24° capítulo

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Coletiva de imprensa marcada, assim vou assumir Cely e resolver toda essa situação. Olho as notícias e pra nossa sorte, ainda não sabem quem é a loira misteriosa. Não sei como as fãs vão reagir e tenho medo por Cely.
- você quer ir? - pergunto pra ela que está deitada ao meu lado, com a cabeça em meu peito enquanto eu faço carinho em suas costas.
- posso ir? - ele pergunta, levantando a cabeça pra me olhar.
- bem, não vai poder ficar ao meu lado e se for, vai ter que ser disfarçada. - faço uma pausa. - um casaco de capuz, talvez. E ficar sentada lá atrás.
- você quer que eu vá?
- claro que sim. Me sinto confiante perto de você. E mesmo que não esteja do meu lado, eu sei que vai estar comigo.
- posso confessar uma coisa?
Confessar?
- claro que sim.
- eu sinto que você me esconde alguma coisa. - e o meu mundo cai assim que ouço essas palavras. Depois de falar isso, seus olhos ficam marejados e eu me sinto um bosta por estar enganando a mulher que eu amo. Mulher que eu amo? Reflito sobre o que eu acabei de pensar.
- o que Georg quis dizer aquela hora? Porque ele trata a nossa relação com desdém? Como se fosse uma mentira.
E o medo me faz arrepiar, se eu perder essa mulher eu não sei o que faria da minha vida. Pra falar a verdade eu não sei, mas Cely me dá vontade de viver. Vontade de aprender cada dia mais, vontade de ama-la cada dia mais, de ser feliz. Com ela eu sinto que posso e mereço ser feliz. Eu vejo você, Tom. Suas palavras naquele dia ecoam em minha cabeça.
- Acho que ele não acredita que gosto de você. -digo, mentindo pra ela mais uma vez, mas agora com o coração em pedaços.
- a vida que eu tinha não deixaria ninguém pensar que eu tenho sentimentos. As várias mulheres, uma a cada dia, nunca ter gostado de alguém antes. Deve ser por isso.
Termino de falar, mas ela não me responde.
- linda? - chamando ela, levanto a cabeça pra tentar ver seu rosto mas ela não se mexe. Dormiu. Dormiu nos meus braços.

A tarde chega e agora da coletiva também. Preciso acordar ela.
- linda? - digo tentando me levantar e tirando seu cabelo do rosto.
- hmm- ela resmunga e eu sei que está se acordando.
- a coletiva. A gente tem que ir, pra não se atrasar.
- tá bom. - ela levanta olhando pra mim e nesse exato momento eu tenho a certeza de que a amo. Esses cabelos bagunçados, os olhinhos inxados de tanto dormir, a sua boca lisinha, sua pele macia. Tudo nela me encanta, e eu não vejo problema em dizer que sou completamente apaixonado nessa mulher. Eu passaria o resto dos meus dias acordando do lado dela.
- você é linda até assim, toda amassadinha. - seguro seu rosto e lhe deixo um beijo na testa.
- vamo linda, vou pegar um casaco pra você.
- seus casacos são o dobro de mim, vão desconfiar.
- acho que tenho alguns menores, de quando ainda não me vestia assim.
Procuro no meu guarda roupa e logo acho um. Preto, simples e discreto, não teria como saber de quem era. Entrego a ela, e pego sua mão para que possamos ir. Já na sala, vejo todos prontos e decidimos ir na van, já que caberia todo mundo. Entro na van, sentando na janela e Cely logo em seguida, sentando ao meu lado. Ela encosta sua cabeça em meu ombro e o carro da partida. Chegando lá, tudo está como sempre. Portas cheias de paparazzis, jornalistas e fãs. Para segurança das meninas, optamos em ir pela entrada do estacionamento no sub-solo. Quando chegamos na porta, Bil e Ash se despedem, para que eles entrem separados e eu faço o mesmo com a minha menina. Ajudando-a a colocar o casaco, pergunto se está tudo bem e ele assente. Puxo o capuz e lhe dou um beijo na testa.
- eu vejo você. - ela diz e sai de mãos dadas com Ash indo por outra entrada.
Nós quatro entramos no prédio e logo chegamos na sala, os flashes começam e eu me pego pensando em como eu seria mais feliz vivendo no anonimato. Sento ao lado de Bill, Georg ao lado de Gustav. Percorro meus olhos pela sala, mas não acho Cely. Será que não conseguiu entrar?
Andrei nos apresenta e pede para que comecem as perguntas.
- já tem data para o começo da turnê? - alguém perguntou.
- Sim, semana que vem começamos com os shows e seguiremos de ônibus para as outras cidades. - respondeu meu irmão. E eu percebo alguém chegando e sentando no fim da sala. É ela.
- Tom, você foi visto ontem a noite com uma jovem. Seria seu novo affair?
- não, na verdade não. -sinto os olhares dos meninos.
- Ela é minha namorada. Ainda é muito recente, espero que as nossas fãs entendam, mas agora eu tenho alguém.
- pode ao menos dizer de onde ela é? - outro repórter perguntou.
- infelizmente não, por questão de segurança ela nem está aqui presente. -minto.
- Mas se eu pudesse deixar um recado pra ela, eu diria que Eu vejo você. - digo e todos aplaudem. Falei tudo isso olhando pra ela, que agora parece estar bem feliz, cobrindo seu sorriso com as mãos.
- E aproveitando que o assunto é namoro, eu gostaria de dizer que também estou namorando. - Bill diz.
- preferi contar, antes que acabasse vazando para a mídia. E é como Tom disse, esperamos que nossas fãs entendam, pois estamos muito felizes.
Os jornalistas fazem mais algumas perguntas, tiram mais algumas fotos e assim encerramos. Agora aliviado, preciso da minha dose de ânimo. Cely.

Eu Vejo VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora