Capítulo 11

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A floresta de pinheiros exalou um aroma fresco e adocicado. A medida que o sol se aproximava do horizonte, as sombras das árvores estendiam pelo chão adentro. O crepúsculo concedia à floresta uma aura de beleza e mistério que combinavam harmoniosamente com as sombras sinistras, no topo das árvores os pássaros cantavam, enquanto os animais começavam a se preparar para a noite que se aproximava.

Uma mulher caminhava, encantada com a beleza da cena diante de si, a floresta lhe parecendo familiar por algum motivo que ela desconhecia. O sol começava a se pôr, banhando a floresta com a luz dourada, se misturado aos tons escuros e criando uma paleta de tons cálidos que encantavam os olhos.

Os raios de luz filtravam-se por entre as folhas das árvores, desenhando uma miríade de formas fantásticas no solo, um espetáculo da natureza que seguia o sol durante o entardecer.

A caminhante sentia uma sensação entorpecente no corpo, a cada passo que dava floresta à dentro enquanto a luz do sol desvanecia. Ela tinha certeza, não era a primeira vez que estava ali.

Até que o sol desapareceu totalmente e a mulher continuou seu caminho, distraída pela beleza do momento. Ela não percebeu que, aos poucos, os pés lhe levaram até um enorme portão de ferro que estava entre aberto. A moça parou por alguns instantes, encarou a entrada do cemitério até que decidiu continuar sua jornada pelo novo cenário, onde uma pequena névoa começou a se formar.

Caminhou entre os túmulos antigos que jaziam no cemitério, sendo seus passos o único som a cortar o silêncio da noite que havia se formado. Uma fina chuva caiu sobre ela, ressoando nas folhas secas que cobriam o solo. A penumbra ao redor dava uma sensação de opressão e mistério,  fazendo a jovem mulher sentir como se estivesse percorrendo um labirinto sinistro.

Com uma lanterna na mão direita, ela iluminou a rota até encontrar uma enorme tumba imponente entre as lápides menores, direcionou o facho de luz onde estaria escrito o nome da família enterrada naquele local, quando a luz amarelada tocou a pedra negra desgastada pelo tempo leu as palavras "W. Addams".

De repente, ela percebeu que algo estava errado. Num susto, ouviu passos vindo de trás, sendo surpreendida pela figura atrás de si.

"Ai meu Deus, você me assustou!" – murmurou Enid respirando fundo, direcionando a luz da lanterna para enxergar o rosto de Wednesday. O rosto da Addams estava pálido, como era de costume, porém havia algo de muito atípico em sua namorada.

Wednesday estava rindo, rindo com um tom de divertimento misturado com um toque de malícia.

"Foi divertido!" – disse rindo, se aproximando para segurar Enid pelo ombro lhe dando um beijo na testa - "Você tinha que ver sua cara de pânico, um verdadeiro deleite."

Enid se sentiu desorientada, como se tivesse acabado de passar por uma experiência sobrenatural que não podia ser explicada. De repente, foi tomada pelo frio repentino assim que despertou do susto de Wednesday.

"Isso não tem graça, Willa!" - Enid não achava a situação engraçada, pois sentia uma sensação esquisita como se existisse alguém à espreita.

"Vamos embora daqui..." - pediu com urgência.

"Uma pena, queria explorar a tumba." - Wednesday comentou num tom decepcionado - "Seria um encontro à meia noite muito adequado." - a baixinha se virou, caminhando em direção à floresta.

"Willa, me espera!" - Enid correu para atrás de Wednesday, seus instintos lupinos alertando que algum tipo de presença sinistra estava no cemitério junto delas. Ela apressou o passo, agarrando uma das mãos da mulher baixinha na sua.

Enid permaneceu um passo atrás, segurando firma a mão de Wednesday para que não a perdesse, a licana olhava apreensiva a floresta ao redor, onde ficava cada vez mais escuro.

Cara MiaOnde histórias criam vida. Descubra agora