9. Spilling tea

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E veio aí, mais uma vez ainda nesse ano! Milagre acontecendo forte em 2023! haha

***

Mais uma manhã chegou em que Namjoon se sentiu quebrado. Na atual, porém, não era por conta de uma ressaca. O motivo para tanto era bom. Tinha transado muito, a noite quase toda. Tirou o atraso de um longo período de celibato involuntário. Fez quase tudo o que gostava, e achava que Jimin tinha aproveitado também. Jimin era bom de cama, tanto como ativo quanto como passivo, e Namjoon imaginava que estava no mesmo patamar. Não deveria ter tido perdedores naquela equação. Sua coluna, talvez, tivesse perdido um pouquinho. Seus ombros e sua bunda, também. Mas, de modo geral, a guerra tinha sido vencida, a despeito de ter perdido pequenas batalhas. Nada que um bom analgésico não resolvesse.

Tateou pela cama antes de abrir os olhos. Queria ter noção se estava ou não sozinho. Achando que sim, foi aos poucos abrindo as pálpebras, mas estava enganado. A cama era imensa. Jimin estava deitado na ponta do colchão, bem distante. Já se encontrava todo vestido. Lia algo. Não, ele não estava lendo. Estava fazendo palavras-cruzadas. Parecia bem concentrado no que fazia. Namjoon parou de se mexer. Queria aproveitar da distração do legista para o observar um pouco melhor. Não teve tempo para fazê-lo antes. As luzes coloridas, o espelho no teto e a beleza de Jimin sem nada no corpo exceto suas tatuagens e piercings tirou de Namjoon qualquer chance que tivesse — se era que havia alguma — de permitir que o psicólogo fizesse ponderações. Agora que o sexo não estava mais na frente, poderia fazê-lo.

— Você quer tomar café antes de ir embora?

Jimin, sem tirar os olhos do que fazia, perguntou. Não tinha se passado sequer um minuto que Namjoon decidira o avaliar. Como o faria agora?

— Já vai me dispensar? Rápido assim?

— Por mim, você ficava. — Largou as palavras-cruzadas e se virou para o maior, sorrindo. — Mas você pega de manhã na delegacia, estou certo?

— Está.

— Pois é. Daqui a pouco começa seu expediente, suponho.

— Meu expediente... — Bocejou, se dando conta cada vez mais do quanto estava cansado. — Que horas são, por favor? — Jimin se inclinou, pegando o celular na mesinha e mostrando o horário na tela. — Tudo isso?

— Infelizmente, sim. Até pensei em acordar você mais cedo, mas dormia tão bem... — Deu de ombros. — Tive dó. Mas dá tempo de chegar na delegacia ainda.

— Só se eu for direto daqui.

— É um problema?

— Não. — Tirou o lençol que o cobria parcialmente, o lançando para o lado. — Mas não vou conseguir trocar de roupa.

— Ela tá limpa. A gente não usou pra nada essa noite.

— Que bom. — Riu. — É mais uma questão de padrão. Gosto de trabalhar usando roupas formais.

— Sempre pode se atrasar um pouco. Não é como se fôssemos alunos de um colégio. Somos todos adultos.

— Sim, claro. Mas já faltei ontem. Não é muito bom ficar dando margem pra comentários maldosos.

— Sensato. Sendo assim, Ursão... Quer comer antes de ir?

— Ursão?

— Se incomoda? Gosto de dar apelidos pras pessoas, mas se não gostou...

— Nenhum incômodo. Só achei engraçado. E curioso. Por que Ursão?

— Porque você é imenso, e é uma delícia de abraçar. E tem o significado menos fofo também. Consegue imaginar, não consegue?

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