XXIII

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NILO JACKSON

Quando ela passou por aquela porta correndo o meu coração se partiu em mil pedaços.

Ela precisava pensar...

Isso me deixou mais machucado do que qualquer coisa poderia me deixar, ela não me amava na mesma intensidade. Isso me deixava destruído.

Eu não me via vivendo sem ela, se a deixa-se passar por ali e não expressa-se a forma como a amo eu simplesmente estaria jogando tudo o que sinto no lixo.

Estava pensando no que fazer, se eu fosse iria insistir em algo que ela não quer e não a posso obrigar, se eu não fosse mostraria que não a amo de verdade.

Eu não sabia o que fazer, são tantas opções. Pensaria em algo em questão de segundos, era informação de mais para 1 minuto eu precisava rever bem o que fazer.

É nessas horas que eu tenho que agir rápido mas sem ser impulsivo.

Relaxei os braços e a deixei ir. Uma vez ouvi que deixar ir também é uma forma de demonstrar o quanto amas a pessoa e é isso que sinto agora.

Como forma do meu amor, deixarei você ir querida. Depois de eu ter a certeza que já pensou o bastante procurarei você pelos 7 cantos do mundo.

- porque não foi atrás dela - pergunta a Naomi entrando disparada pelo quarto

- amar também é deixar ir... - digo tentando não parecer tão tenso possível

- que merda, deixar ir aonde porra? - ela abalança os meu ombros

- Naomi eu não posso insistir em algo que provavelmente não bate  - digo e solto as suas mãos

- você assim mostra que está nem aí para o vosso relacionamento - diz irritada passando a mão no cabelo - na primeira oportunidade que você tiver....corre para ela e nunca mais olhar para trás - ela diz e olho para ela


MAKAYLA LILITH

Nesses últimos dias eu tinha vivido tanta coisa...alegria, dor, vergonha uma mistura de sentimentos inexplicáveis.

Eu precisava de tempo para mim, para eu poder entender tudo o que se passou e deixou de passar na minha vida.

Eu estava "pronta" para poder me mudar, personalidade e vida. Deixaria a antiga Makayla para trás e viveria uma nova Makayla.

Arrumei tudo o que pude em uma mala, apenas o necessário eu não faço a mínima ideia de onde ir, só sei que eu precisava me afastar de todos.

Peguei todo o dinheiro que fui juntando até agora e coloquei em um saco, não coloquei na bolsa amarei a volta da minha cintura para não ter o risco de ser roubada.

Esperei até dar de madrugada, porque o táxi essa hora era mais barato.

Peguei a minha mala e coloquei uma roupa de frio, caminhei até a porta e me despedi da casa onde passei por tanta coisa.

Não fiquei triste porque o que eu havia vivido nessa casa não eram memórias boas.

Comecei a caminhar, por ser de madrugada não tinha absolutamente ninguém, não sentia medo que me pegassem e fizessem algo comigo, nesse momento a minha vida era algo tão insignificante que talvez nem me importava

Caminhei o bastante para poder pegar um táxi.

- o que faz na rua essa hora - o senhor velhinho do táxi pergunta

- a caminho da felicidade - digo apoiada na porta

- lembro bem da ultima vez que me senti vivo de verdade - ele diz e dá uma risadinha - não está se sentindo feliz?

- não....é como se o mundo perdesse toda a cor - acabo por me abrir com o Senhor

- por mais que a sua vida esteja horrível, não use drogas. Eu perdi o meu filho mais novo pelas drogas...Ele não se sentia vivo o suficiente para não entrar nessa vida, eu não desejo isso a ninguém. Drogas é algo que te destrói por dentro e por fora...eu não conheço você mas te peço que não faca isso com os seus pais- aquelas palavras foram tão sinceras que me deixou sem reação

Nem tinha família muito menos pai.

Eu não consegui responder nada, doeu tanto ouvir isso....nunca esqueceria dessas palavras. Por respeito a esse senhor e pelo filho dele eu nunca encostaria em drogas.

(...)

Já tinha passado pelo trem e já tinha chegado em Washington, talvez um dia eu fosse para mais longe mas por enquanto é por aqui mesmo

Washington é lindo, tem um ar tão puro, parecia ser um lugar belo. Passei em um café para comer algo.

- bom dia - diz a garçonete me entregando o menu

- sim, bom dia

- você não parece daqui - ela pergunta

Ela era loira e parecia muito com a Avery o problema é que ela tinha olhos castanhos.

- porque acha isso?

- pelo seu estilo  - ela diz sorrindo e percebi agora que ela usava aparelho

- ahh preciso atualizar o meu guarda roupa - digo e rimos juntas

- bem o meu nome é Roxy - ela estende a mão para mim

- o meu é Makayla gostei muito de conhecer você - digo apertando a mão dela e dando um sorriso

Ela sorri e volta ao seu trabalho.

Depois de terminar o meu café, chamo a Roxy.

- antes de eu ir, você sabe onde eu posso alugar apartamentos? - pergunto e ela pareceu se animar

- olha...parece estranho e tal, nós só nos conhecemos agora mas você quer dividir o apartamento comigo? Tem algumas contas atrasadas e podemos dividir - ela pergunta e eu acho que uma ótima ideia

Já que eu não tinha onde ficar, e também porque de todas as pessoas que tem nessa cidade a que mais "conheço" é a Roxy, não vi problema algum então aceitei.

Ela pediu um tempo para o trabalho e me levou até o apartamento.

Era muito lindo, era no oitavo andar tinha 4 quartos, 5 banheiros, uma sala espaçosa com varanda e uma cozinha linda.

- sua casa é muito linda - digo me virando para ela

- agora nossa né. Enfim fica a vontade eu preciso voltar para o trabalho quando eu voltar a gente conversa - ela diz pegando nas chaves - se precisar de algo me ligue, arrume suas coisas no quarto e tem chaves suplentes na gaveta da sala - ela diz e sai de casa

Suspiro e vou até o quarto arrumar as minhas coisas, deixo tudo onde possivelmente deve estar. Agora me dei conta de que levei realmente o necessário.

Uma nova vida Makayla Lilith.

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