17° capítulo

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Acordei com o peso do braço dele sobre mim, cuidadosamente tiro seu braço e me levanto. O relógio na cabeceira me mostra que já são quase onze da manhã. Não quero acordar ele, e não me lembro dele ter me falado se tinha algum compromisso. Vou em direção ao banheiro para poder escovar os dentes e ao olhar a banheira, me lembro da nossa noite. De tudo que fizemos e conversamos, lembro de Tom me perguntando se eu ainda gostava de Noah e da angústia quando me perguntou isso. Eu vejo você, tom. Será que fui precipitada em falar isso pra ele? Espero que ele não tenha ficado assustado com a minha intensidade. Saio do banheiro, mas ele continua dormindo. Sigo pra cozinha e tenho a ideia de levar café na cama pra ele. Duvido que alguém já tenha feito isso pra ele antes. Quando chego na cozinha, começo a preparar omelete e bacon pra nós dois, até que ouço a porta abrindo. Era Ash, seguida de Bill.
- oi amiga. - ela diz, entrando sem pedir licença e ele a acompanha. - que cheiro bom. Bacon? -pergunta vindo em direção a cozinha.
- bom dia, Ash. Bom dia Bill. -digo olhando pra ele e lhe dando um sorrisinho.
- aconteceu alguma coisa? Vocês aqui tão cedo. - pergunto e vou fazer um café.
- pra ser sincero, vim buscar meu carro. E levar a Ash em casa também. Seu carro?
- seu carro?
- Tom não veio pra cá? - ele e Ash se entreolham. Antes que eu pudesse responder, Tom vem descendo as escadas sem camisa e vestindo apenas o meu shortinho.
- Linda, como que eu vou pra casa sem... - ele para de falar assim que vê seu irmão e a namorada.
- caralho. Cely! - ele diz e todos nós gargalhamos.
- porque não me avisou que eles estavam aqui? E vocês? Tão fazendo o que aqui? - ele pergunta bravo.
- não sei se você lembra, mas está com o meu carro, seu retardado. E para de show, desce logo. Não é nada que eu já não tenha visto.
Ao ouvir o irmão ele desce, o obedecendo, por incrível que pareça.
- perdi minha cueca. - ele fala bufando, enquanto se senta em uma das banquetas ao lado do irmão. Ash me olha com uma cara de - você vai me contar tudo. E eu apenas revirou os olhos dando risada. Coloco nossas comidas e lhe entrego seu prato e sua xícara de café.
- brigada, linda. - me agradece dando um sorriso e eu me sento para comer em uma banqueta, de frente pra ele.
- eu ia levar na cama, mas tivemos visitas. -digo acariciando suas mãos.
- estamos atrapalhando? - Bill pergunta com ironia.
- não, Bill. Querem tomar café? - pergunto aos dois enquanto como.
- não, não. Só vim buscar o meu carro, como eu já tinha falado antes.
- agora você vai me esperar tomar café. - Tom disse, provocando o irmão. Ficamos conversando os quatro, enquanto terminavamos de comer. Tom termina e logo sobe para o quarto para pegar suas coisas e se arrumar.
- Cely? - Bill chama minha atenção, fazendo com que eu olhe pra ele.
- eu nunca vi o Tom assim. Tão leve. - ele fala, e eu sinto meu coração acelerar.
- eu espero que vocês fiquem juntos. - Ash continua a fala do seu namorado. Será que eles estão namorando? Vejo tom descendo as escadas enquanto vou em direção a lava louças, colocando a louça suja dentro dela. Sinto Tom atrás de mim, me abraçando.
- Preciso ir, Linda. - diz e deposita um beijo na minha bochecha. Que homem, meu Senhor.
- tudo bem, lindo. - digo retribuindo seu beijo.
- obrigada por ontem.
Se afastando um pouco do meu rosto ele chama o irmão.
- Hoje a noite tem ensaio, né? - diz, sem me soltar.
- e você não vai faltar.
- eu não disse que ia faltar, odiota. - e como se mudasse totalmente de personalidade, ele fala comigo.
- você quer ir hoje? Pro ensaio.
Meu coração se parte, mas não posso acompanhá-lo.
- tenho aula hoje, gatinho. - digo me virando pra ele.
- odeio sua faculdade. -diz fazendo biquinho e não consigo segurar o riso.
- não quer ir me buscar lá? -pergunto, mesmo sabendo que ele não pode.
- Não posso, Cely. É muito recente o que a gente tem, e eu não sei qual seria a reação das nossas fãs quando descobrirem que estou ficando com alguém. - sei que ele tem razão, mas não consigo esconder minha decepção.
- tudo bem, então. A gente marca outra coisa.
- vamo, cacete. Vai passar o dia todo agarrado na menina? - Bill grita da sala.
- preciso ir. Vejo você depois. - se despede com um beijo e vai embora.
- Tchau, Cely.
- Tchau, amiga. Até a noite. -era um jeito de me dizer que iria pra faculdade. Assim que eles saem, fico na solidão dessa casa e sinto a falta dele instantaneamente. Volto a organizar a cozinha e quando acabo, vou até o quarto pra organizar a bagunça que nós dois fizemos ontem. Quando vou trocar os lençóis da cama, acho a cueca de Tom. Ele foi com o meu short? Dou risada ao lembrar disso e me direciono ao sexto de roupas, colocando a cueca dele lá para poder lavar.

O dia passou rápido e cá estou eu, pronta pra ir pra aula.

O dia passou rápido e cá estou eu, pronta pra ir pra aula

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Optei por um cropped branquinho e uma calça rosa. O básico do básico. Pego minha bolsa, meu casaco e as chaves do carro. Ligo pros meus pais no caminho da faculdade e fico feliz por saber que eles estão bem. A aula passa rápido, esperei uma mensagem de Tom a noite toda, mas não recebi nenhuma. Ouço o sinal tocar, pego minhas coisas e saio da sala. Sinto meu celular vibrar atendo e nem vejo quem é.
- Alô?
- Sua aula acaba na mesma hora que a de todos os outros?
- Tom? Porque quer saber isso? - e assim que acabo de perguntar, vejo ele encostado no meu carro.
- porque eu vim te buscar. - ele diz e quando me vê, abre um sorriso lindo, só pra mim. Encerro a ligação e saio correndo até ele, que abre os braços pra mim e eu pulo em seus braços, entrelaçando minhas mãos em seu pescoço e minhas pernas em seu corpo. Percebemos os flashes começando e decido sair do seu colo.
- é melhor a gente ir. Não quero você nas capas das revistas. - ele diz e eu jogo as chaves pra que ele possa ir dirigindo. Entramos no carro e começo a pensar que aquilo é um sonho. Não pode ser verdade, um guitarrista de uma banda famosa estar gostando de mim ao ponto de me buscar na faculdade, dormir comigo e esperar o meu tempo. Sinto uma pontada no meu peito, como se eu soubesse que está tudo bem demais pra ser verdade.

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