei a hora que deve ser aí. Mas se aqui já é noite, aí com certeza é madrugada ou manhã. Eu te amo muito, e sinto muito sua falta. - ele disse
- Ah, tudo bem. Também te amo Pedro. Volta pra mim por favor - eu comecei a chorar
- Eu quero amor. Mas eu tenho um contrato, não posso sair daqui - eu senti a voz dele mudar
- Eu sinto muito sua falta - eu chorava
- Eu também, me promete que um dia eu vou te ter de novo - sua voz era de choro
- Prometo, eu te prometo meu amor - eu desliguei
E como era super frequente depois que ele tinha ido embora, chorei. Chorei com o coração apertado e aliviado ao mesmo tempo por ter escutado a voz dele. Nunca uma pessoa teve o efeito que o Pedro teve em mim. Eu era incondicionalmente, inexplicavelmente apaixonada por ele. Não tinha jeito.
Do jeito que eu estava eu dormi. Quando acordei, tomei um comprimido pra minha dor de cabeça e tomei um banho. Meu celular tocou e era a Ana, me lembrando das provas que a gente teria amanhã. Contei pra ela da Maria e de como eu tinha me divertido ontem a noite.
- Fico feliz por você já estar superando, mas não esquece de estudar tá? - ela disse
- Tá bom amiga, vou estudar - eu disse
- Tá bom - a voz dela era estranha
- Aconteceu alguma coisa? - eu perguntei
- Será que a gente pode se encontrar? - ela perguntou
- Claro! Tô atoa aqui. Meu pai também não tá aqui, vem cá amiga - eu disse
- Tá, daqui a pouco eu vou bater aí - ela disse
- Ok, tô esperando - eu falei
- Beijos - ela desligou
Enquanto Ana não chegava, fiz um brigadeiro pra gente e procurei algo de bom na TV. Quando a campainha bateu, abri sem perguntar quem era e a esperei no sofá.
- Oi amiga - ela abriu a porta
- Oi amiga - eu a abracei
- Hum que cheiro bom - ela disse
- Brigadeiro - eu ri
- Que delicia - ela sentou no sofá
- E ai, o que tá acontecendo hein? - eu perguntei
- Ah amiga, é o... - ela disse
- O Matheus - eu interrompi, ela riu
- É que a gente tá numa fase difícil. - ela disse
- Como assim? - eu perguntei
- Ah amiga, é o tempo sabe... Nossa relação já não é como era antes, tá esfriando e eu não quero que isso aconteça, entende? - ela disse
- Ah! Entendo... Você precisa de uma coisa diferente amiga, você precisa inovar! - eu ri
- Inovar? - ela perguntou
- Inovar! - eu respondi rindo
- Como assim? Me ajuda! - ela riu
- Ah sei lá.. Me fala, o que antes era melhor do que agora? - eu perguntei
- Hum... o sexo! - ela riu
- Pera, vou pegar o brigadeiro - eu ri
Peguei e voltei pra sala.
- O sexo é ruim agora? - eu perguntei
- Não. Mas no começo era mais ardente. Entende? - ela riu
- Então já sei! Tive uma ideia! - eu ri
- O que? Fala amiga! Tô curiosa - ela disse
- Ah amiga, vamos visitar um sex shop? Você tem coragem? - eu perguntei
- Mas a gente não entra! - ela disse
- Ah, a gente pode tentar entrar nesses escondidinhos no centro da cidade - eu ri
- Será que tá aberto hoje? - ela perguntou
- Não sei, vamos ver né! - eu ri
- Vamos! - ela ficou feliz
- Vou só trocar de roupa, e a gente vai - eu disse
- De ônibus? - ela perguntou
- É, algum problema ô patricinha? - eu ri
- Nossa, tem tanto tempo que não ando de onibus.. - ela riu
- Então hoje você vai andar! - eu disse
- Ok, vamos lá né - ela riu
Troquei de roupa e fomos, o ônibus não estava cheio. Afinal, era domingo! Quase ninguém andava de ônibus. Quando descemos, andamos um pouco e chegamos numa rua cheia de lojinhas, tinham lojas de aluguel de fantasias, aluguel de vestidos, e por ultimo tinha um sex shop bem escondidinho.
