XXXVIII

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MAKAYLA LILITH

Estava sentada na cama o observando dormir.

Prendi o cabelo no alto pelo "calor" inexistente que sentia, mesmo o ar condicionado estando ligado.

Não conseguia apagar a situação que havia vivido horas atrás, passava como um filme, e parecia que ficaria me atormentando a vida toda. Pode não ser a vida toda mas um bom tempo com certeza.


Mas depois percebi o quão na merda eu estava, não dava para viver um dia de cada vez.

O Aaron está morto? Porra, não. A voz da Kira dizendo que matamos o amor da sua vida não saia da minha cabeça.

Eu não quero imaginar isso de forma alguma, eu não fiz isso, nós não fizemos isso. Tentava a todo custo colocar isso na minha cabeça.

Eu precisava falar com a Kira e saber se ele estava realmente morto, se fosse verdade isso me faria sentir muito mal.

Por favor que não!

Olhei novamente para ele dormindo.

Tá! E nós?

Transamos uma vez, nos beijamos outra. Amigos? Ficantes?

Amigos...Amigos não fazem essas coisas. Não. Provavelmente não. Talvez essa especulação seja anulada.

Ficantes? Talvez. Mas certamente não somos são namorados.

Um dia. Quem sabe.

E a minha paixão pelo Simon? Não. Isso talvez fosse apenas momentâneo. Porque agora não sinto mais nada por ele.

Ou é o que eu acho.

Felizmente. Agora posso me apaixonar sem ter a consciência pesada.


Com uma liga envolta do seu abdómen tapando o ferimento.

Observei suas lindas tatuagens um pouco aleatórias mas talvez com um certo significado para ele.

Subi o meu olhar e vi ele acordado, apertei os lábios e tirei uma mecha de cabelo em meu rosto.

— oi — só consegui dizer isso e foi tão lento que consegui sentir a entoação da palavra

Não me respondeu só me encarou, parecia querer falar algo. Eu sentia aquilo pelo olhar dele.

Deixei a confusão em meus olhos, para talvez ele entender e falar. E entendeu porque começou a falar

— fui eu que matei a Avery — diz e vira o rosto para outro lado — me desculpe...

Okay.

— ...talvez eu já soubesse disso — digo mexendo nas minhas unhas e ele me encara

Sim! eu sabia. No dia que ela havia entrado na casa e me viu no quarto. Eu senti pelo olhar que era a Avery, só não quis acreditar.

— sabia?

— sim! Eu só...só esperei você me contar para ter certeza — disse e forcei um sorriso mesmo que não precisasse

— desculpa...

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