De volta! E em menos de um ano! =D
***
Namjoon não acordou na melhor das condições. Para início de conversa, não tinha muita lembrança de como tinha ido dormir. Sua última memória nítida era a de estar no karaokê com os demais membros da equipe policial. Era uma boa lembrança, divertida. Com exceção de não ter conseguido descobrir mais nada sobre Seokjin que já não soubesse, e também de não ter conseguido permissão para voltar a falar com ele, eram boas recordações. Tinha cantado bastante, feito duetos com Jungkook e com Yoongi. Observou durante muito tempo, e em vão, Seokjin. Bebeu um bocado também, e talvez por isso não se lembrasse de muito mais do que vinha depois. Não achava que tivesse entornado tantos copos assim, porém, se estava num estado em que de repente sua mente não conseguia continuar lhe mostrando o que havia acontecido na noite anterior, era porque exagerara no álcool. E isso podia não ser nada bom.
Exagerar na bebida era perigoso, ainda mais quando se estava só, sem alguém de confiança e sóbrio por perto. Namjoon não estava de fato sozinho no karaokê, e tinha construído uma relação confiável com seus colegas de trabalho — podia até considerar Seokjin nessa parte, mesmo que não se dessem bem —, contudo, os vínculos não eram suficientemente fortes para que fosse uma boa sacada ficar vulnerável na presença dos três. Não tinha o cenário completo de como tinha ido dormir. Não sabia onde estava, nem com quem estava, se é que havia companhia. Teria conseguido ir para casa sozinho? Um dos três o teria conduzido ao seu apartamento? Estaria, talvez, na casa de um deles? Teria se encontrado com uma quarta pessoa, conhecida ou não, e estaria com ela?
Muitas perguntas que precisavam de resposta, e nenhuma delas se responderia por si só. Pensando nisso, Namjoon decidiu que era hora de abrir os olhos e reconhecer o ambiente. Tinha raciocinado aquilo tudo sem se mexer, com as pálpebras fechadas, sentindo as costas desconfortáveis e os membros um pouco dormentes. Despertara, mas não fizera nada além disso. Precisava ir adiante para começar a desenhar o próprio passado recente e compreender o que ocorrera e em que situação se encontrava.
Seu primeiro movimento foi abrir o olho direito. Girou o globo ocular ao redor, abrindo aos poucos a pálpebra para se habituar à luz. Não reconheceu onde estava. O teto era completamente diferente de qualquer lugar que já tinha frequentado antes. Isso, ou não podia se lembrar de já ter estado num ambiente com um teto daquele, mas a opção anterior era a mais provável. A memória costumava ser boa para esse tipo de coisa. Era bom de guardar fisionomias, tanto quanto de memorizar locais em que já estivesse. Uma característica útil, supunha. Se, por exemplo, naquele exato segundo estivesse em perigo, saberia dizer com todos os detalhes como era o teto do local que, quem sabe, estivesse lhe servindo de cativeiro.
Com isso em mente abriu o outro olho, devagar como fizera antes, e assim pôde ter um vislumbre completo da parte de cima do cômodo em que estava. Era um teto de casa comum, talvez de um apartamento, que tinha o aspecto limpo, mas gasto. Havia uma lâmpada desligada ali, e não tinha fios de eletricidade aparentes. Tinha um forro claro, que já devia ter sido branco em algum momento, porém, não havia muitos resquícios desse período. Era alto, o que indicava que não se tratava nem de um sótão, nem de um porão. Ao menos achava que não, e isso era um ponto positivo. Somado ao fato de que havia claridade no ambiente, era possível não se tratar de um cativeiro, não um convencional. Mas isso não o libertava de um perigo iminente. Podia estar sob a guarda de algum tipo de criminoso, que poderia ter se aproveitado dele para alguma atitude não consensual. Poderia ser que, por causa dessa pessoa, não pudesse acessar todas as suas memórias. Era possível que não tivesse, realmente, bebido tanto assim, mas alguém lhe ministrou outro tipo de substância a fim de que ficasse sem sentidos. Ainda não estava livre. Tinha que averiguar mais.
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Fingerprints
FanfictionSeokjin tem a vida dividida entre o passado e o presente. Fechado para o mundo, tenta conciliar a rotina de investigador da Polícia de Seul com a busca pessoal pelo ex amante desaparecido. Seus dias são sempre os mesmos, até a chegada de Namjoon, o...