34° capítulo

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Acordei e o relógio me mostrou que já são 14:00. Tom não está na cama, mas logo vejo ele organizando as suas malas, retirando as coisas que eu mal coloquei na cômoda. Já está tarde, viajamos hoje a noite e eu ainda preciso arrumar as minhas malas. Sento na cama, raciocinando direito o que vou fazer.
- oi linda. Tô fazendo a minha mala.
- tudo bem, lindo. Conseguiu descansar?
- não muito. Fico ansioso.
- imagino.
Levanto, começo a fazer minha higiene pessoal, skincare e tudo que tenho direito. Quando volto para o quarto, Tom está fechando sua mala.
- acabei. -ele diz me olhando com uma cara de satisfeito.
- não esqueceu nada?
- acho que não. E se esqueci, não deve ser importante.
O jeito prático e simples de Tom é uma das coisas que mais me atrai nele, o modo como ele consegue resolver as coisas de um jeito fácil.
- precisa de ajuda? Pra arrumar suas malas? - ele pergunta.
- acho que sim. Me conta os lugares por onde vamos passar. Levo roupas pra frio ou me preparo pro calor?
- leva um pouco de cada. Mas não leva tanta coisa, viu? O ônibus mal cabe a gente.
- ok. - pego as roupas novas que comprei e tiro elas de suas embalagens, colocando-as nas malas.
- o que é isso? - Ele pergunta assim que eu tiro a lingerie que branca que comprei.
- uma lingerie, ué. - digo dando risada, guardando ela na mala.
- comprou e não usou comigo??? - ele faz uma cara de indignado. Esse homem é uma graça.
- eu comprei ontem, Tom. E estou colocando na mala. Relaxa o coração.
- não use isso no ônibus.
- porque não?
- porque eu vou fazer você acordar o ônibus todo com seus gemidos.
- para com isso, garoto. - digo jogando uma blusinha nele.
Termino de fazer as malas e já são 17:00. Tom está no banho, já que vamos passar na casa dele para pegar mais algumas coisas que estão lá, e de lá seguiremos. Ele sai do banho e agora é a minha vez de ir. Tomo um último banho em minha casa, já que só volto daqui a um mês. Parei toda a minha vida pra viver a dele, por ele e com ele. Espero não me arrepender da minha escolha.

Versão de Tom

Coloco as nossas malas no carro, assim, quando ela terminar de se arrumar, a gente possa ir. Pouco tempo depois, vejo ela vindo e fico orgulhoso de mim mesmo por ter trocado aquele bendita fechadura. Talvez Cely estivesse precisando de alguém pra cuidar dela de verdade, protegê-la. E eu fico muito feliz por poder fazer isso.
- tudo certo? Não esqueceu nada? Tem certeza que quer que eu vá? Eu posso ficar, não tem problema. - e eu calo ela do meu jeito, beijando-a.
- tá tudo certo, linda. Não tem porque ficar nervosa. - disse eu, completamente nervoso. - e se eu tiver esquecido, posso comprar na viagem.
- é, você tem razão. - ela diz, confusa.
Abro a porta pra ela, que entra no banco da frente e eu faço o mesmo. É muito bom dirigir um carro esportivo e melhor ainda é saber que é meu.

Chegamos na minha antiga casa, já vendo a movimentação de malas e pessoas na frente. Os seguranças estão organizando as coisas no ônibus, quando Cely e eu entramos em casa. Ash e Bill estão aos beijos quando entramos e eu chamo a atenção deles tossindo, como um sinal de tipo: oi, estamos aqui e funciona.
- Cely! - Ash vem correndo na direção da amiga e elas se abraçam como se estivesse sem se ver a um mês.
- pelo amor de Deus. Vocês estiveram juntas ontem. - digo, revirando os olhos e elas fazem a mesma coisa que eu.
- tá. Entendi. Linda, vou pegar algumas coisas lá no meu quarto.
Ela concorda com a cabeça e eu sigo pro meu antigo quarto. Os lençóis foram trocados e eu nem reconheço mais esse lugar. Que sensação estranha. Parece que faz anos que não venho aqui. Sinto a presença de alguém e me viro pra ver quem é. Georg.
- Sabe, eu pensei que você tinha pegado a minha meia preta e eu vim procurar aqui no seu quarto.
- entrou no meu quarto sem a minha permissão? - digo, o interrompendo, mas ele continua.
- olhei nas suas gavetas, embaixo da sua cama e no cesto de roupas sujas.
O que ele tá tentando dizer?
- pelo visto, você conseguiu cumprir a aposta.
O lençol com sangue.
- quem mandou você entrar na porra do meu quarto? Mexer na porra das minhas coisas? - falo em um tom de voz mais alto. Quem porra ele pensa que é?
- eu sempre mexi nas suas coisas, isso nunca foi um problema até essa merda toda acontecer. - e ele grita de volta.
Ouço passos rápidos e sei que são os outros chegando. Merda.
- aconteceu alguma coisa aqui? - Bill pergunta, olhando pra nós dois, mas ele já sabia o que estava acontecendo.
- nada. Só vim pagar uma coisa pro Tom. - Georg responde, joga os 500 dólares em cima da minha cama e sai.
Bill me olha com uma cara de arrependimento.
- então é isso? - ele fala com desgosto em sua voz.
- Não fode, Bill!
E eu fecho a porta na cara dos três: Bill, Ash e Cely.
Que inferno! Essa porra dessa aposta me persegue, e o filho da puta do Georg. Que porra ele veio mexer aqui? Vou no fundo da minha gaveta e pego um baseado, acendo e fico ali na janela, observando as luzes da cidade enquanto fico chapado. Eu sei que ela vai acabar descobrindo. eu jamais te deixaria, Tom. Nada vai me separar de você. As palavras dela ecoam na minha mente e tento me convencer de que ela não me deixaria por uma merda de uma aposta. Ela me ama.

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