27° capítulo

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Terminamos nosso banho e voltamos para o quarto. Olho o lençol com sangue mais uma vez e penso o quanto Cely teve que confiar em mim, já que esperou dezenove anos de sua vida para poder transar com alguém. E você tá mentindo pra ela, babaca. Minha própria consciência me lembra disso todo momento. Tiro os lençóis da cama e coloco no cesto de roupas, para que a moça da limpeza possa lavar quando vier. Cely termina de se arrumar e parece estar abatida.
- aconteceu alguma coisa, linda? - pergunto terminando de colocar minhas roupas.
- podemos ir pra casa?
- porque quer ir embora? - estou surpreso com seu pedido.
- não gosto do clima que tem aqui, você e o Georg brigando. Sinto que tem algo que Georg queira me falar.
Ela vai descobrir.
- então tudo bem, linda. Posso ir com você? - Se eu for com ela, Georg não vai ter como contar sobre a aposta.
- sim, sim. Mas eu não quero mais ficar vindo aqui. Tudo bem pra você?
Tenho uma ideia, mas não sei se ela vai aceitar.
- E se eu levasse algumas mudas de roupa? Tipo, uma mochila com algumas coisas minhas? Só pra não precisar ficar vindo.
Ela me mostra seu melhor sorriso e vem me abraçar, amo o cheiro do seu cabelo.
- claro que sim, lindo. Não tem problema.
Já que ela aceitou, pego uma mochila preta que estava guardada e começo a colocar minhas roupas, meus produtos de higiene pessoal e mais algumas coisas. Minha guitarra, meus dvds e meu laptop não poderiam ficar. Dou uma olhada no quarto mais uma vez, vendo se não estou me esquecendo de nada. Coloco a mochila nas costas, entrego minha guitarra pra Cely, e outra mochila levo nas mãos. Descemos as escadas de mãos dadas e vejo Gustav deitado no sofá, ele me olha como quem não entende, mas não fala nada. Gosto do Gustav por isso, ele nunca se mete na minha vida, não força a barra e só dá a sua opinião quando é pedida. O motorista nos leva, e eu me sinto entrando numa zona de conforto, longe do Georg, longe do fim com a minha menina.

Versão de Cely

O motorista nos deixou na frente de casa, e a sensação de ter o meu menino indo morar comigo é deliciosa. Já se imaginou? Morando com o amor da sua vida, com o homem que você mais ama e confia no mundo, ao ponto de entregar a ele a sua primeira vez? Estou muito feliz. Entramos e fomos direto pro quarto, achar um lugar pra colocar as coisas dele.
- prefere a cômoda ou o guarda roupa?
- tanto faz. - ele me respondeu, pegou sua guitarra e começou a toca-la enquanto eu guardava suas coisas em duas gavetas da cômoda que separei para ele.
- me sinto num filme adolescente. - digo dando risada.
- porque?
- namorando um guitarrista que toca numa banda famosa, as fãs loucas por ele e ele apaixonado por mim.
Mas sempre tem algo ruim, que faz a mocinha brigar com o mocinho. Essa voz da nossa cabeça sabe realmente como cortar a nossa vibe. Ele ri do que eu disse e para de tocar pra olhar pra mim.
- E se a gente saísse? Sei lá, pra comemorar.
- comemorar o que?
- que estamos morando juntos. - ele diz soltando sua guitarra na cama e vindo me minha direção, me abrando e me levantando. Amo esses nossos abraços.
- um jantar?
- se você quiser - ele diz, dando de ombros.
- então vou me arrumar.
- mas ainda é cedo. - ele fala olhando pro relógio em seu pulso.
- mas eu preciso de tempo pra me arrumar, baby.
- ok, ok. Mulheres. - diz bufando e sai do quarto me dando total liberdade.
Procuro um vestidinho simples, mas elegante. Sei que vão aparecer paparazzis e decido ir mais apresentável.
Tomo meu banho, arrumo meus cabelos e faço uma make. Coloco a roupa que escolhi, pego uma bolsa e alguns acessórios. Preciso usar um salto hoje a noite. Quero estar impecável ao lado do meu homem.

 Quero estar impecável ao lado do meu homem

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(Lookinho da nossa Cely)

Não tinha prestado atenção de que o vestido era tão provocante assim. Valorizou meus seios e é um pouco abaixo da minha bunda. Estou pronta. Desço as escadas e vejo o meu amor me esperando com um sorriso lindo.
- puta que pariu! Quando eu acho que não tem como você ficar mais gostosa, você me aparece com esse vestido.
Fico corada com esse comentário. As palavras de Tom sempre me deixam tímida, mesmo ele já me conhecendo melhor que qualquer outro.
- Tá linda! - diz me puxando pra ele, e me dando um beijo de leve.
- Obrigada, lindo.
Ele segura minha mão e nós saímos de mãos dadas. Na porta de casa, vejo meu carro.
- quando ele chegou? -pergunto surpresa.
- agora a tarde, enquanto você se arrumava.
Mas eu não paguei.
- Eu já paguei.
- Não quero que fique pagando as minhas coisas. - digo aborrecida.
- Espera. Quer dizer que posso morar com você, mas não posso te ajudar a pagar as suas contas. É isso mesmo que eu tô ouvindo? - ele diz, me fazendo dar risada. Entramos no carro e eu deixo ele dirigir, acho muito sexy quando ele está no volante.

Alguns minutos depois, chegamos em um restaurante lindo, com várias luzes, música tocando ao fundo, algo bem diferente do que achei que seria. O metre vem nos receber.
- Senhor Kaulitz, Senhorita Davis, a mesa de vocês é por ali. Por favor, venham comigo. -ele diz e nós o seguimos.
Pedimos uma garrafa de espumante e algo me diz que essa noite vai ser interessante, eu diria.
A comida é uma delícia, o lugar é lindo, muito tranquilo e eu fico me perguntando como não conheci esse lugar antes. Depois de umas três taças de espumante, a minha deusa interior já está aflorada e eu tenho a ideia de fazer algo.
- vou ao banheiro. - Aviso e me levanto delicadamente. Quando chego no banheiro, tira minha calcinha e a enrolo, colocando-a em mim mão, para que ninguém veja.
Volto a mesa, e sinto os seus olhos me seguindo até que eu sente.
- tenho uma coisa pra você. -digo enquanto toma seu espumante. Ele me estende a sua mão e eu entrego a calcinha pra ele, que recebe mas não entende bem.
- Isso é o que eu tô pensando que é? - ele me pergunta, arregalando os olhos sem acreditar e eu concordo balançando a cabeça e mordendo os lábios. Minha garota.
- Incrível como você consegue me surpreender. - ele diz e mexe no seu piercing com a língua.
- você tá fodida comigo hoje.
Quando eu ia responde-lo, vejo flash em nossa direção e percebo que a nossa paz acabou. Agora que estamos juntos e Tom já nos assumiu, não teria motivo pra se esconder e nós já sabíamos que seria assim. Terminamos nosso jantar e a garrafa de espumante junto. Ele pagou a conta e nós saímos recebendo uma chuva de flashes na saida do restaurante.

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