- Ali, vamos! - ela me puxou
Quando entramos, a moça que estava atrás de um balcão não prestou muita atenção na gente. Só deu uma olhadinha de boas vindas e continuou lixando a unha. Nós olhamos a loja inteira, rimos muito e nos assustamos com algumas coisinhas. Mas tinham muitas coisas interessantes, muitos brinquedos criativos. Ana não escolheu nada muito ousado, ela pegou uns cremes e uns óleos de massagem e que deixavam a parte do corpo em que passava quente. Ela também escolheu um brilho labial que sempre que tocado na pele causa umas sensações de quente ou frio, variados. Achei a loja tão legal que até quis levar uns brinquedos pra mim, mas fiquei só na vontade. Vou praticar com quem?
Depois que Ana passou no caixa e pagou e antes de sairmos da loja, Ana me olhou com uma cara confusa.
- Amiga - ela me olhava
- O que? - eu perguntei
- Esquecemos de um mínimo detalhe! - ela riu
- O que? - eu perguntei novamente
- Não tenho calcinha, sutiã, nada! - ela gritou
- Mas você é cheia de sutiã e calcinha amiga! - eu ri
- Mas eu tô cansada dos que eu tenho! E o Matheus já viu todos! Precisamos comprar. - ela disse
- O que você sugere então? - eu perguntei
- Conheço uma loja naquele shopping que só tem roupa intima - ela sorriu
- Então, vamos lá né - eu ri
- É bem longe daqui, né? - ela perguntou
- Ah, mais ou menos. Da pra ir apé. Só vai demorar um pouco, tem problema pra você ? - eu perguntei
- Claro que não amiga, vamos logo então. - ela disse
Saímos da loja e andamos mais ou menos uns trinta minutos e, quando chegamos no shopping não perdemos tempo, fomos direto pra loja. Chegando lá, parecia que a Ana conhecia a vendedora que nos atendeu. Ana experimentou praticamente todos os tipos de lingerie que tinha na loja. Mas a mais bonita foi uma preta, toda de renda, maravilhosa, e que combinou perfeitamente com o tom de pele dela.
- Eu gostei mais dessa - peguei a preta
- Eu curti essa azul aqui também - ela mostrou uma azul bebê
- Leva as duas - eu ri
- É isso que eu vou fazer - ela disse
- A gente vai levar essas duas - ela pegou as peças e entregou pra vendedora
A vendedora passou no caixa e a Ana pagou, depois tomamos um sorvete e andamos um pouco no shopping. Quando voltamos pra minha casa, já estava começando a anoitecer.
- Amiga, tenho uma coisa em mente. - ela disse, se sentando no sofá
- O que? - eu perguntei
- Vou fazer uma comidinha pra gente lá em casa, porque quarta feira meu pai e minha mãe vão fazer uns anos ai de casado, e vao dormir fora - ela riu
- E ai? - eu ri
- E ai que ele vai la pra casa, a gente come, e depois eu mostro e uso os brinquedinhos novos com ele - ela piscou
- Ele vai amar! O Pedro também ia amar... - eu disse
- É, O Pedro adorava coisas novas mesmo né? - ela sorriu
- É... - eu respirei fundo
- Relaxa amiga, tudo vai dar certo. - ela me abraçou
- Com certeza - eu sorri
- Agora vou embora, e aqui, não esquece de estudar pra amanhã viu? - ela disse
- Ok amiga, vou estudar agora - eu disse
Nos despedimos e ela foi embora. Depois, me tranquei no quarto e estudei, como tinha dito a Ana. Quando meu pai chegou, trouxe um sanduíche pra mim, depois que eu comi, tomei um banho e dormi.

Era só meu irmão...Onde histórias criam vida. Descubra agora