Marcas Inegáveis

Mate.

Era mais fácil respirar quando todos estavam de volta ao Ministério e fora da Mansão Potter.

A mansão era linda, mas quase não era usada. Estátuas, mesas, espelhos e retratos estavam todos cobertos com lençóis brancos como antes de Harry voltar. Harry não estava lá por meses a fio, e ele nunca recebia visitas, exceto em seu quarto ou escritório. Esses eram os únicos dois cômodos com algum sinal de vida, já que Harry os remodelara de acordo com seu gosto.

Tom e Regulus felizmente não comentaram, mas Harry podia ver a carranca no rosto de Tom enquanto olhava ao redor da mansão estranhamente silenciosa e a angústia de Regulus enquanto corria os dedos sobre um lençol que cobria uma escultura de mármore no foyer que Harry nunca havia visto. deu ao trabalho de olhar. Era triste e embaraçoso de uma forma que Harry não havia considerado até agora, e ele ficou aliviado quando Tom sugeriu que eles se encontrassem em seu escritório logo pela manhã.

Regulus estava relutante em ir embora, assim como Sirius, mas Harry conseguiu convencê-los de que ele ficaria bem. Harry percebeu que ele e Tom eram mais parecidos nesse aspecto. Eles exigiam silêncio e espaço para reunir seus pensamentos - ou melhor, Harry havia se acostumado a não ter nada além de silêncio e espaço, mesmo nos momentos mais sombrios de sua vida.

Harry não sabia o que fazer com Sirius andando e resmungando raivosamente em seu nome ou os olhos tristes de Regulus seguindo cada movimento seu - quase implorando para Harry discordar de Tom e pedir para eles ficarem. Harry entendeu que eles queriam confortá-lo, para se certificar de que ele estava bem. Talvez Harry também quisesse isso se estivesse acostumado a receber tanto conforto, mas Harry não estava, e ele não sabia o que fazer com isso ou como fazer Sirius ou Regulus se sentirem melhor.

Harry não conseguia se lembrar de ninguém em sua vida segurando-o enquanto ele chorava como Regulus - talvez sua mãe uma vez quando ele era um bebê. Ele sabia que precisava ter cuidado ao aceitar tais coisas de Regulus ou mesmo de Tom se o Lorde das Trevas oferecesse afeto. Tom não mostrou isso em público, mas Harry sabia que ele devia ser suave de maneiras que importavam. Regulus estava feliz e muito bem cuidado, então Harry sabia que havia mais camadas para descobrir com Tom.

Suas tentativas de conforto e afeto só fariam mais mal do que bem a Harry, dependendo do que eles descobrissem daqui para frente.

"Quero trazer um especialista de confiança em magia da alma para testar as marcas. Alguns desses testes não são exatamente legais e podem ser bastante invasivos e desconfortáveis... até dolorosos, mas é a única maneira de entendermos o que foi feito com o vínculo," Tom falou assim que Harry se sentou na frente de a mesa dele.

Harry sabia onde Tom queria chegar com isso. O que ele estava perguntando sem ter que dizer. Não havia como Tom deixar alguém se aproximar de Regulus ou de sua própria marca de alma. Ele não arriscaria que algo acontecesse com o vínculo deles, mesmo que isso significasse descobrir o que aconteceu com o de Harry. Harry entendeu, e ele não queria que nada acontecesse com eles também. Quaisquer que fossem os experimentos a serem feitos, eles seriam feitos nele.

Apesar da dor e da solidão de viver sem suas almas gêmeas, tendo que vê-los juntos e acreditando por tanto tempo que escolheram não desejá-lo, Harry ficou aliviado por Tom e Regulus pelo menos terem um ao outro. O vínculo deles permaneceu forte e ininterrupto, apesar do que foi feito com a parte de Harry. Pelo menos quem fez isso com eles não conseguiu estragar isso.

Harry estremeceu ao pensar no que Tom poderia ter se tornado sem Regulus. Foi provado ao longo da história que os Lordes das Trevas precisavam de almas gêmeas que os ancorassem. Manteve-os moralmente sãos e humanos. Grindlewald era um exemplo de Lorde das Trevas sem alma gêmea, e dizia-se que Tom, embora ainda jovem, tinha potencial para se tornar ainda mais poderoso do que ele.